Pari passu

6K 732 1.9K
                                    


Capítulo VI- Pari Passu

"Para atrair uma vida melhor, primeiro torne-se melhor."

Coincidências podem alterar o curso de nossas vidas em proporções distintas. Podem nos fazer mudar uma rota no caminho de volta para casa ou a profissão que decidimos seguir carreira. Elas podem mudar características básicas na nossa existência ou instalar o completo caos por simplesmente acontecer, mesmo sendo resultados prováveis de uma sequência de acontecimentos possíveis e propositais.

Já o acaso, a aleatoriedade, são fatos imprevisíveis que podem ocorrer do nada e sem nenhuma finalidade ou somente não ocorrer. Nunca. Entretanto, às vezes nem o acaso, tampouco a coexistência das coisas pode explicar algo extraordinariamente espantoso que ocorre em nossas vidas sem esperarmos e que foge completamente à nossa compreensão. Afinal...

Tudo isso não é uma coincidência.

E nada é por acaso.

Sincronicidade. Era no que Namjoon sempre acreditou.

Um princípio sem causa ou efeito, definido pelo acúmulo de acontecimentos importantes, como se fossem "caprichos do destino", como se ele insistisse em escolher: datas, pessoas, números e lugares para convergirem em algo que transcende as probabilidades do acaso. Fatos que acontecem em nossas vidas ao mesmo tempo que são carregados de significados para serem nomeados como obra do acaso ou mera coincidência.

E parado em meio a cozinha de sua casa, com uma xícara de chá de hibisco, canela e limão nas mãos, olhando perplexamente para o nome que reluzia na tela do seu celular, Namjoon teve novamente a confirmação de que, para o universo, nada acontece por acontecer ou que o encontro de duas pessoas é uma simples casualidade, isolada no tempo e espaço.

Sua mente trabalhava em profusão e seu corpo estático parecia esquecer-se como funcionar. Se seu irmão estava lhe enviando aquele nome enquanto estava em uma reunião com Jeon, era porque, certamente, o destino estava novamente se mostrando o quanto regia divinamente as suas existências.

Muitos dizem que ele é um filho da puta que adora se divertir traçando caminhos com escolhas confusas e contraditórias para as pessoas terem a falsa sensação de usufruir totalmente do seu livre arbítrio, quando na verdade, só estão caindo em mais uma das artimanhas do deus do destino e andando conforme o seu divertimento, mas Namjoon não pensava assim.

E a cada minuto que se via mais imerso a todo o caos que se tornou a vida de Taehyung e que por consequência das próprias escolhas, a sua também, tinha mais certeza que o destino preparou muito mais do que um caminho com escolhas duvidosas. Talvez tudo o que aconteceu desde o dia em que nascera até aquele momento, fosse o resultado da sincronia que existe em tudo na natureza que nos cerca, como dizia um velho ditado que adorava.

"Uma folha não cai da árvore sem que haja razão para isso."

E Kim Seokjin  era a razão de muitas coisas em sua vida.

⚖️

13 de julho de 2013, sábado

"Pelos seus cálculos, considerando a distância a ser percorrida, a quantidade de passos que teria que dar para realizar todo o percurso, o clima fresco, e tendo em vista também os possíveis contratempos no caminho, chegou à conclusão de que teria setenta e dois vírgula seis por cento de chances de obter sucesso em sua incursão, que era nada mais nada menos que ir à padaria comprar o que estava em falta em casa.

O que o deixava mais otimista, era que dentro de todo esse cálculo e probabilidades ele só teria que falar diretamente com uma pessoa: o atendente. E para sua alegria seria algo rápido e vago, já que nesse horário o rapaz do caixa ainda parecia estar com um típico mau-humor matinal, aquele que a maioria das pessoas sentem por serem obrigadas a acordar cedo demais.

O Amor no banco dos RéusOnde histórias criam vida. Descubra agora