A contento

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Capítulo XIII- A Contento

"Perdoar não tem a ver com certo ou errado."

Perdoar não é esquecer, tampouco concordar com um ato que precisa de remissão. Algo ruim continua sendo ruim. Perdoar é refletir e ser capaz de viver com as lembranças sem que elas lhe atormentem.

Praticar o perdão não diminui a intensidade do que ocorreu, só lhe mostra que você aceitou, que, o que aconteceu não vai mudar, não podemos voltar no tempo, é a nossa história, mas podemos aceitar que ela ficou no passado.

Todavia, isso requer tempo, que não é o mesmo para todos; os ponteiros do perdão giram em ciclos diferentes para cada pessoa e cada situação.

Se alguém por acaso pisar em seu pé, dependendo da intensidade da dor causada, e das ações posteriores dela, você pode perdoá-la imediatamente, ou só quando a dor passar, ou até não perdoar, será uma escolha unicamente sua.

Entretanto, aqueles que são capazes de livrar-se da condição de vítimas e com sabedoria transformar a raiva em compaixão, estará sem sombra de dúvidas usufruindo do mais alto nível de amor-próprio, pois estará libertando-se das garras do seu transgressor e decidindo por conta própria se ele ainda é digno ou não de fazer parte da sua vida.

"— Então, se me der licença... Eu preciso ter uma conversa séria com o meu namorado."

— Ex-namorado — sussurrou próximo ao seu ouvido.

— Não corta a minha onda agora, conejito.

Taehyung sentia a adrenalina pulsar em suas veias. Em dois anos, aquela foi a primeira vez que realmente sentiu estar no controle de novo da própria vida. Era muito bom! Tão bom que superou facilmente seu estado pós audiência e sentia que podia sair flutuando daquele estacionamento, se não fosse pelo advogado que insistia em segurar seus pés firmes no chão.

— Você já me perdoou que eu sei. Vai mesmo bancar o difícil?

Jungkook revirou os olhos e nada respondeu.

— Não vai me responder?

— Você sabe que ainda temos que conversar, Taehyung.

— Então vamos começar agora!

Estava extasiado e hiperativo, ainda não acreditava em tudo o que aconteceu no estacionamento, sentia-se poderoso, capaz de resolver qualquer dificuldade que aparecesse em sua frente. Estava tão animado que fazia de bateria o painel do carro.

— Pode falar, conejito, escutarei cada vírgula.

— Com essas orelhas de duende não duvido — Sorriu e desviou de suas mãos quando ele tentou fazer da sua cabeça a extensão da bateria improvisada. — Calma, Tae, uma coisa por vez. — Soltou o ar levemente pelos pulmões e ligou o carro. — Temos que conversar com uma pessoa primeiro.

No quiero hablar con él.

— Mas precisa. — Olhou brevemente para o lado, vendo a carranca que Taehyung sustentava. — E desmancha esse bico, para isso dar certo vamos precisar dele.

— Isso o quê, Jeon? Vocês mudaram todo o plano, eu tô mais perdido que cebola em salada de frutas!

— Vamos para a casa do seu irmão. — Não aguentou segurar o riso pela fala do outro. — Vou pedir para o Yoongi levar o Jimin para lá. É melhor conversarmos todos juntos.

— Eu não sei se vai ser uma boa ideia, Jungkook.

— Vai por mim, benzinho, melhor ter muitas pessoas por perto quando nos encontrarmos com o seu amigo.

O Amor no banco dos RéusOnde histórias criam vida. Descubra agora