Depoente - Parte I

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Capítulo VIII- Depoente- Parte I

"Seu maior bem é sua mente. Não podem tirar isso de você, a não ser que você permita."

Sigmund Freud uma vez disse: "O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente." Ou seja, uma forma de acessar aquela parte de nossas mentes de difícil acesso, na qual corremos sérios riscos sociais, se externamos abertamente, o que se passa nela. Onde guardamos traumas e desejos que o nosso consciente nos repreenderia por ter em mente quando acordados, por isso, os deuses nos deram a divina capacidade de sonhar e desfrutar dos nossos desejos mais sórdidos, mais secretos e enfrentar nossos medos mais obscuros, enquanto não corremos os riscos de sermos julgados, nem por nós mesmos.

O inconsciente pode ser a caixa de pandora particular de cada ser humano, e tentar abri-la e tornar consciente todos os males e esperanças que ali estão guardados é perigoso para uma psique frágil e culpada. Podendo transformar a excepcional experiência de escape daquela parte das nossas mentes que grita que alguns pensamentos são proibidos de serem realizados, em uma completa confusão entre o que devemos, queremos, e o que podemos fazer.

E era exatamente nesse perigoso dilema que Jungkook se encontrou assim que abriu os olhos e tomou consciência do seu estado. Suado, a ponto de os cabelos grudarem na testa, ofegante, corpo quente, garganta seca e uma notória ereção entre as pernas. Seu corpo ainda sentia os efeitos daquele sonho que seu inconsciente fantasiou e que sua mente sã nunca ousaria imaginar, mas como algum filósofo que Yoongi gostava de citar vez ou outra, para dar ênfase a seus discursos, dizia: "Os sonhos são a personificação daquilo que desejamos, mas não podemos ou temos coragem de obter", ou algo assim. A única certeza que tinha no momento era que sua situação era pior do que imaginava.

— Eu me recuso a fazer isso.

Seu corpo afetado e sua mente nublada de desejos tentavam convencê-lo a render-se de uma vez a vontade e acabar logo com aquele incômodo entre as pernas, enquanto sua consciência ponderava o quanto ele estava parecendo um adolescente desesperado, com hormônios a flor da pele por não conseguir controlar-se. Todavia, seu subconsciente lhe dizia como um diabinho ao pé do ouvido que já faziam semanas que ele não desfrutava desse tipo de prazer, o que considerando, era verdade, desde que descobrira sobre Taehyung que não sentia nenhum tipo de desejo sexual tão intenso.

Taehyung não estava mais na cama quando despertou, o que para ele foi um alívio, pois não saberia o que fazer se o outro o visse naquele estado. Seria muito humilhante. Ouviu sons de talheres caindo vindo da cozinha e deduziu que era lá que ele se encontrava, no mesmo momento em que virou o corpo sobre o cama, gemendo baixinho ao sentir uma pressão gostosa entre seu corpo e a maciez do colchão, o que lhe fez fechar os olhos, apurando seus outros sentidos, tornando tudo muito mais difícil de resistir, porque pôde sentir o cheiro dele mesclado ao seu nos lençóis com mais avidez, trazendo à tona, com pecaminosa nitidez, a recordação do sonho causador de tudo aquilo.

Era voyeur dos próprios desejos. Sua mente projetava imagens, sons e sensações a ponto de fazê-lo jurar sentir até mesmo o cheiro de sexo que aquela cena exalava. Era devasso, sensual e belo.

Seu corpo nu sobre um divã de veludo rubro que parecia se moldar às suas curvas, sua cabeça pendendo para fora do limite do estofado, lábios entreabertos brilhando em desejo, as mãos percorrendo sem pudor o próprio corpo; acariciando o pescoço, mamilos, abdômen, até perder-se entre as pernas. Já ofegava novamente, deslizando sobre o colchão, aumentando o estímulo gostoso em seu membro, fazendo o desejo aumentar e sua mente fantasiar o ápice da sua lubricidade.

"Taehyung."

Aproximando-se a passos elegantes e másculos do divã, vestido com um conjunto social que deixava seu corpo ainda mais atraente. Era como se estivesse assistindo e estrelando um pornô vintage envolvente. Seu corpo tremeu quando em seus devaneios, Taehyung parava próximo a sua cabeça e olhava-o de cima com desejo, deslizando seus dedos longos por seu pescoço, depois subindo lentamente até sua boca, onde contornava seus lábios e o instruía a chupar-lhe os dedos sedutoramente, fazendo toda sua pele queimar.

O Amor no banco dos RéusOnde histórias criam vida. Descubra agora