Meritum causae

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Capítulo XI- Meritum Cause

"Lealdade é uma via de duas mãos. Se estou pedindo de você, você vai ganhar de mim."

Não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. É praticamente impossível conseguir estabelecer um equilíbrio entre a quem devemos obrigatoriamente servir primeiro e a quem queremos servir primeiro, um sempre será negligenciado pelo favoritismo ou pela imposição da situação.

Lealdade é uma virtude difícil de ser praticada, pois, só existe fidelidade quando nos mantemos fiéis a nós mesmos, entretanto, se tratando do ser humano, sujeito a falhas e desvios de qualquer natureza, refém do meio e sensível às pressões do mundo dominado por valores equivocados, tudo se torna ainda mais difícil de ser posto em prática de forma eficaz, e por não existir lealdade parcial, que é impossível ser leal a dois senhores, um deles será inevitavelmente enganado e futuramente descartado. E em uma relação corporativa...

Você é leal ou não.

Assim que encerrou a chamada com Robert, Jungkook prosseguiu em direção a Hagan. Disse a Yoongi que não retornaria para a empresa naquele dia, mas a mudança de planos foi inevitável assim que deixou Seokjin para trás no quarto do hotel.

Sua mente fritava ligando pontos e chegando a conclusões que não lhe agradavam nem um pouco, e ainda tinha Taehyung e algo em seu subconsciente lhe alertando de que, de alguma forma, todos os caminhos no fim lhe levariam de encontro a ele. Esforçava-se para entender o que isso significava para o seu coração ainda machucado; apesar de não sentir mais tanta raiva do outro, estava confuso, dividido entre o sentimento de coração partido e a consciência de seus próprios erros.

Não que tomar consciência de sua culpa anulasse o que o outro lhe fez, só não conseguia parar de pensar na existência algo mais grave por trás das ações de Taehyung e que de alguma forma falhara com ele a ponto de merecer tudo aquilo.

Sim, Jeon Jungkook começava a cogitar ter cometido um erro e esse estava longe de ser o de se apaixonar pelo fotógrafo. Ainda por cima, alimentava uma certeza crescente de que seu melhor amigo, sua pessoa e assistente, estava envolvido em tudo, e ele mesmo julgando o conhecer como ninguém, não havia percebido até as informações estarem dispostas à sua frente, tão claras quanto um letreiro luminoso em uma estrada escura.

Chegou a Hagan e seguiu direto para a sala do chefe, ignorando propositalmente a presença de Jimin e o seu olhar suplicante que lhe acompanhou enquanto atravessava o corredor até a sala da presidência.

— Aqui — Jogou sobre a mesa o envelope que trazia consigo. — Acredito que fui bem convincente — Sentou-se na cadeira, assistindo o chefe abrir o envelope, pegar o contrato assinado por Seokjin, amassar e descartar na lixeira ao lado de sua cadeira. — Chuto que temos no máximo uns quatro dias até ele se dar conta das falhas do acordo, ele ficou bem assustado com a possibilidade de um processo, suponho que ele não vá querer fazer algo de imediato.

— E quanto ao Robert? Falou com ele?

— Esse também não será problema — Cruzou as pernas, ajeitando o relógio caro no pulso.

Yoongi conhecia Jungkook há muito tempo e sabia que algo não estava bem.

— Tem certeza? — perguntou em um tom desconfiado, expondo bem para ele que seja lá o que fosse, era a hora dele falar.

— Como foi sua manhã com o Jimin? — Mudou de assunto.

— Estranha, agradável, esclarecedora... — Pensou por um instante. — Eu já disse estranha? — Sorriu, balançando a cabeça levemente espantando algumas lembranças.

O Amor no banco dos RéusOnde histórias criam vida. Descubra agora