After Midnight - Depois da meia noite

XXVI Dezembro 2017

Anderson estava frustrado, cada minuto que passava ao lado de Cassandra seus velhos sentimentos apareciam ainda mais forte que antes, queria fugir dali com ela em seus braços e desaparecer no mundo, mas sabia que isso seria impossível Reinaldo o seguiria até o inferno, uma vez dentro daquela organização seria impossível sair e sabia muito bem disso, também não podia contar com Cassandra ela parecia gostar do lugar e não lhe dava muita atenção, o que o deixava ainda mais aflito, não sabia o que fazer uma vez que a tivesse em seus braços como poderiam viver? Arrastaria ela pelo mundo do crime como se fosse algo natural? Isso tudo sem contar o estranho comportamento que a garota tinha, por mais que a amasse sentia um certo receio ao estar sozinho com ela, não conseguia precisar o motivo, mas as vezes o olhar dela parecia distante e assustador, era inevitável não lembrar do dia em que ela matou três pessoas na sua frente e do horror que a aquela situação lhe proporcionou, agora já sabia lidar muito bem com a morte todos o consideravam tão frio quando o próprio Reinaldo excerto quando estava próximo dela, era terrível se imaginar naquela situação com ciúmes e impotente diante das situações em que ela se colocava. Ao vê-la sorrindo para Marcelo quase perdeu a cabeça, queria que ela sorrisse assim para ele também, igual fez um dia no passado, ele conhecia bem aquele olhar, sabia que era curiosidade de querer brincar com algo novo, agiu sem pensar quando a jogou no carro e agora ela estava ali com aquela cara de paisagem como se nada tivesse acontecido.

__ Você o conhece? – Perguntou Anderson irritadiço.

__ Não, mas gostaria de conhecer.

Não era a resposta que ele esperava, aquilo definitivamente o irritou ainda mais, mas o que deveria fazer?

__ Você parece não perceber a situação em que se encontra.

Ela olhou para ele demostrando pouco interesse, claramente percebeu o desconforto de seu companheiro e não pode deixar de se divertir ainda mais ao vê-lo agonizar diante de suas respostas vagas.

___ Reinaldo nunca vai deixar você sair viva, você está presa aqui para sempre a mercê do que ele quiser, isso não te incomoda?

__ Não...e você se incomoda?

Ele engoliu seco é claro que se incomodava, não conseguia pensar direito desde o dia em que a viu naquela maldita cela do "porão", cada vez em que ela se arriscava seu coração parecia que ia saltar pela boca mesmo aparentando calma.

__ Olha estamos na mesma situação não vê, você também está preso a ele não é.

__ Mas é diferente eu quis esse caminho.

__ E quem disse que eu não quero... entenda a minha vida é muito chata, acho que você me acostumou mal... lembro quando você falava em se arriscar e de como estar cara a cara com a morte era excitante acho que devo concordar com você... além do mais mesmo que eu acabe morta tenho certeza de que ninguém irá lamentar.

Cassandra se aproximou dele e encostou a cabeça em seu ombro e adormeceu, o motorista do carro, olhou de relance pelo retrovisor e pode ver o braço direito do chefe, que todos chamavam de DEVIL-A devido sua perversidade, acariciando o rosto da garota, seu olhar era de dor, o olhar de alguém que ama desesperadamente alguém que irá desaparecer a qualquer momento.

Janeiro 2018

Mesmo com as festas de final de ano e a promessa de um ano novo cheio de realizações a equipe de Caleb não parou de trabalhar, Naomi se afastou do trabalho depois que soube do desaparecimento do marido, sabia que a organização tinha dado um fim nele, mas não tinha como provar, todos sabiam quem é que mandava no crime organizado, mas ninguém conseguia colocá-lo atrás das grades, o cara era mais escorregadio que um sabonete, a notícia foi um golpe não só para a esposa, mas para todos da equipe que compartilharam sua dor, todos daquela cidade queriam colocar as mão em Reinaldo e no maldito serial killer, pois a polícia era feita de idiota por ambos criminosos e não conseguiam fazer nada para mudar essa situação.