XXXIV

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Anderson ainda estava atordoado com aquela conversa toda não teve coragem de perguntar o que ela queria dizer com aquilo, mas no fundo já imaginava o que significava, o restante do caminho permaneceu em silêncio, passaram próximo a um córrego não muito longe do lugar que moravam, o lugar estava lotado de policiais, ele olhou para ela que estava imersa em seus próprios pensamentos.

__ O que será que aconteceu? – ele perguntou tentando aliviar o clima tenso.

__ Provavelmente algum corpo.

__ Você parece um tanto tranquila quanto a isso, poderia ser o seu.

__ Anderson, já estive tantas vezes a beira da morte que sinceramente não me importo muito, você vangloria demais o Reinaldo.

__ Claro! – Anderson falou gritando e um tanto alterado. – Ele tem mais da metade do país em suas mãos, tem olhos em todo canto, para ele não somos nada.

Cassandra deu risada de sua reação inesperada.

__ Querido, quanto mais alto o lugar que fica, maior é a queda.

Antes que pudesse responder alguma coisa pode ver uma viatura em frente a casa em que moravam; como uma excelente atriz Cassandra mudou naquele instante sua fisionomia deixou o olhar carrancudo de uma quase briga e voltou a ter o olhar dócil de uma jovem garota meiga.

__ Melhor ser um namorado fofo para não nos colocar em problemas.

Anderson assentiu com a cabeça, saíram do carro a andaram um ao lado do outro, ao se aproximar puderam ver dona Flora conversando com Ana e Caleb.

__ Minha querida esses policiais estavam te procurando.

__ Dona Flora, obrigada por atendê-los sai com Andy por um momento.

__ Querida o que fez em sua testa? – Disse a vizinha enquanto passava a mão carinhosamente em sua testa.

__ Eu bati a cabeça no registro do chuveiro, acredita!

__ Nossa, vai ficar roxo depois passa aqui que eu tenho uma pomadinha ótima.

Cassandra sorriu para a senhora, deixando os policiais atônitos diante do carinho entre ambas.

__ Podem entrar, só não reparem se tiver alguma coisa bagunçada.

__ Pode ficar tranquila. – Disse Caleb com um sorriso.

Os quatro entraram naquela minúscula quitinete, sentaram-se em um pequeno sofá enquanto Cassandra e Anderson se sentaram no chão.

__ Querido você pode fazer um café para eles, você sabe que eu não sei fazer.

Anderson levantou-se dando-lhe um beijo em sua testa machucada.

__ Claro.

__ Bom, não precisava se incomodar vamos tentar ser rápidos. – Disse Caleb.

__ Você ficou sabendo o que aconteceu algumas ruas aqui atrás? – Disse Ana.

__ Não sei, apenas vi a polícia quando nós voltávamos.

__ Foi encontrado um corpo no córrego, sua vizinha comentou que viu você saindo no dia da tempestade poderia dizer se viu alguma coisa?

__ Não vi, não gosto do barulho da chuva eu fico com uma terrível dor de cabeça e as vezes chego a ter insônia, não sei se vocês sabem, mas no dia em que minha mãe morreu estava chovendo assim, então costumo ficar perturbada com o barulho da chuva, deixei Anderson dormindo e andei até o posto de gasolina que tem aqui perto, ia comprar algo para comer, mas o local estava fechado então retornei.

After Midnight - Depois da meia noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora