XXXVIII

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Ana e Caleb não foram recebidos com muito entusiasmo pelo departamento de polícia local, as pessoas daquele lugar pareciam não se dar muito bem com forasteiros ainda mais com investigadores. Outrora aquela cidade já havia sido um ponto turístico, mas depois de tantos acontecimentos foi apagada do mapa; pessoas de fora da cidade só apareciam por dois motivos, ou pelas acusações de assédio a respeito do médico renomado que trabalhou lá por anos ou curiosos a respeito da jovem que sozinha conseguiu matar 3 homens. Os investigadores não esperavam ser tratados bem, mas não esperava tanta hostilidade e indiferença; simplesmente jogaram as pilhas enormes de relatórios dos casos na mesa e deram as costas.

__ Podia ser pelo menos educado. – Resmungou Ana para o delegado, que suspirou incomodado.

__ Querida tô cansado de toda essa história, acho que a pior coisa que aconteceu, foi ela ter sobrevivido aquele incêndio, aquela menina é amaldiçoada, qualquer lugar que ela se aproxima vira merda.

__ Irônico ouvir isso, quando ela era uma vítima alguém por acaso a ajudou? Agora a culpam de tudo. – Disse Ana alterada.

Caleb segurou sua mão, com um olhar sério e reprovador.

__ Perdoe minha parceira, ela ainda é muito jovem mergulhou muito nesse caso e acredito que está um pouco sensível.

O delegado nada disse, apenas se afastou, Caleb permaneceu sério continuou olhando para a papelada evitando olhar para Ana, conhecia sua colega de trabalho muito bem, para saber o que estava passando em sua cabeça.

__ Você precisa abandonar o passado, não foi sua culpa. - Disse Caleb ainda olhando para os papéis. 

__ Sim...todo mundo fala isso, mas é inevitável ele era meu namorado e eu ajudei a colocá-lo atrás das grades e no fim não pude salvá-lo, eu prometi que iria provar sua inocência, mas quando consegui fazer isso já era tarde demais, você sabe disse melhor do que ninguém.

__ Você é uma das pessoas mais competentes que eu conheço, tenho certeza de que se ela for inocente vamos descobrir, só não pode deixar suas emoções tomar conta da situação temos que ser imparciais.

__ Eu sei disso, desculpe.

__ Vamos terminar de ler esses relatórios, vamos ver se Bruno e Heitor vão ser bem-sucedidos nas entrevistas com os colegas de escola da garota.


Ao contrário do que esperavam, Bruno e Heitor fizeram alguns avanços mesmo depois de ter diversas portas batidas em suas caras. Heitor era mais carismático e apelava para o coração das pessoas para fazê-las falar, já Bruno era frio e prático assim como Caleb deixava claro que se não colaborassem poderiam aparecer mais vítimas.

Foi por acaso no meio de tantos ex-alunos que ainda moravam lá que encontraram Camila, ela voltava do mercado quando ouviu a conversa de ambos do lado de fora de uma loja de salgados, no começo pensou em não se envolver, tudo aquilo a abalou durante muito tempo, pois mesmo não participando do bullying ainda ficou em silêncio, diversas vezes quis ajudar a garota e não teve coragem, desta vez podia fazer algo fosse para libertá-la ou incriminá-la então finalmente depois de tantos anos tomou uma atitude.

__ Com licença eu escutei a conversa de vocês acho que eu posso ajudar, eu estudei com a Cassandra.

O rosto dos dois investigadores se iluminou, aquela poderia ser a chave para conectar todas as coisas...



Cassandra notou que Patrick estava diferente do normal, por mais que ela mostrasse as fórmulas a serem usadas na equação que estavam fazendo ele parecia mais e mais disperso, olhava-a com um olhar preocupado.

After Midnight - Depois da meia noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora