XXXV

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Ana caminhou junto a Caleb novamente até o córrego onde foi encontrado o corpo, ambos pensativos.

__ O que você acha chefe?

__ Não sei bem, algo parece muito errado, ao mesmo tempo em que ela parece apenas uma garota azarada, tem algo que não bate.

__ Sim, percebeu que em nenhum momento ela chorou ao falar da namorada.

__ Percebi, mas pode ser devido a deficiência que ela possui, confesso que o que temos é muito pouco para transformá-la em uma suspeita, mas compartilho da mesma desconfiança que você, acho melhor continuarmos nessa pista, sinto que vamos ter melhores resultados.

Na cena do crime Naomi, Bruno e Heitor trabalhavam examinando o local.

__ O que conseguiram até agora?

__ Bom. – Disse Naomi – Um homem de meia idade, possui marcas de defesa em ambas as mãos, levou 4 golpes dois no peito um na parte inferior do abdômen e outro do antebraço, acredito que este último foi em uma tentativa de fuga, encontramos com ele um pedaço de roupa acreditamos que seja do assassino agora precisamos esperar o laudo da autópsia e o exame da roupa encontrada.

__ Infelizmente no local não havia muita coisa, estava chovendo muito então qualquer outra pista foi lavada com a chuva. – Disse Heitor.

__ Encontramos um carro há alguns metros daqui que pertence a vítima, devemos analisá-lo também. – Disse Bruno.

__ Vocês fizeram um ótimo trabalho, gostaria que Heitor e Ana fossem ao posto de gasolina que tem próximo a esse local; consigam as imagens da câmera, espero que o dono forneça de bom grado sem precisarmos de um mandato.



Anderson beijava o pescoço de Cassandra, ambos dentro da banheira o perfume dela o inebriava quase podia esquecer de seus temores, no entanto, era impossível fazê-lo, tentava entender como aquela mulher tão delicada e algumas vezes tão meiga poderia ser tão assustadora e por vezes um tanto cruel, mesmo nunca tendo dito sabia que ela conhecia bem seus sentimentos e o fazia de tolo. Com esses pensamentos em mente deu um longo suspiro.

__ O que foi, se arrependeu da sua escolha. – Ela lhe disse encostando a cabeça em seu peito.

__ Como poderia. Só queria saber em que eu estou me metendo, não gosto de fazer nada as cegas e, sinto que não a conheço de verdade.

__ Verdade, quem você conhecia deixou de existir há muito tempo.

Ele sentiu seu peito apertar e inconscientemente a abraçou mais apertado, "É por minha culpa", seu subconsciente lhe dizia.

__ Cass, me desculpe...

__ Anderson não começa com esse papinho de novo, parece que sempre andamos em círculos, você é um puta cara azarado, de tantas mulheres aos seus pés, tinha que ser justo eu, devia ter me deixado morrer naquela cela ou dado um tiro na minha testa ao me reencontrar.

__ Como poderia fazer isso! Você não tem noção do que minha vida se tornou quando me falaram que você estava morta, eu...

Ele olhou para cima tentando segurar as lágrimas, era um tanto estranho ver um homem com todo aquele porte agindo daquela forma, quem o visse assim jamais acreditaria que se tratava da mesma pessoa, mas ela tinha um efeito nocivo naquele homem, tinha ele na palma de sua mão e sabia disso.

__ Você me perguntou o que eu sinto por você e acho que nem preciso dizer, mas e você o que sente por mim?

Ela ficou em silêncio, olhou para trás e o encarou. De fato era um homem muito bonito e o tempo em que ficaram distante só o deixou ainda mais atraente, fazia tempo que não via o sorriso que tanto gostava; quando estavam a sós ele sempre a olhava com aquele olhar penoso de tristeza como de um cachorro sem dono. Ela passou os dedos entre seus lábios um tanto carnudos e o beijou, seus olhos castanhos eram perpétuos, tão sedutores e atrativos quanto os dela, até mesmo aquela barba por fazer o deixava sexy; sua mão desceu até o abdômen do rapaz, um tanto definido.

After Midnight - Depois da meia noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora