Capítulo 32

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" Em um papel branco, a confiança é o primeiro risco para se começar um amor."
Agles Steib

— Então querem dizer que agora é oficial? Finalmente Harry à pediu em namoro? — Anne perguntou com um sorriso largo.

— Sim - respondi sorrindo também. — Será que posso chama-lá de sogra? — perguntei.

— É claro que sim minha querida — nos abraçamos. — Você é uma menina incrível, sempre fiz muito gosto de você e Harry. Sei que você vai fazer bem a ele — seu olhar era de alívio e súplica. Anne daria a vida se fosse preciso para ver o filho feliz, ela daria todos os seus bens para tirar o Harry dessa "escuridão".

Ela vê em mim essa esperança.

— E sobre Chicago, já falou com ele? — Anne perguntou e voltou a sentar na sua cadeira giratória.

— Ainda não tive oportunidade — lamentei.

— Não teve ou deixou passar por medo?

Suspirei.

— A palavra certa não seria medo, e sim, insegurança, eu acho... — coloquei uma mecha do meu cabelo para trás da orelha. — Harry tem ciúmes do Oliver e eu acho que essa viagem vai deixar ele meio perturbado.

— Eu concordo com você, mas caso você queira convida-lo, fique à vontade — Anne sorri sem dentes.

— Tudo bem — falei, mas meu coração apertou, lembrando que não estava tudo tão bem assim.

***

Assim que deu meio-dia, peguei minha bolsa, meu casaco e sai da minha sala. Harry estava me esperando lá embaixo para irmos almoçar. Passei pela porta e encontrei ele encostado sobre o carro.
Vestindo uma calça jeans preta rasgada no joelho, um moletom branco e nos pés, seus inseparáveis coturnos.
Ele puxou seu cabelo para trás antes de se inclinar para me beijar.

— Está com fome? — ele perguntou assim que entrei no carro.

— Morrendo — falei e ele riu.

Harry seguiu o GPS até o restaurante, suponho que nunca tenhamos ido até lá, já que ele está usando o GPS.

— Restaurante novo? — perguntei.

— Já comemos a comida de lá, porém, nunca comemos lá — ele disse. — É aquele restaurante italiano que pedimos outro dia, o tal do Chef's Dish Restaurant

— Ah sim, a comida deles é realmente deliciosa — comentei enquanto rolava o feed do Instagram.

H

arry estacionou o carro e descemos. Assim que entramos no restaurante, fomos recebidos com um rosto sem muita expressão de um homem alto e musculoso, cabelos e olhos pretos, ele nos desejou um "boa tarde" seco e nos guiou até uma mesa no canto do salão, com vista para rua.

O homem deixou dois cardápios sobre a mesa e se retirou, logo um garçom apareceu. Harry pediu gnocchi ao molho sugo e eu pedi tortellini com recheio de lombo de porco servido com caldo de galinha.
Harry pediu duas taças de vinho e o garçom se retirou.

— Que almoço chique, nem estou propriamente vestida para isso — falei passando a mão sobre o pano de cetim do meu vestido preto. Bem básico, mangas de renda longas com detalhes floral. No pé, uma sapatilha vermelho vinho levemente brilhosa. Look perfeito para o trabalho em uma terça-feira e não para um almoço no restaurante típico italiano. Mas ok.

— Você está linda baby, como sempre — Harry sorri.

Sinto minhas bochechas queimarem. Se eu fosse mais branca, elas estariam vermelhas agora.

— Com licença, seus pedidos — o garçom colocou nossos pratos e nos serviu o vinho. — Bom apetite — ele disse, agradeci e ele saiu.

Começamos a comer em silêncio, e não era um silêncio incômodo, era porque estávamos com tanta fome que não queríamos interromper a refeição para conversar.

Quando nossos pratos estavam quase ficando vazios, Harry resolveu falar.

— Ayla, por que você não me falou sobre Chicago? — ele perguntou e eu senti o vinho travar na minha garganta.

Tossi levemente e respirei fundo. Repousei a taça sobre a mesa e encarei seus olhos.

— Como você soube? — foi a primeira coisa que perguntei.

— Cynthia me contou — ele respondeu calmamente.

— Ok — falei. — Eu estava esperando o momento certo Harry — disse.

— Pra me dizer que iria viajar à trabalho? — ele riu.

— Eu sei que você não gosta do Oliver e sente ciúmes dele, por isso EU queria contar isso pra você, do meu jeito, para que não houvesse stress — falei. — Me entende? — perguntei.

— É claro que sim meu amor — ele segurou minha mão e sorriu.

Ok, tem alguma coisa estranha, esse não é o Harry que eu conheço.

O Harry que eu conheço, no mínimo, iria se alterar comigo lá mesmo na porta da fábrica, querendo saber por que escondi isso dele. Mas ok.

Ok.

— Eu sei que a Cynthia só me falou isso na intenção de fazer a gente brigar, eu contei pra ela sobre o nosso namoro e ela retrucou com essa notícia — ele explicou. — Mas eu estou feliz demais em ter a mulher mais linda e mais incrível do mundo como minha namorada, que nada poderia estragar essa minha felicidade — ele falou e meu coração se encheu de emoção.

— Eu quero que você vá nessa viagem comigo! — afirmei.

— Bebê, você não precisa fazer isso — ele disse.

— Mas eu quero, eu quero que você vá comigo! — afirmei novamente.

— Beleza, então eu vou — ele falou.

Terminamos de beber nosso vinho e fomos até o caixa para pagar a conta. Enquanto o Harry passava o cartão, senti alguém tocar em meu ombro.

Me virei e gelei.

— Ayla! — ele disse com entusiasmo.

— Li-Liam? — gaguejei e ele me abraçou.

A 13° Entrevista De EmpregoOnde histórias criam vida. Descubra agora