Capítulo 04

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— Pelo visto você e meu filho já se conheceram — Anne falou depois de colocar sua primeira fornada de biscoitos no forno.

— Sim, nos conhecemos — falei sem ânimo. Na verdade, ainda estou anestesiada pelo o que ocorreu de manhã.

— Conhecendo bem o filho que tenho, sei que ele falou algumas gracinhas pra você, que provavelmente, te deixou desconfortável — ela limpou as mãos no avental e bebericou seu vinho.

"Acertou!"

— Com relação à isso, fique tranquila — tentei sorrir simpática.

— Você é uma boa menina — ela sorriu. — Mas disfarça muito mal — Anne concluiu.

Rimos.

— Vou recolher as folhas mortas que estão caídas no quintal — anunciei. Ela assentiu e caminhei para os fundos da casa.


       Por volta das 18:00pm, Anne me dispensou e fui me encontrar com Natalie e Louis no bar da Karen.

O táxi me deixou na porta, depois de pagar, caminhei apressadamente até o bar para me abrigar do frio. Assim que adentrei, avistei a dupla dinâmica nos fundos.

— Eu nem estou acreditando que finalmente conseguimos nos reunir, os três — Louis falou animado e gesticulando.

Sentei na cadeira de frente para eles, pendurei minha bolsa atrás de mim e pedi uma cerveja para o garçom.

— E como foi seu primeiro dia de trabalho? — Natalie perguntou e virou o restante de cerveja que tinha em seu copo.

— Eu conheci o filho da minha patroa, fui pega de surpresa, não sabia que ela tinha um filho — falei e suspirei.

— A mulher tem uma neta, como você não imaginou que ela tinha um filho? — Natalie perguntou.

— Não imaginei que ela tinha um filho que mais parece um dos integrantes da One Direction — falei. Agradeci com um sorriso ao garçom e observei de canto ele voltar para o balcão.

— Amor, explica melhor esse lance de integrante da One Direction — Louis disse.

— Ele tem um jeito de menino mimado, todo tatuado, olhos verdes e cabelos desgrenhados — bebi. — Ótimo candidato ao cargo de novo One Direction.

— Pela sua vaga descrição, o rapaz parece ser um pedaço de mal caminho — Louis sorriu maliciosamente.

Louis estava solteiro e literalmente louco para se arranjar com alguém.
Ele terminou faz mais ou menos 3 meses com Jimmy, o barman da boate onde costumamos frequentar.
Desde então, ele quer se misturar de novo para tentar esquecer Jimmy.

— Sossega! — Natalie disse. — E como foi esse "encontro" de vocês? — ela fez aspas com os dedos.

— Horrível! — bebi novamente. — Encontrei ele sem camisa sentado no sofá da sala — falei e vi os olhos de Louis pular dentro do seu copo de cerveja. — Ele ficou cheio de segundas intenções comigo, só não mandei ele ir a merda, porque não quero correr o risco de perder meu emprego. Mas Eu juro pra vocês que, se amanhã ele vir com esse papinho novamente, eu vou chutar as bolas dele!

— Fica tranquila gata, você não vai precisar chutar minhas bolas amanhã.

A cerveja parou no meio da minha garganta e juro que pude senti-la invadir os meus pulmões. Olhei para cima e vi o bendito Harry parado ao meu lado.

— Então você é o gato do peitoral nu que deu em cima da minha amiga? — Louis perguntou, eu não olhei para ele, permaneci com meus olhos vidrados nos do Harry. Mas pude ouvir um "ain Nat." Certeza que Natalie deu um belo de um beliscão nele.

— Boa noite senhorita Ayla McDonald's — Harry disse.

Engoli a seco e respirei fundo.

— Boa noite... Harry.

— Não vai me apresentar ao seus amigos?

"Deveria?"

— Deveria?

— Você acha que não?

— Acho que não há necessidade disso!

— Prazer, sou Louis.

Olhei furiosamente para ele, mas Louis nem olhou para mim. Ele estava com sua mão direcionada para Harry, mas ele o ignorou.

— Acho que você deveria ir embora — fiquei de pé para encara-lo, mas não adiantou muito, ele é intimidadoramente maior que eu.

— Você é a dona do estabelecimento? — ele cerrou os olhos.

— Não, mas você está me importunado, tenho certeza que esse é um ótimo motivo para que eu chame a dona do estabelecimento e ela mesma se encarregue de expulsa-lo daqui!

Harry me olhou de cima a baixo e riu, virou as costas e observei atentamente ele sair pela porta.

Me apoiei sobre a mesa, coloquei minha mão na barriga, fechei os olhos e respirei fundo.

— Você está bem? — ouvi a voz de Natalie.

— Estou.

— Nossa senhora da purpurina dourada, esse homem realmente é um gato. Viu aqueles olhos? E aquele peitoral todo malhado? Mama-mia — Louis fingiu se abanar com a mão e devorou sua cerveja.

Infelizmente devo concordar com Louis, ele realmente é muito bonito, charmoso e... bonito.
Mas o que ele tem de beleza, ele tem de arrogância, soberba e outras coisas que não valem a pena citar.

— Vou pedir mais uma rodada — Natalie disse e eu concordei.





A 13° Entrevista De EmpregoOnde histórias criam vida. Descubra agora