Capítulo 10

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— Coloque o casaco querida, está frio aqui fora — minha mamãe veio até mim com um casaco rosa em suas mãos. Ela vestiu-me e corri de volta para o balanço.

— PAI — gritei e ele me olhou. — Venha me balançar — falei quando ele chegou mais perto.

Papai precisa trabalhar agora querida, irei chamar sua mãe para brincar com você — ele beijou o topo da minha cabeça e observei ele se distanciar de mim.

De longe, vi papai e mamãe, eles pareciam estar nervosos. Mamãe abria os braços e papai virou as costas, entrando em casa.
Mamãe limpou as mãos em seu vestido e atravessou a grama em minha direção.

Vocês brigaram de novo? — perguntei e mamãe empurrou o balanço.

Não querida, foi impressão sua — ela disse.

Logo escuto um barulho que parecia ser tiro, ouvi esse barulho antes, em filmes. Mamãe me pega no colo e rapidamente corre comigo para baixo da árvore.

Dois homens saem pela porta da cozinha e mamãe tampa minha boca com a sua mão, os homens olham ao redor do nosso jardim e depois voltam para dentro da casa.

— Eles fizeram algo com o papai?

Mamãe não disse nada apenas chorou abraçada a mim.

Merda, não acredito que tive esse maldito sonho de novo.

Me arrastei para fora da cama e fui direto para o banheiro, tomei uma ducha e fiquei por alguns  minutos embaixo da água fria, a sensação que eu tinha é que aquele sonho escorria junto com a água.

Sai do banheiro e fui para meu quarto, vesti uma calça jeans clara com dois rasgos em ambos os joelhos, coloquei uma t-shirt preta e vesti a jaqueta que eu comprei ontem.

O tempo estava bastante frio, o que me fez colocar luvas e touca na bolsa, apenas por prevenção.
Calcei minha sapatilha azul escura, tranquei o apartamento e corri para chamar o elevador.

A caminhada até a lanchonete da Karen não é muito longa, mas é a distância suficiente para me fazer pensar no que aconteceu ontem. Na minha briga com Harry.

A única coisa que eu queria entender era o porquê ele me tratava tão rudemente e, de repente, ele se transformou dá água para o vinho. Eu só queria essa explicação dele, mas foi só pressiona-lo que ele mostrou que o seu verdadeiro eu ainda está ali.

— Bom dia Ayla — Karen sorriu para mim do balcão. Sorri em cumprimento e caminhei até a mesa vazia, logo a garçonete que já estava se tornando familiar aos meus olhos, se aproximou.

— Bom dia, o que vai querer hoje? — ela perguntou com um bloquinho de papel na mão.

— Biscoitos e achocolatado, para viagem, por favor — falei e ela anotou.

Peguei meu celular para conferir a hora.
06:45am.

Não sei há que horas acordei, mas pelo visto, foi mais cedo do que de costume. Preciso estar na casa de Anne, no mais tarde 07:30am.
Os meus dias de trabalho é de segunda à sexta-feira, mas decidi ir hoje para suprir o dia de ontem.

A 13° Entrevista De EmpregoOnde histórias criam vida. Descubra agora