Capítulo 25

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Harry ficou em silêncio durante longos minutos, eu não conseguia formar uma frase se quer em minha mente. Por mais que eu não quisesse falar sobre isso, eu teria que falar.

— Há quanto tempo você faz isso? — ele pergunta, quebrando todo clima pesado que pairou sobre nós.

Respirei fundo e sentei no vaso sanitário fechado.

— Desde quando meu pai morreu — respondi de cabeça baixa. Harry se agachou na minha frente e levantou meu rosto pra encara-lo. — Parei quando tinha 16 anos — concluí.

— Se um dia, você sentir vontade de fazer isso novamente, onde quer que eu esteja. Me ligue! — ele disse convicto. — Eu estou aqui por você.

Depois disso, tomamos nosso banho e fomos deitar. Harry terminou de fazer nossa reserva na cabana do Sul, meus olhos já estavam pesados e logo capotei.

06:12am - SEXTA-FEIRA

O meu telefone despertou. Acordei mais cedo pois preciso ir para minha casa, me arrumar para mais um dia de trabalho.

Com todo cuidado do mundo, me levantei para sair da cama. Mas parece que todo meu esforço de não acordar o Harry, não funcionou. Senti sua mão envolver meu pulso e me puxar de volta para cama.

— Só mais 30 minutinhos — ele diz com a voz rouca.

— Eu preciso ir em casa me arrumar, ainda tenho que trabalhar Harry — falo e ele resmunga.

Ele abre os olhos, com o rosto todo amassado e senta na cama. Harry está só de cueca, não me lembro dele ter ido dormir assim. Também, depois do que aconteceu no banheiro ontem de noite, a única coisa que eu queria era me enfiar na cama e dormir por 3 dias.

— Vamos viajar hoje à noite, assim que você sair do trabalho — ele diz e levanta da cama.

Escovo meus dentes com a sua escova, jogo uma água no rosto e Harry me empresta uma de suas calças de moletom. É claro que suas roupas não couberam perfeitamente em mim, a calça por exemplo, ficou arrastando no chão. Mas é o que temos.

— Você precisa começar a deixar algumas roupas sua aqui, assim não vamos precisar acordar tão cedo pra você ir em casa se arrumar — Harry diz assim que sai da garagem do prédio.

— As minhas roupas de ontem estão aí — falei.

— Não é o suficiente — ele disse. — Seria melhor se a gente morasse juntos — ele me olha.

— Sem chances Harry — ri.

— Por que não? — ele pergunta.

É Ayla, por quê não? - minha mente pergunta.

— Não é morar juntos, é um passo muito grande Harry — falei.

— É um passo grande e não é impossível de ser alcançado, já dormimos juntos várias vezes — ele disse.

— Dormir juntos é diferente de morar juntos — falei. — Não temos nem um relacionamento sério, como isso pode funcionar se nem sabemos o que somos? — perguntei.

— E precisamos ter um relacionamento sério para morar juntos? — ele pergunta. — Não precisa rodear, apenas diga que não quer morar comigo — ele fecha a cara.

— Não complica.

— É você quem está complicando, não eu. Pelo contrário, estou querendo facilitar a nossa vida — vejo que estamos perto do meu edifício.

A 13° Entrevista De EmpregoOnde histórias criam vida. Descubra agora