Capítulo 17

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Há uns 30 minutos, Harry me deixou aqui na fábrica e foi embora para sua casa, ele me disse que voltaria para me levar pra almoçar.
Anne me entregou várias pastas e pediu que eu organizasse a mesa da sala de reuniões, pois ela iria apresentar aos sócios e patrocinadores a nova logomarca da fábrica.

Assim que terminei de arrumar todas as pastas na mesa, eu me direcionei a saída, quando esbarro com a ruiva que encontrei ontem de manhã.

— Aprenda a olhar por onde anda! — ela disse rude.

— Desculpe — falei, tentei olhar em seus olhos, já que ela é intimidadoramente mais alta que eu.

Ela revirou os olhos e passou por mim, entrando na sala de reuniões. Quando eu estava prestes a fechar a porta, ela fala algo que não entendo.

— O que disse? — perguntei.

— Seu nome é Ayla, certo? — ela pergunta com um sorriso patético no rosto.

— Sim, por quê?

— Por nada — ela me olha de cima à baixo e ri sarcástica.

Respiro profundamente e faço uma contagem mental até dez, e saio da sala.
Caminho apressadamente até minha sala, a qual estou incrivelmente apaixonada.

Pela janela, eu consigo ver a London Eye e o Big Ben. A vista é linda, estou doida para ver como fica isso aqui de noite.

Ouço alguém bater na porta e autorizo a entrada.

— Bom dia — um homem alto, forte, com cabelo cortado e escuro, barba alinhada, entra na minha sala. — Senhorita McFarlane, certo? — ele sorri para mim, revelando seus dentes perfeitamente alinhados e brancos.

— Sim — respondi meio desconcertada.

— Sou Oliver Williams, muito prazer — ele estendeu a mão para que eu pudesse apertar e, assim eu fiz.

— Prazer é todo meu — fiquei de pé para recebe-lo melhor.

— A senhora Anne pediu que eu lhe entregasse esses documentos, ela disse que você saberia o que fazer — ele me entregou os papéis que estavam na sua mão e eu peguei.

— Ah sim, obrigada — sorri em agradecimento.

— É nova aqui, não é? — ele perguntou.

— Sim, comecei ontem — respondi.

— Seja muito bem-vinda, qualquer dúvida que tiver, pode me procurar. Eu sou o chefe de publicidade da fábrica, não será difícil de me encontrar — ele diz.

— Tudo bem — sorri sem jeito.

— A gente se esbarra por aí — Oliver diz. — Até mais — ele se despede.

— Até — aceno para ele, que fecha a porta atrás de si.

Sento na minha cadeira e começo a ler os contratos que Anne me enviou para avaliar se está tudo correto.

Meu telefone apita, anunciando que recebi uma nova mensagem. Pego meu aparelho e vejo a hora. Já se passaram das 13h e eu nem havia percebido.

"Acabei de chegar na fábrica.
H"

Quando digito "Ok" e envio, ele entra na minha sala.

— Já falei com a sua chefe, ela lhe deu uma hora de almoço — Harry faz a volta na minha mesa e me puxa pela cintura, fazendo nossos corpos se juntar.

— Minha chefe, vulgo sua mãe — falei.

— Eu sei — ele revirou os olhos.

— Mas é sempre bom lembrar — descansei meu braço no seu pescoço e com a outra mão fiz carinho no seu cabelo.

Ele sorriu para mim e depois me beijou, dessa vez o seu beijo tinha gosto de pastilha de menta.

— Harry, alguém pode entrar — olhei para porta.

Não posso ser pega aos beijos com o filho da dona no meu segundo dia de trabalho.

— Ninguém vai entrar, eu tranquei a porta — ele começou a beijar meu pescoço, fazendo meu corpo se arrepiar por completo.

— Você o que? — perguntei desacreditada.

Ele não me respondeu e continuou a beijar meu pescoço e abrir minha blusa, segurei na sua mão, impedindo-o.

— Vamos almoçar? — olhei em seus olhos.

— Está com tanta fome assim? — ele perguntou.

— Muita — menti.

Eu estou com fome, mas não TANTA fome como eu fiz parecer pra ele. Precisamos sair logo dessa sala, antes que aconteça o que não deve acontecer, pelo menos não aqui.

Saímos da minha sala, Harry foi falar algo com Anne, enquanto eu fiquei esperando próximo ao elevador. Como ele estava demorando, resolvo me distrair com o celular. Quando Oliver aparece.

— Está perdida? — ele diz e rimos.

— Não, estou esperando um amigo — eu acho que ele é isso.

— Entendi — Oliver continuava sorrindo para mim, ele fechou um dos botões do seu terno azul escuro. — Estou indo almoçar com alguns colegas, quer ir conosco?

Não respondi de imediato, não gosto de recusar convites, vejo boa intenção nele.

— Ela não quer — Harry apareceu de repente, nos assustando. Ele parou atrás de Oliver, que virou para encara-lo.

— Harry? — Oliver disse e olhou para mim.

O semblante do Harry estava diferente, nunca tinha o visto desta maneira. Ele parecia estar com raiva, ódio. Ou melhor, ele parecia ter raiva de Oliver.

— Esse é o seu amigo? — Oliver pergunta para mim.

— Ela não é minha amiga — Harry responde por mim, — sabe que não tenho amigos — ele sorri, provocando Oliver.

Eu não estou entendendo absolutamente nada, mas sei que se eu não tirar Harry daqui, logo esses dois vão estar rolando pelo chão.

— Vamos embora Harry — apertei o botão para chamar elevador.

No mesmo instante as portas se abrem e eu puxo Harry para dentro.

— Tome cuidado com esse cara, Ayla — Oliver disse e Harry avançou para cima dele, mas as portas se fecharam antes que ele pudesse sair.

Em reação, Harry socou a porta do elevador, me assustando.

A 13° Entrevista De EmpregoOnde histórias criam vida. Descubra agora