Capítulo 4

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Scarlett

O pouco de vento que adentra pela janela ao meu lado bate sobre meu rosto, me dando uma sensação boa; cheia de paz.

Hoje eu estou feliz por dois motivos, primeiro: Michael ficará longe de casa por uma semana. Segundo: Eu ficarei livre das suas agressões por uma semana.

Quando eu fui informada dessa notícia, eu queria pular aos quatro ventos de felicidade, mas me contive, já que o mesmo estava em minha frente com uma cara nada boa.

Acabou que os pais dele ficaram meio doentes — principalmente sua mãe — e como eles moram na Califórnia, ele decidiu, depois de não ter mais escolhas, ir para lá, e ficar uma semana na cidade. Sendo filho único, é meio que sua obrigação cuidar dos seus pais. E não se engane, eu não estou feliz pelo fato de saber que eu meus "sogros" estão doentes, mas sim por que vou passar uma semana sem medo, e isso, para mim, é uma raridade nos últimos dois anos.

O único impasse para ele não ter me levado junto foi por causa do meu trabalho, que eu não poderia largar tudo simplesmente e sair para viajar, então ele aceitou que eu ficasse, e agora estou sentada na mesa de uma lanchonete juntamente com meu chefe, algo que foi totalmente imprevisível, e que nunca pensei que aconteceria.

Eu tento parar de sorri para o nada, principalmente para ele, mas a questão é que até para os bandidos eu sou capaz de sorrir hoje.

Encontrar ele enquanto eu estava passeando pelo Central Park não estava em meu planos, mas bom, assim como aceitei vir aqui com ele, não pude fazer nada para contrariar.

Seus olhos estavam fixos no celular em sua frente, o qual ele pegou a poucos segundos e só percebo que a garçonete está ao nosso lado quando a mesma solta um som estranho da garganta.

— Ah, boa tarde! — Henrique a cumprimenta, guardando o celular novamente.

— Boa tarde senhores, vão pedir algo? — seu olhar se revesa entre nós e o bloquinho que ela tem suas mãos, para fazer as anotações do que queremos.

— Sim, por favor. Eu quero um café expresso e um brownie de chocolate — o homem sentado em minha frente faz seu pedido, sem retirar seus olhos da atendente.

Provavelmente achou ela gostosa.

— E para você moça? — a atendente — que pelo o que posso perceber ter no máximo vinte anos —, se volta para mim e eu sorrio pequeno, já sabendo o que vou querer.

— Um café puro e um bolinho de banana, por favor — peço e ela assente, anotando as coisas no papel que ela tinha.

Depois de avisar que ela em poucos minutos já traria nossos pedidos, ela se afasta.

— Já tinha vindo aqui antes?

— Umas duas vezes, no máximo — respondo olhando para Henrique que havia feito a pergunta.

— Bom, pelo menos fizemos uma boa escolha — diz e eu aceno, sem saber muito o que dizer.

Acabo, por um segundo, levantando meu olhar que estava fixado em minhas mãos para cima, e ali vejo seus olhos me encarando, e seu sorriso cafajeste no canto, igualzinho a como ele chega na empresa na empresa todos os dias.

— Mas então, qual é o seu doce favorito? — questiona reencostando suas costas na cadeira, depois de quebrar nossa troca de olhares.

— Qualquer doce que envolva banana — respondo sem dúvidas, com um grande sorriso no rosto. Eu simplesmente amo banana!

— Sério?

— Sim! — digo contente e ele ri. — E o seu, qual é?

— Brownie de chocolate, sem dúvidas.

Uma Paixão Inesquecível - Os Peterson 3  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora