Henry
Seus lábios ainda parecem estar junto com os mesmo, mesmo que já tenha passado dois dias desde que os senti pela primeira vez.
Quando beijei Scarlett uma sensação totalmente nova tomou conta do meu corpo. Nosso beijo foi delicioso. Sua boca se encaixou perfeitamente na minha e seu gosto junto ao meu foi uma das coisas mais deliciosas que eu já provei na vida. Beija-la foi como uma manhã de domingo; calma, serena e ao mesmo tempo deliciosa. O nosso beijo foi assim.
Quase não a vi depois daquele dia. Os olhares que trocamos foram poucos e em momentos agitados do nosso dia. Ultimamente meu tempo livre aqui na empresa fica mínimo, já que as reuniões parecem se multiplicar cada dia mais. E também não trocamos mensagem, eu sinceramente não sei como puxar o assunto sem alegar que gostei muito do nosso beijo e se possível quero repeti-lo e Scarlett provavelmente também está na mesma situação, ou talvez ela não tenha gostado do que aconteceu.
Essa não é uma opção que eu quero acreditar.
Rolo meus olhos pela entrada da empresa, observando alguns funcionários entrarem enquanto Flora — que está ao meu lado — conversa com a secretária e até presto atenção no começo, mas ao ver a pequena mulher de cabelos ruivos passar pelas portas de vidro, perdo total concentração.
Meus pés não me obedecem e quando menos percebo já estou indo em direção dela, que agora aperta o botão para chamar o elevador.
— Oi — digo ao parar no seu lado. Scarlett parece surpresa ao me ver, e aos poucos um sorriso vai se formando em seus lábios, os quais se fosse possível eu já estaria com eles colados nos meus novamente.
— Oi Henry — ela responde genuína, entrando dentro da caixa de metal que as portas foram abertas agora.
Acompanho-a, entrando dentro do elevador também e aproveito para admira-la.
Hoje Scarlett está vestindo uma calça jeans que realça suas curvas e uma camisa branca, acompanhada com uma blusa com estampa xadrez encima, em seus pais um tênis preto se encontra e seus cabelos estão soltos, como a maioria das vezes. Ela está linda, e acho que isso é impossível de não acontecer. Independente da roupa que ela veste, Scarlett com seu jeito único sempre fica linda.
— Tudo bem? — pergunto após ela se posicionar ao meu lado novamente, depois de apertar o botão para o nosso andar.
— Sim — olha-me. — E com você?
— É clichê, mas depois que eu te vi fiquei melhor — confesso escutando ela dar um risadinha, como se estivesse achando graça das minhas palavras.
Mas eu realmente não menti. Hoje pela manhã, logo depois que eu acordei, meu celular já começou a vibrar desesperadamente com mensagens e e-mails dos mais variáveis tipos, e podemos se dizer que eu não tenho vontade nenhuma de responder as pessoas pela manhã, mas meu mau humor passou assim que vi Scarlett.
Que nem meu irmão e nem me primo fiquem sabendo disso, se não vão me perturbar pelo resto da vida.
Não demora muito para o elevador chegar no nosso andar e após sairmos de dentro dele, ainda calados, percebo que toda a área de design ainda está vazia, já que ainda é parcialmente cedo, e nenhum funcionário se encontra aqui.
— Pelo visto chegamos cedo demais — pronuncio e Scarlett rapidamente passa seu olhar por toda a sala aberta, cheia de mesas e cadeiras que agora estão totalmente vazias, sem excessão.
— Realmente — concorda. — Mas sempre costumo chegar um pouco mais cedo para organizar as coisas, odeio quando algo dá errado.
Apenas assinto, dando-me conta que nunca havia reparado nisso. Scarlett, de fato, é uma das melhores funcionárias da empresa, e merece cada dia mais ser valorizada por nós, já que sem ela provavelmente nossos modelos de computadores não iriam fazer tanto sucesso assim. Ela é a cabeça do pessoal do design, e sem ela, nada seria tão incrível assim, mas pelo fato de sempre ser um dos últimos a chegar na empresa pela manhã, nunca, nunca mesmo, havia reparado que a ruiva chega mais cedo para adiantar as coisas.
— Você ama o trabalho que faz, não é? — questiono me sentando em uma das cadeiras da grande mesa que fica ao meio da sala, enquanto ela está á duas cadeiras de distância da minha, começando a arrumar suas coisas ali.
— É uma das coisas que eu mais gosto de fazer — sorri, continuando a arrumar as coisas. — É algo que eu consigo ocupar minha mente, quanto devo, ou pelo menos tento, esquecer alguma coisas — solta, e sinto um ponto de indireta na sua fala.
— Eu gostei do que aconteceu — sou direto, me referindo ao beijo. — E se pudesse iria repetir mais vezes — digo olhando no fundo dos seus olhos, que agora também se focam nos meus.
Estar sendo tão direto assim pode de algum modo assusta-la, ou deixá-la com vergonha; suas bochechas vermelhas denunciam isso, mas prefiro ser sincero do que sei lá, fazer ela pensar que não gostei do que aconteceu, por isso fiquei alguns dias sem falar com ela.
— Eu também gostei, mesmo achando errado... — essa sussurra, me fazendo franzir o cenho.
Foi errando?
— Por que errado? — pergunto confuso.
— Você é meu chefe, Henrique.
Mordo o lábio inferior, olhando para ela que não retribui o olhar.
— Foda-se isso Scarlett, isso não é o que me preocupa, e nem o que nos impede — digo. Ela fica em silêncio por alguns segundos, me fazendo ficar apreensivo.
— Algo nos impede então? — questiona, me olhando de relance.
— Eu realmente quero conhecer você, ainda mais. Quero saber dos seus gostos, e participar da sua vida, estou disposto a fazer isso, basta você me dar uma chance, porque nada nos impede — sou sincero. Eu realmente quero fazer isso.
Admito agora que o sentimento que sinto por Scarlett parece crescer cada dia mais, e agora o que antes parecia ser algo bobo, tem tomado cada vez mais conta dos meus pensamentos. Eu realmente estou disposto a tentar algo mais sério com ela, e se em alguma vez na minha vida disse que não gostaria de namorar, acho que isso está mudando aos poucos. Posso estar indo rápido de mais, e sendo precipitado, mas não ligo para isso, realmente não ligo.
— Eu não sei o que dizer, tudo ainda está muito confuso dentro de mim — suspira pesadamente. — Eu gostei muito do que aconteceu, mas eu sinto medo... medo de ser como antes. — abaixa o olhar.
Levanto-me da cadeira que eu estava sentado, indo em sua direção e ao chegar em sua frente, pego em suas mãos.
— Ei, olha pra mim — com cuidado, levando seu rosto com uma das minhas mãos. — Eu não quero te forçar a nada, isso nunca vai acontecer. Se você quiser que eu desapareça da sua vida, eu faço isso, mas eu não sou ele Scarlett, nunca vou ser, e estou realmente disposto a fazer tentar algo com você — acaricio seu rosto.
Ser fofo com ela tem se tornado uma necessidade para mim, e nem ao menos eu consigo entender quando isso acontece, eu... simplesmente faço, por livre e espontânea vontade.
Seus lábios se entreabrem, e ela parece respirar profundamente, mas antes que possa falar, um voz atrás de nós faz com que saíssemos do nosso transe e me afasto minimamente dela.
— Scarlett, eu estava averiguando e... — percebo ser a voz de Joacelin e assim que viro-me, ficando ao lado de Scarlett, percebo que estou certo. A mulher de cabelos longos e pretos vem caminhando em nossa direção, enquanto olha para alguns papéis. Sua surpresa é visível ao ver que eu e a ruiva ao meu lado estávamos tão próximos, fazendo-a própria se interromper. — Oh, desculpe-me...
— Tudo bem, eu já vou indo — pronuncio-me, já que Scarlett ainda parece encontrar palavras em sua mente.
Antes de sair andando até a minha sala, tomo liberdade e sem me conter, dou um beijo na testa da ruiva, que arregala minimamente seus olhos. Ela não esperava que eu fizesse isso, não tendo o olhar de Joacelin em cima de nós.
Sem esperar respostas, viro-me para seguir em direção da minha sala, ainda tendo esperanças de uma resposta da ruiva que toma meus pensamentos nos últimos dias, mas também compreendo que talvez esse não seja o melhor momento.
•••
Henry, o que está acontecendo com você meu filho?Até eu estou ansiosa para saber o que a Scarlett irá falar para ele, se ela falar. 👀
Espero que tenham gostado do capítulo.
Beijão, e até quinta ou sexta-feira. 🙃🧡
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Uma Paixão Inesquecível - Os Peterson 3 (Concluído)
RomanceLivro 3 da série: Os Peterson. Henrique Peterson, mais conhecido como Henry, sempre foi regado por mulheres, teve tudo e todas que queria em sua cama. Mas se apaixonar nunca foi algo realmente funcionou com ele. Até que encontra uma certa mulher com...