Capítulo 17

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Henry

Viajo meus olhos pela loja de música, procurando a bendita corda para minha guitarra que estourou hoje pela manhã. Fazia muito tempo que isso não acontecia, mas hoje, para piorar com meu mau humor — que tem tomado conta de mim ultimamente —, até isso aconteceu.

Faz uma semana que voltei a tocar com frequência, desde aquele dia que conversei com Scarlett na empresa, quando Joacelin nos interrompeu. Desde então, para diminuir minha ansiedade e ver se minhas noites passavam mais rápidas, voltei a tocar. Continuo esperando uma resposta concreta de Scarlett, sobre eu ter pedido uma chance para ela, mas até agora não obtive resposta.

Continuamos a conversar todos os dias, tanto na empresa quanto por mensagens mas em nenhum momento citamos nem mesmo se vamos ou não continuar com aquilo. A vontade de beijar ela novamente ainda habita minha cabeça de uma forma absurda, mas não posso força-la a nada, e nunca farei isso.

Acredito que ela precise de um tempo para tomar alguma decisão.

— Olá, precisa de ajuda? — uma voz atrás de mim me faz estremecer, mas ao me virar e ver que é só um dos atendentes da loja, já que está com a camisa estampada com a mesma estampa da fachada, tranquilizo-me.

O homem tem cabelos pretos até os ombros, barba rala no rosto e olhos castanhos. A calça que ele usa é um jeans batido e sua camisa é de uniforme, como já disse.

— Preciso de cordas novas para minha guitarra, mas não achei — explico, e rapidamente ele aponta para o lugar que elas estão. Agradeço a ajuda e sigo até lá, encontrando o que eu procurava.

Pago por elas e saído do local, retomando minha visão para as ruas de Nova York, que agora começa a ascender suas luzes, já que o dia está chegando só fim.

O caminho até o meu apartamento é curto, já que fica perto da loja em que eu estava e estar de carro também facilita. Estaciono o carro na garagem e subo de elevador até a portaria, já que quero verificar se não tem nenhuma correspondência para mim. Geralmente nunca tem, mas gosto de ficar conversando com o porteiro.

— Tem uma pessoa que está te esperando, senhor Henrique. Eu já vi ela subir com o senhor várias vezes então liberei sua entrada. Pensei que já estivesse em casa — Carlos informa, depois de alguns minutos de conversa.

Quem será?

— Eu me atrasei um pouco, tive que comprar uma coisa — balanço a pequena sacola que estava em minha mão para ele. — Mas como essa pessoa é?

Pergunto mesmo que eu já vá subir em poucos minutos. Prefiro saber do que chegar lá em cima e acabar tomando um baque grande.

— Ela era ruiva, e seu nome era Scarlett se não me engano — lembra-se e sorrio de canto ao ouvir suas palavras. O que a ruiva faz aqui?

— Eu conheço ela mesmo — afirmo. — Obrigada pelas informações Carlos, tenha uma ótima noite.

— Igualmente, senhor Henrique — retribui.

Com um sorriso ainda no rosto, sigo em direção do elevador mais uma vez, apertando o botão que leva até a cobertura.

Quando chego em meu andar, encontro um corpo pequeno sentando no chão, ao lado da porta do meu apartamento. Seus cabelos ruivos estão caídos sobre seu rosto e seu olhar se mantém fixo na parede, o que me faz ficar um pouco confuso.

Me aproximo em passos calmos e ela em momento algum percebe minha presença.

Estou começando a ficar preocupado.

— Não esperava te encontrar aqui — digo com uma pitada de humor na voz. Suas órbitas verdes se erguem e depois que elas se encontram com as minha, um sorriso nasce do seu rosto.

Uma Paixão Inesquecível - Os Peterson 3  (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora