“— Aqui está sua bebida laird — Grace entrega a caneca para papai.
— Traga uma para meu filho também! — papai exige.
— Quero chá. — falo.
— Traga a jarra de cerveja! — papai manda.
— Sim, senhor.
Papai me encara friamente.
Grace volta com meu chá e jarra de papai.
— Desejam algo mais?
— Não.
A cozinheira sai, nos deixando sozinhos.
Pego a xícara de chá, quando vou levá-la a boca, papai dá um, tapa na xícara fazendo com que ela derrame o líquido quente em mim.
— Você já é um homem! — papai grita. — Não deve beber mais chás!
— Desculpe, não sabia.
— Sempre a mesma desculpa.
— Eu juro que não sabia....
— Aqui beba! — papai entrega sua caneca.
— Não quero.
— É uma ordem, Alexander!
— Mas...
— Garoto teimoso!
Papai puxa meu cabelo com força, tombando minha cabeça para trás.
Sua cerveja, desce por minha garganta contra minha vontade, quando não suporto mais fecho a boca. Papai tenta me fazer beber mais, quando ele percebe que não irei facilitar, papai pega a jarra e vira no meu rosto.
O líquido entra por meu nariz, me fazendo perder o ar. Papai só para após acabar toda a cerveja.
— A partir de hoje você está proibido de pedir chás, se eu pegá-lo bebendo sofrerá consequências!
— Sim senhor.
— Agora saia, está fedendo."Acordo suando frio, sento na cama. Respiro fundo tentando me acalmar.
Odeio quando os pesadelos atormentam meu sono. Grow está morto já tem tempo e mesmo assim continua me atormentando, não posso mais dar poder há um homem morto.Como sei que não irei voltar a dormir decido levantar, coloco minhas calças. Seguro a túnica, vou nadar no lago então não a necessidade de vesti-la agora.
Abro a porta do quarto de Claude e o cômodo está vazio, olho em volta a cama está desfeita, onde minha filha está se não aqui? Com pressa vou até o quarto de Kenna e travo na porta.
As duas estão deitadas na cama dormindo, desde quando Claude vem dormindo com sua tia? Elas parecem tão tranquilas, de repente sinto vontade de sentir a mesma sensação que elas.
Claude se mexe, alinhando-se ainda mais no pescoço de Kenna, a garota envolve minha filha em seus braços, agarrando-a como se ela fosse fugir há qualquer momento.
Desde que Kenna teve coragem de dizer na minha cara que não sou um bom pai, e depois do nosso encontro na cozinha, ela tem me evitado. Nem olhar nos meus olhos ela tem coragem, não posso culpa-la.
— Lindo não é? — estava tão distraído que nem percebi a presença de Kyle.
— O que faz aqui? — rosno.
— Estava fazendo a ronda e vi você parado aqui.
— É você quem faz as rondas dos quartos?
— Sim.
— Por que agora?
— Que?
— Kyle você nunca fez as rondas dos quartos antes, sempre foi Ronald. Aí agora que Kenna apareceu você decidiu ficar por aqui! — constatei o óbvio.
— Laird, eu fazer as rondas não tem nada haver com a garota.
— Será que não?
— Está imaginando coisas.
— Espero que seja somente isso. Não quero você perto dela!
— Por que não?
— Kenna não está aqui para atrair atenção dos homens e sim para educar minha filha!
— E se ela se interessar por algum homem? Qual seria o problema?
— Vamos ser sinceros Kyle, você sempre gostou de mulheres e não de meninas. Você gosta de mulheres atraentes e voluptuosa e não uma garota inocente que provavelmente nem sabe beijar quem dirá satisfazer um homem!
— Acredito que possam continuar essa conversa em outro lugar, sua filha está dormindo. — congelo.
Não percebi que não tinha fechado a porta, muito menos que Kenna estava parada ouvindo tudo.
— Kenna...
— Só saim por favor.
— Não tive a intenção de ofende-la.
— Acho que teve sim, mas para o bem de nossa convivência aprendi a não me importar com as opiniões alheias.
— Senhorita Heughan, peço desculpas pelo que ouviu! — Kyle se desculpa.
— Só peço que saiam agora, e por favor não se aproximem novamente. — ela fechou a porta antes que pudéssemos dizer algo.
— Ela está magoada!
— Eu sei. — respondo.
— A culpa é sua!
— Minha?
— Sim.
— Que seja, vamos sair daqui.
— Sim laird.
— Estarei em minha sala, qualquer coisa chame.A hora do almoço chegou, todos já estavam sentados há mesa. Claude estava radiante com Kenna, sorria sem parar. Fiquei curioso para saber o motivo, as duas cochicham sem parar.
— Meu laird, ouviu o que disse? — Isla chama minha atenção.
— Na verdade não.
— Está bem distraído.
— Um pouco, talvez.
— Posso ajudá-lo, procure-me depois da refeição.
— Não vai dar.
— E, porque não?
— Eu disse que não e ponto. — nem sei porque convidei Isla para vir, só sei, que estou arrependido.
Volto minha atenção para Claude e Kenna, minha filha pega um pedaço de carne com a mão e Kenna e repreende. A jovem ajuda minha filha cortar a carne, Claude faz o que Kenna diz e da uma risadinha ao conseguir.
— Claude está ficando igual há ela! — Isla aponta.
— Está sim.
— Acha que é boa ideia?
— Que?
— Acredita que é bom para Claude ser igualzinha a essa garota?
— Não estou entendo o que quer dizer?
— Essa menina é ingênua de mais, não sabe de nada da vida. Cresceu em uma casa para jovens, o que esse lugar ensina para elas? Nada. Elas não sabem nada, por isso são manipuladas por homens. É isso que deseja para Claude?
— E o que acha ser melhor? Quer que minha filha seja igual há você? Uma mulher que se deita com homens por xelins, que espera de mais dos homens? É isso que acha melhor?
— Alexander...
— Responda, é essa vida que considera melhor?
— Não.
— Então, não fale mais. Não pedi sua opinião então não diga nada.
— Entendi.
— Ótimo.Após a refeição, procuro por Claude. Ela está na sala de costura com Kenna.
— Papai! — sorri animada.
— Como anda as costuras?
— Muito bem, tia Kenna é uma ótima educadora.
— Estou vendo.
Kenna está no canto sorrindo para minha filha.
— Sente-se conosco.
— Não posso demorar muito.
— Entendo. — Claude parece decepcionada.
— Talvez eu fique só um pouquinho.
— Fique sim!
— Acho melhor deixá-los há sós. — Kenna ia se levantar.
— Fique também. — Claude pede.
— Não tem problema. — falo.
— Então, ficarei.
Claude continua a costurar, o tecido verde parece dançar em suas mãos.
— O que está preparando?
— Um vestido novo. — ela responde.
— Tenho certeza que ficará lindo.
— Tia Kenna disse o mesmo.
Olho para a jovem que costura uma manta, ela está bem concentrada.
— Nem tente falar, ela não irá ouvir.
— O que? — pergunto confuso.
— Titia está concentrada, quando fica assim ela não escuta o que digo.
— E você fica sozinha?
— Não estou sozinha, ela está aqui. — sorri. — Se preciso de alguma coisa é só toca-la que tia volta.
— Entendo.
— Papai, posso pedir algo?
— Sim.
— Estava conversando com titia, e ela informou que gostaria de passear pelo castelo, será que podemos tirar um tempo para fazer caminhadas?
— Não quero você andando por aí.
— Deixe que Kyle venha conosco.
— Não.
— Ele é forte e poderá nos defender.
— Já disse que Kyle não.
— Papai, andar pelo castelo não é perigoso, nunca fomos atacados. Ninguém nunca tentou nos prejudicar então, deixe que façamos as caminhadas.
Suspiro frustrado.
— Está certo, eu autorizo.
— Obrigada! — Claude se joga em mim.
Fico sem jeito, nunca fui de abraça-la. Nunca dei tanta atenção que Claude necessita.
— Quando forem sair, Ronald irá com vocês.
— Tudo bem.
— Agora preciso ir.
— Obrigada papai.
Beijo sua testa.
Sinto que estamos sendo observados, olho e vejo Kenna nos encarando sorrindo.
— Tia Kenna, papai nos deixou fazer caminhadas matinais!
— Fico feliz em saber.
— Bom, agora as deixarei sozinhas. Como disse antes, sempre que forem sair chame Ronald.
— Sim papai.
Saio da sala de costura, na porta escuto as duas rindo.
Parece que minha filha está gostando de sua tia, muito para falar a verdade. Nem sei se é bom as duas ficarem tão próximas, porque não irá demorar para Kenna ir embora. Não quero ver Claude sofrendo por ela.
Talvez seja bom conversar com Kenna, e fazê-la entender o meu ponto.
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Feita para o MacCabe [Completo]
RomanceAlexander MacCabe conheceu a dor ainda pequeno, seu pai era um homem rude e não se importava muito com o filho. Então, Alexander se tornou um homem frio, após a morte de seu pai ele se tornou o líder do seu clã. Ele era respeitado por todos e temido...