Capítulo trinta e quatro

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— Levante-se Alexander, lute como um homem! — papai grita sem parar, eu tento levantar mais está difícil. Meu braço está doendo, o sangue escorre do meu rosto.
— Saia desse chão agora!
Levanto devagar, tento me manter em pé, pois sei que se eu cair será pior.
— Ele é resistente. — o homem estranho diz para o papai.
— Pelo menos isso. — Grow resmunga.
— Ele já está bem machucado, tem certeza que quer continuar? — o estranho pergunta, papai só acena em concordância. 
O estranho é bem alto e forte, ele já me bateu muito e papai deixou que ele continuasse me machucando.
— Pegue a espada e lute Alexander!
Pego minha espada, e o homem estranho já vem para cima de mim, defendo-me dos seus primeiros golpes. 
Não consigo acreditar quando vejo que consegui acertar a barriga do estranho, por um momento de descuido sou derrubado no chão com força.
— Tão fraco — o estanho sussurra. — Mal posso esperar para tê-lo essa noite em minha cabana.
A bile sobe, o temor toma conta de mim. Não quero ir para a cabana desse estranho mais tarde.
— Venha eu o ajudo se levantar. — ele estande a mão, mas eu ignoro-o. 
— Você me decepcionou Alexander! — Grow diz me dando um soco no rosto.
— Desculpe-me senhor. — digo.
— Temos um acordo Grow? — o estranho pergunta.
— Sim, temos sim.
— Ótimo.
— Eu não quero ir vê-lo mais tarde. — digo nervoso.
— Então mate-o esse é o único modo de você não ir. — papai diz.
— Nunca matei um homem.
— Está na hora de começar!
— Como eu faço?
— Pegue sua espada e o acerte.
— Não posso — falo baixinho.
— Então mais tarde irá receber sua punição, e não serei eu quem aplicará e não me importo com o que acontecerá!
Não quero mais punições, as do papai machucam muito, as do estranho podem ser pior. 
Decido, pego a espada da mão do papai e vou na direção do estranho. Ele se vira quando percebe que alguém está atrás dele, sem esperar ele dizer uma palavra faço um grande corte na sua barriga, ele grita. Faço outro corte na sua garganta, assim que o estranho cai no chão, enfio a espada no seu coração. Só retiro quando percebo que ele está realmente morto.
— Muito bem Alexander, entre agora!
— Não irei receber nenhuma punição? — pergunto receoso.
— Por enquanto não.
Saio de perto de Grow, olho minhas mãos elas estão todas sujas de sangue.
— Alexander? — papai chama.
— Pois não, senhor?
— Se mostrou digno hoje, então, espere sua recompensa chegar mais tarde.
— O que será a recompensa?
— Se tornará um homem completo hoje, meu filho.
Faz tempo que Grow não me chama de filho, então, se ele diz que vou me tornar um homem completo hoje ele deve estar certo."

Acordo suando frio, minha cabeça dói. Tento me mexer, mas algo está no meu braço, ou melhor, alguém.
Claude dorme agarrada a mim, desde que Kenna foi embora, minha filha está cada dia mais por perto. Ela está triste, nem dizer o nome de Kenna ela diz. 
Ontem Claude fez perguntas que nem eu ao menos sei as respostas, mas uma das perguntas, eu confirmei ser verdade, sem realmente saber.
— Papai?
— Sim?
— Posso perguntar algo?
— Fale.
— Eu… eu sou sua filha?
— Porque está perguntando?
— Lembrei daquele dia em que você disse que eu não era sua.
— Eu estava com a mente fervendo, e falei coisas sem sentidos.
— Então, você é mesmo meu papai?
— Sim, eu sou.
— Ótimo, você é o melhor! — ela diz antes de me abraçar e dormir."

Levanto devagar, desço para minha sala, encho uma caneca com cerveja e me sento.
Desde a partida de Kenna que não durmo direito, os sonhos ruins voltaram. Ela era o que fazia tudo ficar bem, Kenna era e ainda é importante para mim.
Sinto falta dela, falta do seu sorriso dos seus beijos, do seu corpo e principalmente do seu bom coração.
Prometi esperar ela voltar quando estiver pronta, mas minha vontade é de ir buscá-la, nem que seja a força. Enquanto Kenna estiver fora, continuarei passando meu tempo com Claude, minha filha precisa de mim. 
— Não deveria estar dormindo? — levanto a cabeça e vejo Madelyne parada na porta.
— E você também não?
— Não consegui.
— Eu também não.
Madelyne entra puxa uma cadeira e senta.
— Sabe, fora eu. Kenna nunca teve mais ninguém que realmente se importasse com ela, vivíamos vendo algumas meninas recebendo atenção dos homens que trabalham por lá algumas vezes. Teve um dia que Kenna perguntou se algum dia, iríamos receber aquela atenção, respondi que sim, mas o dia nunca chegava então desistimos. — Madelyne faz uma pausa. — Vivíamos imaginando como seria nosso homem amado, falávamos que ele iria nos amar com ferocidade.
— Planeavam sem ao menos saber se iriam encontrar um esposo? 
— Sim, que tolas não! — Madelyne sorri. — As madres colocaram tantas imaginações em nossa cabeça, que ficávamos esperando diariamente o homem perfeito aparecer. Mas infelizmente aconteceu ao controle.
— Essas madres deveriam parar de dar esperanças para as jovens! — digo a verdade.
— Deveriam mesmo. 
Silêncio.
— Você acredita que Kenna vai mesmo voltar? — indago preocupado.
— Ela vai, mas não posso te dizer quando.
— Kenna não precisava ter ido.
— Ela tinha que ir, porque só assim para ela perceber que aqui ela tem tudo que sempre sonhou.
— Eu pedi ela em matrimônio, mas Kenna recusou.
— Eu sei. — Madelyne suspira. — Alexander, você precisa entender que Kenna foi porque estava se sentindo inferior há você. Nós conversamos na noite anterior a partida dela, Kenna falou que estava indo porque ela nunca chegaria aos pés de Tiera.
— O quê?
— Entendeu agora, Kenna estava se comparando a irmã morta.
— Não deveria.
— Eu sei que não.
— Estou ainda mais confuso, Kenna partiu porque achava não ser boa o bastante como Tiera? — pergunto.
— Isso aí!
— Porquê?
— Somos jovens, coisas tolas sempre passam por nossa mente.
— Isso não é desculpa!
— Não é, mas não nos impede de pensar mesmo assim, e cometer erros.
Agora que sinto ainda mais vontade de ir buscar Kenna, e lhe dar umas boas palmadas no traseiro por pensar que é interior a alguém.
— Você também pensa em coisas tolas? — pergunto.
— Sim, às vezes. — Madelyne dá uma risadinha. — Mesmos eu tendo passado por um trauma, não me impede de cometer erros tolos.
Sei muito bem do que ela dizendo.
— Não magoe ele! — falo sério.
— Já pensou que pode ser ele quem irá me magoar? 
— Kyle é bom de mais para ferir uma mulher.
— Pode deixar que não partirei o coração do seu amigo.
— Proteja o seu também.
— Eu vou.
— Ótimo.
Desde que Kenna foi embora, percebi que Kyle anda atrás de Madelyne, os dois vivem juntos. Sei que andam se encontrando escondido, só espero que não acabe mal essa situação toda.
— Quer um conselho? — ela pergunta.
— Se eu disser que não você vai embora?
— Não!
— Então, fale de uma vez.
— Meu conselho é mande Isla embora do clã, se Kenna voltar e ver que a mulher que esquenta sua cama ainda está por aqui, Kenna ficará retraída e talvez ela continue pensando que vocês dois se encontram.
— Não vejo mais Isla. — a última vez que falei com ela Kenna ainda não tinha partido.
— Kenna não sabe disso.
— Está bem, entendi o que quer dizer. Vou resolver essa situação.
— Maravilha!
Madelyne começa a sair quando eu a chamo.
— Como sabe tudo isso de Kenna? — questiono curioso.
— Somos mulheres, podemos ainda ser jovens, mas somos mulheres. 
— Só isso?
— Como você se sentiria se chegasse um dia e visse que Kenna ainda vive no mesmo lugar com o homem que esquentava a cama dela? 
 De repente a imagem de Kenna abraçada com Kyle me vem a mente.
— Eu ficaria furioso! — digo.
— Então entende a onde quero chegar.
— Mandarei Isla embora. 
— Faça isso.
Madelyne tem razão, não posso começar uma vida ao lado de Kenna com Isla vivendo por aqui, ela terá de arrumar outro lugar para morar.

Feita para o MacCabe [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora