Feita para o MacCabe [Completo]

Capítulo nove

Kenna

Passo no quarto de Claude, descemos juntas para o jantar.
Nós sentamos uma do lado da outra, Claude está bem animada como em todas as noites.
— Papai, olhe meus cabelos! — a menina diz sorrindo.
— Está lindo.
— Tia Kenna quem arrumou.
— Talvez ela possa, ensina-la a se pentear sozinha. — Alexander diz.
— Ela ensinou — Claude respondeu. — Mas prefiro quando titia me arruma.
— Entendi.
— Talvez eu possa trançar seus cabelos, papai.
— Quê? — ele não parecia ter compreendido.
— Seus cabelos são grandes, e pensei que gostaria. — Claude diz baixo.
— Não se preocupe comigo!
— Mas…
— Claude, pare! — Alexander se exaltou.
Fiquei sem entender o motivo.
— Querida, não perturbe seu pai — falo, tentando aliviar a tensão.
— Tá bom, titia.
— Bom, vamos comer! — diz Kyle.

A refeição foi feita em silêncio, a tensão ainda estava no ar. Alexander parecia perdido em pensamentos.

Kyle poucas vezes abria a boca para responder o que Claude perguntava. Em algumas noites, o castelo era aberto para os guerreiros virem fazer a refeição conosco, hoje era uma dessas noites. Isla também estava presente, seu olhar sobre mim era mortal. Não entendo o porquê, nunca fiz nada contra ela nem se quer falei com ela nenhuma vez.

— Então, Kenna o que está achando de viver aqui? — Kyle pergunta.

De repente toda atenção está voltada para mim.

— Estou apreciando muito. — respondo educadamente.
— Fico feliz. Se precisar de algo, procure-me.
— Obrigada. — sorrio.
— Kenna como era viver em uma casa de jovens? — estranho a pergunta de Isla.
— Normal.
— Imagino que deva estar bem feliz por sair de lá!
— Não entendi o que quis dizer.
— Você viveu em uma casa só com mulheres e agora está cercada de homens, deve estar se sentindo no paraíso.

Não estava gostando do rumo daquela conversa.

— Ainda não compreendi.
— Claro que não. — Isla gargalha. — Já que é tão… inocente.

Oh! Então é isso.

Ela está rindo de mim por eu nunca ter me deitado com um homem.

— Sim, eu sou inocente. — falo normalmente.
— Conte mais… — ela sorri perversamente.
— Não sei o que quer saber.
— Chega! — Alexander rugi.
— Deixe-a falar. — Isla pede.
— Não.
— Alexander…
— Isla, chega! — tremo com seu grito.

Claude está sentada ao meu lado tremendo também.

— Venha querida, vamos subir — convido-a.
— Sim. — sussurrou.
— Com licença. — digo para todos presentes na mesa.

Paramos em frente a porta de seu quarto, Claude não fez nenhum movimento para entrar.
— Irei ajudá-la a se trocar.

Entramos, ajudo-a a retirar o vestido e colocar a camisola de dormir. Claude se senta em frente a penteadeira, solto sua trança e penteio seus cabelos.

— Porque Isla fez aquelas perguntas para você?
— Não sei. — respondi.
— Ela não gosta de você também. — não pareceu uma pergunta.
— Não vamos pensar nela.
— Queria que ela fosse embora, ou que fosse devorada pelos lobos do bosque.
— Claude! — fico espantada com sua revelação.
— Desculpe.
— Nunca mais diga uma coisa dessas, já pensou se alguém escuta.
— Não farei novamente.
— Ótimo.
— Posso dormir com você? — ela pede com aqueles olhinhos brilhantes.
— Só hoje.
— Obrigada.
— Vamos.

Entramos no meu quarto, pego minha camisola e vou para trás do biombo me trocar.
Após trocar a roupa, me sento em frente a penteadeira.

— Posso pentear seus cabelos? — Claude pede.
— Sim.