Feita para o MacCabe [Completo]

Capítulo dezoito

Abro a porta do quarto de Kenna bem devagar, ela dorme tranquilamente ao lado de Claude. Minha filha ficou bem preocupada com sua tia, vi o desespero em seus olhinhos quando cheguei com Kenna desacordada. 
Meu corpo reage quando lembro da maciez do corpo dela, tive que aperta-la junto há mim para segura-la. Lembro também, da sua inocência ao ficar nua na minha frente, seu traseiro arredondado é convidativo. 
Limpo os pensamentos, Kenna passou por maus momentos e eu aqui pensando no corpo dela. Sento-me no banco do lado da cama, fico olhando-as dormir.
 Sinto um pouco de inveja dessa tranquilidade que às duas têm, não tenho uma noite de sono tranquila desde que Claude nasceu. Após seu nascimento, os sonhos com Grow voltaram, tive medo de ser igual há ele, um monstro, por esse motivo me afastei de Claude. Quem cuidava dela era uma ama de leite que arrumei, Kyle também nunca se afastou dela, por isso, hoje Claude o chama de tio.
Se ela soubesse que de certa forma Kyle é mesmo tio dela. Grow seduziu a mãe de Kyle, quando ela contou que estava esperando um filho, Grow disse que ela poderia ter o bebê, mas ele nunca iria assumi-lo. Kyle também sofreu muito nas mãos de Grow, todos pensam que todo sofrimento que Kyle passou era porque ele era um jovem que não abaixava a cabeça para ninguém, mas, na verdade, ele sofreu por ser filho do mostro. Até hoje esse é um segredo nosso, Kyle não gosta que lembrem ele de quem é seu pai, eu também não gostaria, mas infelizmente, todas as responsabilidades vieram para mim.
— Alexander? — escuto Kenna chamando.
— Pensei que estava dormindo.
— Eu estava, mas acordei para beber água, e o vi aí sentado olhando para o nada.
— Estava distraído.
— Percebi, pois, o chamei mais de duas vezes.
— Meus pensamentos estavam longe.
— Passado? — ela pergunta.
— Como sabe?
— Só deduzi.
— E acertou.
Ela sorri.
— Quer que eu pegue água? — ofereço.
— Não é necessário, eu mesma pego.
— Certo.
Vejo-a levantando, sua camisola branca marca todas suas curvas. Kenna vai até a pequena mesa que tem no canto, enche uma caneca com água. Observo atentamente seus modos, até o simples gesto de beber água está mexendo comigo. 
Ela volta se senta na beirada da cama de frente para mim.
— O que faz aqui? — ela pergunta baixinho.
— Vim ver como estavam.
— Entendo.
— Você deveria estar descansando, depois do que aconteceu. — falo.
— E você também!
— Não costumo dormir muito.
— Porquê?
— Minhas noites não são tranquilas, toda vez que durmo ele invade minha mente. — digo a verdade.
— E não tem nada que o faça esquece-lo?
— Infelizmente não. 
Às vezes, dormir ao Tiera ajudava, mas nem sempre funcionava.
— Sabe, quando eu tinha sonhos ruins, Madelyne dormia comigo, só de saber que tinha alguém do meu lado eu já me sentia protegida.
— Você tinha sonhos ruins?
— Sim. — sua expressão fica triste de repente. — Meu pai não era um homem muito paciente, tudo tinha que estar perfeito. Depois que Tiera se juntou a você, meu pai ficou pior.
— Como assim?
— Ele vivia dizendo que tinha perdido sua filha preciosa, e eu não iria servir para nada. E quando ele ficou mal, pedi para que ele deixasse que eu viesse aqui com Tiera, mas ele não deixou, só disse que me levaria para um lugar aonde eu merecia estar.
— Foi por este motivo que ele há levou para viver com as madres?
— Sim.
— E você contou para Tiera?
— Não. Eu não quis atrapalhar.
— Você não ia.— afirmo.
— Mas eu não tinha como saber, era muito nova e imatura. Não tenho do que reclamar, viver com as madres me ensinou ser quem sou.
— Devido a elas, você se tornou uma jovem, bonita e educada.
Vejo o rosto de Kenna corar.
— Obrigada pelo elogio. 
— Só digo verdades.
— Acho melhor eu voltar a dormir. — ela diz.
— Claro, já estou indo.
Levantamos ao mesmo tempo, Kenna está bem próxima do meu corpo. Sem me conter acabo puxando-a para mim, beijo seus lábios, eles são macios e feitos para serem beijados. 
Kenna geme baixinho quando coloco minha língua em sua boca, ela beija-me lentamente no começo, depois vai se acostumando com meu ritmo. Passo minhas mãos pelas laterais do seu corpo até chegar ao seu traseiro, aperto-os, ela geme. Suas mãos tímidas vão subindo por meus braços até chegar em meu pescoço. Meu corpo está ardendo pedindo por ela. 
Kenna interrompe o beijo.
— Não podemos! — ela diz sem fôlego.
— Kenna...
— Claude está bem ali. — aponta para cama.
Por um momento de desejo, esqueci que minha filha estava aqui. Ela poderia ter visto, eu praticamente atacando sua tia como um animal.
— Acredito que seja melhor eu ir.
— Talvez seja.
— Talvez?
— Fique. — pede.
— Acho melhor não.
— Durma aqui, você se deita em um dos lados de Claude e eu fico do outro.
— Melhor não, não quero que Claude me veja aqui.
— Só hoje, veja se vai conseguir dormir sem ter sonhos ruins. Amanhã você pode se levantar antes de Claude acordar.
— Tudo bem.
Kenna vai para seu lado, eu fico do outro. Já faz tempo que deitei para dormir ao lado de uma mulher.
Sempre ia embora depois dos meus encontros, nunca fiquei. Agora estou aqui, deitado com Kenna, sei que Claude está aqui no meio, mas, minha cabeça está toda voltada para a jovem de cabelos negros e sorriso doce.
Vejo Kenna dormir, ela pega no sono rapidamente. Por incrível que pareça meu sono também está grande, talvez essa noite eu não tenha sonhos ruins, quem sabe dormir observando Kenna seja minha cura.