Kenna
— Minha querida, você precisa sair deste cômodo. Vá lá fora veja o sol, sinta o vento no rosto, fará bem há você. — madre Debby diz.
— Não tenho vontade de sair.
— Desde que voltou você saiu daqui somente três vezes.
— Está contando?
— Estou, porque me preocupo com você.
— Desculpe.
— Tem se alimentado mal também.
— Estou sem vontade de comer, o cheiro dos alimentos sendo preparados está me dando náuseas.
— Prepararei um chá para as náuseas pararem. — madre Debby fala.
— Agradeço.
— Posso perguntar algo?
— Sim.
— Porque voltou se está claro como dia que está sofrendo por estar longe de quem ama?
— Sinceramente, não sei.
— Do que tem medo?
— De não ser suficiente. — respondo por fim.
— Acredita mesmo que não será?
— Eu não sei responder.
— Querida, você foi muito tola!
— Como?
— Está aqui vivendo com mulheres amarguradas, algumas invejosas e outras que não sabem o que querem, enquanto poderia estar vivendo um lindo amor!
Fico surpresa com suas palavras.
— Madre Debby não deveria estar falando das outras deste modo.— há repreendo.
— E você não deveria ter voltado.
— Eu precisava de um tempo.
— Fugir nem sempre é a melhor solução.
— Não fugi. — defendo-me.
— Fez sim. — ela respira fundo. — Como se sentiria se um dia Madelyne lhe escrevesse contando que ele pediu outra em matrimônio?
— Eu ficaria feliz por Alexander. — minto.
— E se tornaria uma mulher amargurada vivendo aqui para sempre, cuidando de algumas jovens ingratas e outras boas.
— Você fala como se tivesse feito escolhas erradas! — acabo dizendo.
— E fiz, e aonde isso me levou? Me trouxe para cá.
— Você já amou?
— Sim, e foi um belo amor.
— Não sabia.
— Eu tinha uma vida antes de vir para cá. — ela sorri. — Conheci meu amor quando ainda na juventude, ele era um bom homem. Vivíamos nos encontrando escondidos, ele foi meu primeiro homem em tudo, estávamos tão felizes. — Debby faz uma pausa. — A única pessoa que sabia dos nossos encontros era minha irmã, mais velha. Briana era mais bonita, e fazia os homens admira-la como uns tolos. Brianna se encontrava com um homem, ela parecia feliz com ele. Minha irmã se encontrava com o homem dela e eu com o meu, era nosso segredo.
— Alguém descobriu sobre seus encontros? — indago curiosa.
— Deixe-me continuar. Braun estava decidido a pedir minha mão para meu pai, tive medo por ele, mas concordei. Pedi a Braun que esperasse mais uma noite antes fazer o pedido. Naquela mesma noite contei tudo para Brianna, minha irmã começou a chorar de repente. Fiquei preocupada com ela, aí Brianna me contou o motivo das lágrimas, suas regras não estava vindo, ou seja, ela estava carregando um filho.
— Oh!
— Perguntei se ela havia contado para o pai do bebê, Brianna disse que sim, e que ele lhe respondeu que aquele filho não era dele. Aquele bastardo largou minha irmã esperando seu filho, Brianna estava desolada.
— O que aconteceu depois?
— Brianna pediu desesperada que eu lhe ajudasse, eu não sabia como poderia ajudar, mas faria qualquer coisa. Então, foi aí que ela disse para que eu pedisse há Braun que assumisse seu filho. No momento que ela propôs isso eu fiquei espantada, não sabia como agir. — Debby limpa a única lágrima que caiu. — Brianna disse ser o único jeito, ela dizia que mesmo estando casada com Braun nós poderíamos continuar nos encontrando.
— Você concordou?
— Não concordei, falei que ela estava ficando louca. Até que Brianna disse que se as pessoas descobrissem que ela estava esperando um filho e não tinha um marido, iria arruinar nossa família.
— O que você fez?
— O que tinha que ser feito, na manhã seguinte antes que Braun aparecesse para conversar com meu pai, contei que Braun se encontrava com Brianna e agora as regras dela não estava vindo. Papai ficou furioso, foi atrás de Braun, e o obrigou a se casar com Brianna.
— E Braun quis?
— Ele não teve escolha, se ele escolhesse não se juntar há Brianna, sua família ficaria arruinada como a minha.
— Você sacrificou seu amor para ajudar sua irmã?
— Sim, eu fiz.
— Você se arrependeu?
— No começo não, mas depois vi que errei.
— Quando descobriu que fez a escolha errada?
— No leito de morte de Brianna, ela disse que tinha inveja do amor que Braun sentia por mim, então, ela tinha que ter ele. Brianna falou que não se importava se eu estava infeliz, foi ideia dela papai me mandar para cá.
— Oh!
— Brianna era mais bela, educada, e tinha tudo que sempre queria. Ainda sim, não se contentava.
— O que aconteceu com Braun? — pergunto.
— Não sei, ele foi embora e ninguém soube mais dele.
— Mais, e o filho que sua irmã estava esperando?
— Não havia uma criança, era mentira.
— Sinto muito por você.
— Por isso querida eu lhe digo, não espere ser tarde de mais para se entregar a felicidade.
— Eu não vou!
— Então, desça comigo, tomaremos um chá. Aí depois você irá lá fora informar para aqueles guerreiros que vocês estão voltando.
— Vamos então!
Alexander me deixou vir, mas mandou quatro guerreiros para ficarem em guarda caso algo acontecesse.
— Acredita que madre Josy voltará a falar comigo novamente? — questiono enquanto descemos as escadas.
— Claro que sim, aquela velha é ranzinza, mas tem bom coração. — damos risada. — Ela não veio ainda, pois, algumas noites atrás, chegou uma nova mulher pedindo abrigo. Josely está cuidando da moça, lhe instruindo no que for preciso.
— Entendo.
— Olhe aquilo.
Viro na direção que madre Debby aponta. Vejo dois dos guerreiros sendo cercados por cinco jovens.
— Eles não parecem estar com paciência.— falo.
— E não estão, por mim, eles poderiam cortar com suas espadas aquelas jovens. — Debby resmunga.
— Você está sendo mal!
— Estou?
— Sim, está sim.
— Querida, se não quiser me ver sendo má com um bando de jovens não traga mais nenhum guerreiro para cá!
— Não irei.
— Ótimo. Agora vamos, tomar nosso chá.
— Porque nunca tivemos uma conversa prolongada como está antes?
— Porquê Josely queria que você se tornasse igual a ela, e pelo jeito aquela velha conseguiu.
— Não conseguiu não.
— Kenna querida, você largou um homem que disse que te amava e ainda lhe pediu em matrimônio para voltar a viver aqui!
— Eu fui uma tola não fui?
— Sim, mas ainda há tempo de se redimir.
— Espero.
— Não tema, ele estará lhe esperando.
— Será?
— Sim, tenho certeza. Quando vê-lo de novo, diga que o ama, seja corajosa deixe o medo para quando estiver só. Perante os outros, mostre coragem, deixe que todos vejam o quanto a futura esposa do laird é poderosa!
— Você é quem deveria se casar com Alexander. — falo rindo.
— Não me tente. — se me conter acabo gargalhando, ela me acompanha.
Madre Debby e eu nunca conversamos assim, eu pensava que ninguém gostava de falar comigo, mas pelo jeito, era madre Josely quem não deixava.
Quando voltei, contei para as madres o que havia acontecido, madre Josy não quis falar comigo, e nem quis que eu ficasse, pois, eu não era mais pura e não merecia viver ali com elas. Foi madre Debby quem me aceitou, brigou com as outras defendendo-me.
Não sou mal agradecida, mas fico contente que madre Josy se afastou, e agora, Debby está por perto. Se não fosse por ela, provavelmente, eu ainda iria estar sem enxergar que a felicidade estava bem na minha frente e eu quase deixei passar.
Espero que Alexander esteja me esperando pois, voltarei para seus braços, de onde eu nunca deveria ter saído. Pois eu, fui feita para o MacCabe.
----------------------------Chegamos aos últimos capítulos.
Espero de coração que estejam gostando.
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Feita para o MacCabe [Completo]
Roman d'amourAlexander MacCabe conheceu a dor ainda pequeno, seu pai era um homem rude e não se importava muito com o filho. Então, Alexander se tornou um homem frio, após a morte de seu pai ele se tornou o líder do seu clã. Ele era respeitado por todos e temido...