Capítulo trinta

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Kenna

Acordo com uma dor insuportável na cabeça, meus olhos estão ardendo e inchados devido aos choros da noite passada.
— Bom dia Kenna. — Madelyne diz, entrando com uma bandeja.
— Olá.
— Te trouxe chá, pão e algumas frutas.
— Agradeço, mais estou sem fome.
— Beba o chá pelo menos.
— Obrigada. — pego a xícara e bebo alguns goles.
— Está se sentindo melhor hoje?
— Estou sim.
— Que bom.
— Não vai comer?
— Já tomei meu desjejum lá embaixo.
— Ah, viu se Claude se alimentou?
— Ela estava comigo e Kyle.
— Alexander não estava?
— Não.
Pensar nele faz as lágrimas voltarem.
— Vai me mostrar o clã hoje? — ela pergunta, na tentativa de me animar.
— Quer caminhar?
— Sim, eu gostaria.
— Tudo bem, irei me trocar e chamar Claude.
— Ela já sabe, disse que estará nos esperando quando você estiver pronta.
— Certo.

— Não sentiu vontade de entrar nesse lago? — Madelyne pergunta.
— Não.
— Porquê?
— Acho que não sei nadar, então, nunca quis entrar.
— Você só saberá se entrar.
— Se não souber morrerei! — rebato.
— Caminharemos mais? 
— Sim.
— Titia apresentará Carlton para Madelyne? — Claude pergunta.
— Quem é Carlton?
— Um amigo. — falo.
— Que gosta dela. — Claude afirma.
— Então quer dizer que está deixando vários homens apaixonados? — Madelyne fala sorrindo.
— Nenhum gosta de mim.
— Vejamos, começamos por esse Carlton, tem também Kyle. — ela sussurra. — E Alexander.
— Você está maluca.
— Kenna, se a madre Josy te visse agora, ela estaria escandalizada. — Madelyne solta uma gargalhada, não me contenho e a acompanho.
Meu riso morre quando vejo Alexander sair da cabana de Isla, ele passou a noite com ela. 
Tenho vontade de chorar mais uma vez, mais serei forte e não deixarei que elas caiam. Não na frente deles pelo menos.
— Papai! — Claude chama por ele.
Alexander nos vê, Isla também olha e sorri perversamente. 
— Kenna vamos sair daqui. — Madelyne pede.
— Sim, claro.
Pego a mão de Claude e seguimos caminhando.
— Porque o papai estava na cabana de Isla? — a criança pergunta de repente.
— Não sabemos, talvez ele foi lá ajudá-la em algo. — responde Madelyne.
— Pode ser.
Já consigo imaginar, a ajuda que ele fez para aquela víbora.
— Kenna, que surpresa vê-la aqui! — viro e vejo Carlton vindo na nossa direção.
— Olá.
— Você sumiu.
— Estive ocupada.
— Podemos conversar? 
— Claro.
— Sozinhos? — ele pergunta.
— Pode levar Claude para o castelo? 
— Ficará aqui sozinha com ele? — Madelyne questiona.
— Carlton é um amigo.
— Não confio nele.
— Ficarei bem.
— Tem certeza?
— Não demorarei.
— Certo.
Claude segura a mão de Madelyne e juntas elas vão embora.
— Kenna, senti sua falta.
Carlton tenha se aproximar, mais dou um passo para trás.
Preciso me desculpar por tê-lo encorajado. Não gosto de dele como ele imagina, se quiser posso oferecer minha amizade, mas somente ela.
— Não podemos mais nos ver. — falo.
— Porque não? Kenna eu quero tanto você, não imagina o quanto. — ele tenta de aproximar de novo.
— Carlton, acredito que você tenha confundido meus sentimentos eu só quero sua amizade.
— Nós beijamos algumas vezes!
— Eu sei.
— Não significou nada?
— Eu tentei gostar de você Carlton, mas percebi que gosto só como amigo.— sou sincera.
— Está falando sério? — pergunta incrédulo.
— Sinto muito. — digo baixinho.
— Kenna eu não ficarei sem ganhar nada.
— Como assim?— estou confusa.
— Você me deixou beija-la, até toquei seu seio. E agora você diz que não quer nada comigo? — ele fala nervoso.
— Carlton...
— Escute bem, você só sairá daqui depois de me dar algo! — Carlton aperta meu braço direito.
— Está me machucando.
— Então não resista, pois, eu vou beija-la agora.
Carlton se aproxima tenta me beijar, viro o rosto. Ele me acerta um tapa, minha bochecha dói. Tento correr, porém, ele é mais rápido, Carlton me joga no chão, acabo batendo o rosto, arranho ele, mais Carlton parece não se importar.
— Pare! — grito.
— Não resista.
Carlton levanta meu vestido, rasga algumas partes. Consigo lhe dar um chute no meio das pernas, ele grita de dor. 
Corro o mais rápido que consigo, gritando por ajuda. Vejo Ronald correndo na minha direção.
— O que aconteceu?
— Carlton, ele tentou... — não consigo terminar de falar.
O semblante do guerreiro se fecha.
— Volte para o castelo e chame o laird, vou atrás de Carlton.
Ando apressadamente, pois, minhas pernas não aguentam correr. Antes de entrar avisto Alexander com Kyle, eles parecem estar discutindo, quando me veem, os dois corem na minha direção.
— Kenna o que ouve? — Alexander pergunta.
— Carlton. — falo baixinho.
— Ele fez isso com você?
— Sim, Ronald foi atrás dele.
— Kyle traga Carlton aqui!
— Já estou indo. — Kyle corre pelo caminho que vim.
— Entre Kenna.
— O que fará com ele?
— Não é da sua conta.
— Vai mata-lo? — questiono.
— Está com dó dele? Mesmo depois dele ataca-la? — rosna.
— Talvez eu o tenha incentivo, eu o beijei algumas vezes e agora ele cobrou o que não lhe dei.
Sinto-me culpada, confusa, são tantos sentimentos brigando entre si agora dentro de mim.
— Você é inocente demais Kenna. — Alexander suspira. — Carlton ia pegá-la a força e você ainda diz que a culpa é sua?
— Não sei, estou confusa.— murmuro.
— Está doendo? — ele pergunta tocando meu rosto.
— Um pouco.
— Faça o que mandei, entre, fique lá dentro e não saia! — ele faz um carinho suave nos meus cabelos. 
— Estou indo.
Dessa vez eu obedeço sem questionar. Entro, corro para o meu quarto, quero me trocar antes que Claude me veja assim.

Feita para o MacCabe [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora