48 Steve

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Afeganistão - quarta-feira, 19 de maio de 2010 às 17h20min

Eu esfreguei meu peito enquanto esperava a chamada conectar. Os médicos tinham trocado a minha camiseta e me deram algo para a dor e a fadiga, e me colocaram fora de serviço por alguns dias. Porra, se essa merda não era terna!

A ligação foi estabelecida, e eu juro por Deus, que eu nunca tinha visto um espetáculo mais bonito e ao mesmo tempo triste em toda a minha vida. Apesar de seus olhos vermelhos e inchados e o que parecia ser novas lágrimas se formando, Natasha estava simplesmente... perfeita. Seus olhos encontraram os meus, e toda a minha dor ficou de fundo por causa dela, porque ela era mais importante. Ela estava tentando com todas as forçar segurar as lágrimas.

"Oi, querida", eu suspirei, sentando-me para a frente um pouco. "Sinto muito ter acordado você..."

"Apenas... me diga que você está bem, Steve", ela me interrompeu enquanto uma lágrima deslizava lentamente pelo seu rosto. "Isso é tudo que estou pedindo."

"Oh, baby, por favor, não chore. Eu estou bem. Eu juro", eu prometi, esfregando meu rosto. "Eu só estou um pouco machucado, isso é tudo."

"Mostre-me", ela ordenou, franzindo a testa para mim, e ficou ainda mais bonita, toda irritada, preocupada e imponente. "Agora, Sargento!"

"Mostrar a você?" Eu provoquei, dando um sorriso. "Nathy, não é esse tipo de chamada."

"Steve Rogers, se você não me mostrar que está bem, eu juro que..." Ela bufou de raiva, embora eu ainda pudesse ver a preocupação dela. "Agora não é o momento para você bancar o sexy e fofo. Me Mostre".

"Ok", eu suspirei, gemendo e fazendo uma careta quando puxei a minha camiseta para cima.

Eu sabia que de fato essa merda parecia pior do que era, embora parecesse o inferno absoluto. Um hematoma enorme, preto e azul - com um pouco de vermelho para uma boa mistura – atravessava o meu peito. Havia um inchaço e uma ou duas das minhas costelas superiores pareciam quebradas, mas não estavam; eles tinham acabado de certificar tudo isso.

"O que aconteceu?" Ela sussurrou, com um novo bando de lágrimas rolando pelo rosto enquanto seus olhos observavam minhas mãos abaixar minha camiseta.

"O que Maria lhe disse, amor?" Eu argumentei, sentado mais para frente novamente.

"Eu prefiro ouvir de você."

"Ok", eu concedi, então eu disse a ela o que tinha acontecido, incluindo a parte sobre Parker. "Foi tão fodidamente perto, natasha", eu sussurrei, balançando a cabeça, mal olhando para ela, e de repente tudo o que tinha me assustado eu coloquei para fora em um fôlego só. "Tudo o que eu quero é chegar até você, porra. É isso! Isso é tudo. E parece que todas as probabilidades estão contra mim. E se... quero dizer... E se? Eu ainda tenho quatro meses e meio nessa merda!"

Um soluço irrompeu do outro lado do computador, e de repente eu me senti um idiota.

"Baby, por favor, por favor, não chore. Eu sinto muito", eu implorei, querendo agarrá-la, mas eu tinha que me contentar com as laterais da porra da mesa. "Eu não quis dizer isso. Estou tão assustado... Eu vou foder com tudo isto, eu sei disso."

"Steve", ela gritou, sacudindo a cabeça lentamente. As lágrimas eram um fluxo constante agora, e eu teria dado qualquer coisa para ser capaz de limpá-las, uma vez que era minha culpa a existência delas, em primeiro lugar. "Você não vai estragar tudo", ela respirou, embora não estivesse olhando para mim. Ela estava olhando para as mãos. "Você não pode fazer isso. Você simplesmente não pode", ela divagou. Eu fiquei com medo que ela estivesse em choque. Era como se ela nem estivesse falando comigo. "Você tem que ficar seguro, baby. Por favor. Eu te amo... e nada pode acontecer com você. Eu não posso te perder."

Eu me sentei mais perto ainda da tela, olhando para seu rosto. Eu não tinha certeza de que ela estava ciente do que tinha dito. Meu coração explodiu no meu peito, e isso realmente meio que doeu contra a porra das minhas costelas doloridas, mas agora eu tinha que acalmá-la, porque ela precisava saber que não estava sozinha nisso.

"Natasha, amor... olhe para mim. Olhe para o computador", eu disse a ela com uma voz tão calma quanto eu conseguiria, minhas mãos cerrando em punhos, porque porra, eu queria tocá-la! Olhos doces, verdes e preocupados olharam para mim, e eu respirei fundo e expirei devagar, apenas para tentar acalmar o meu coração. "Eu sinto muito por ter te assustado. Lamento que nós dois estejamos em pânico." Eu sorri, inclinando a cabeça para ela. "Respire fundo para mim, querida."

Ela fez o que eu pedi, limpando as lágrimas com as costas das mãos. "Você está bem?" Ela perguntou de novo, sua voz áspera, mas ainda assim tão bonita.

Eu ri, balançando a cabeça lentamente, porque ela era muito doce e bonita para explicar. "Sim. Eu prometo. Eu baixei a minha guarda por um segundo..."

"Bem, não faça isso de novo", ela ordenou, franzindo a testa para mim novamente. "Eu estou falando sério, querido. Por favor?"

Em vez de responder a sua pergunta, eu reagi com outra. "Nós podemos fazer isso, certo? Nós podemos passar por isso? Podemos resistir através do inferno, a fim de chegar ao céu, certo?"

Finalmente, ela abriu um sorriso, e uma pequena risada doce escapou dela. "Sim, mas..." Suas mãos se curvaram em garras na frente da tela, como se ela estivesse tentando passar através do computador. "Você tem que ter muito cuidado, Steve. Me desculpe se eu não estou lidando com isso muito bem... você é o meu primeiro namorado de alto risco."

Eu ri, balançando a cabeça, porque ela tinha encontrado seu senso de humor novamente. "Você é perfeita, linda. Na verdade, eu esperava que você estivesse correndo para as montanhas neste momento."

"Não, eu não posso", ela suspirou, me dando um sorriso doce enquanto descansava o queixo sobre as mãos. "Você está preso comigo, Sargento."

"Sim, eu vejo", eu ri, esfregando meu peito um pouco, mas meu sorriso desapareceu enquanto eu apenas olhava para ela.

Apesar de ambos estarmos perdidos, ela ainda estava lá. Ela tinha estado lá desde o início, me mostrou que eu não estava sozinho, e que ela não ia a lugar nenhum.

"Deus, você é tão bonita, Natasha", eu suspirei, finalmente, simplesmente me rendendo ao que quer que fosse isso que tinha acontecido entre nós. Eu não podia combater esse sentimento por mais tempo. "E eu te amo também."

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