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Zoe

Com tudo isto eu e o Kyle quase nos esquecemos da apresentação do trabalho de Biologia. Por isso, combinamos chegar os dois mais cedo à escola para ter tempo de treinar umas vezes antes de apresentar à turma.

– Não te podes rir, Kyle! – Acusei, rindo também quando ele se engasgou ao ler o diapositivo, desatando às gargalhadas.

– Eu não consigo! – Tentou manter-se sério, rebentando de seguida em gargalhadas. – Não consigo!

Depois de muitas tentativas, ele conseguiu ler o diapositivo sem gargalhar, e conseguimos treinar o resto da apresentação.

Na hora de apresentar à turma, correu muito bem. Muito melhor do que o que eu esperava, na verdade. A única coisa desconfortável foi o olhar da Madison. Como sempre, tentei ignorar.

– Nós somos fantásticos! – Festejou o Kyle quando saímos da aula, colocando-me o braço sobre os ombros. Eu ri da sua celebração.

– Eu estava à espera do momento em que ias explodir em gargalhadas novamente. – Ri

– Tens que aprender a confiar em mim, miúda. Fico ofendido. – Dramatizou, colocando a mão sobre o peito e abrindo a boca de espanto. Ri e dei-lhe um murro no braço.

– Muito bem, senhor fantástico. – Ri. – Tens treino agora, e eu vou para casa ver o novo episódio de the walking dead que acabou de sair e comer o meu almoço maravilhoso. – Gozei com ele.

– Por acaso não! – Sorriu, orgulhoso. – Vais esperar por mim e vamos almoçar juntos. Precisamos de uma celebração! – Franzi o sobrolho, rindo. – A nossa apresentação foi merecedora disso!

– Mh... Foi. – Concordei, ajeitando a mochila nos meus ombros. – Vai à biblioteca quando saíres. Estarei lá à espera!

Estava muito feliz por estar a correr tudo bem com o Kyle e pelo convite! Por isso nem me preocupei em tentar ler alguma coisa enquanto esperava, porque sabia que não me ia conseguir concentrar. Fiquei a observar atentamente o corredor através da porta de vidro da biblioteca e logo que vi o Kyle Dobrar a esquina peguei nas minhas coisas e saí na sua direção.

– Onde vamos? – Perguntei, mordendo o interior da bochecha enquanto ele conduzia tranquilamente com um braço apoiado na janela aberta.

– A um restaurante fixe. O mais chique da cidade.

– Não! – Neguei, e ele riu do meu desespero. – Nao podemos ir antes a um take-away? Podíamos ir ao McDonald's e comíamos no parque.

Preferia estar com ele num sítio mais calmo. Além disso, as minhas leggings pretas estavam longe de serem apropriadas para um restaurante caro. Ele riu, deixando as pequenas covinhas que eu adorava aparecerem.

– Claro. Eu já sabia que preferias assim. – Sorriu, olhando-me. – Eu já te conheço muito bem.

– Olha para a estrada, Kyle. – Ri. – Ainda quero comer um CBO antes de morrer.

– Eu vou pedir o menu grande mesmo. – Comentou. – Estou cheio de fome.

– Jura? – Ele riu, e virou à direta, entrando na fila do delivery.

(...)

– Devíamos de ter ido buscar umas toalhas primeiro. – Torceu o nariz, olhando para a relva e apontando para as suas calças bege.

– Ai, Kyle. Aproveita a vida. – Gozei. – Da última vez sentaste-te sem problemas!

– Da última vez tinha calças pretas.

Rolei os olhos e ele achou por rir, cedendo ao cansaço de ficar em pé e sentado-se.

Comecei a desembrulhar o meu CBO, vendo-o fazer o mesmo com o seu Big Mac.

– Pergunto-me porque gostas tanto deste parque. É pelos meus beijos? – Deu-me um beijo leve e rápido nos lábios.

– Cala-te e come, Spencer. – Gozei e ele riu – Eu venho para aqui só para observar os pássaros. – Menti. Antes ia para aquele parque para ler. Mas depois passei a gostar de ir porque gostava de lá estar com o Kyle, e porque podíamos estar juntos à vontade. E isso significava alguns beijos roubados que eu adorava.

Dei uma estalada na sua mão quando o vi roubar batatas do meu pacote.

– Hey! – Acusei.

– Já comi as minhas! – Defendeu-se, roubando-me três batatas de uma vez.

– Meu Deus, Kyle! – Ri e ele fez o mesmo, enquanto mastigava as 3 batatas de uma vez.

– Podias deixar-me provar o teu almoço também. – Aproximou-se de mim, sorrindo. – Parece bom.

Bufei e passei-lhe o meu CBO para as mãos, vendo-o dar uma grande dentada.

Depois do almoço o Kyle insistiu e levou-te até um outro parque muito mais isolado. Mais parecia uma floresta e tinha um pequeno rio muito bonito.

– Isto é lindo. – Murmurei.

– Anda. – Estendeu-me a mão, guiando-me para uma zona plana. Baixei-me, tocando com a mão na água e vendo que estava morna.

Rapidamente retirei as minhas sapatilhas e puxei as calças para cima. Ele olhou-me como se não percebesse o que eu estava a fazer.

– A água está espantosamente morna. Não vou perder a oportunidade de molhar os pés e relaxar! – Expliquei, sentado-me e dando uma palmada no local ao meu lado. – Anda! Sabe bem!

Ele sorriu e logo obedeceu.

– As minhas calças já estão arruinadas de qualquer das formas. – Encolheu os ombros. – Porque não?

O tempo estava ameno, e eu aproveitei o sol e encostei-me ao seu peito. Tinha gostado muito daquele sitio. Só estávamos nós ali.

– Sabes quando me perguntaste o que eras para mim? – Ergui a cabeça, olhando-o nos olhos. – Eu amo-te, Zoe. Muito. – Acariciou a minha bochecha. – És a minha namorada?

– Isso foi um pedido meio estranho, devo confessar. – Brinquei, com o coração aos pulos no meu peito. – Mas sim. Sou.

Kyle

As coisas estavam a ficar fáceis. Mas ao mesmo tempo, nunca estiveram tão difíceis para mim.

Eu gostava mesmo dela. Não estava a pensar na merda da aposta naquele momento. Mas depois fui assombrado por aqueles pensamentos, e pensei que talvez fosse hora de desistir. Ou não.

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