2 anos depois.

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O tempo se passou e agora o destino vai agir.
A reta final ta chegando, o que será que vai acontecer?
Boston vai aguentar o reencontro dessas duas almas?

Capítulo sem correção.
Obrigada por todos os comentários, não estou respondendo para não dar spoiler.

Dayane de Lima

Existe a Day e a Dayane de Lima. A Dayane de Lima sempre foi uma garota reprimida, que aceitava migalhas, que corria atrás, que sempre fazia o que todo mundo queria que ela fizesse. Ela sempre foi o pau mandado, a pessoa que sempre fazia o que pediam sem reclamar, que sempre se matava ajudando em trabalhos, enquanto todo mundo ia para festas no final de semana. É que ela só queria se enturmar, se sentir alguém em meio o pesado ensino médio em uma escola nova. Ela só queria ser descolada, não precisar ficar sentada sozinha na hora do lanche ou na aula de educação física. Dayane de Lima por incrível que pareça, é forte. Ela chorava sozinha quando sentia o peso do mundo nas suas costas, o peso de ter que passar na melhor faculdade, e isso não pelos pais, mas porque ela sentia que se não passasse, seria uma decepção para o resto de sua vida miserável. Porque sentia que se não fosse pelos trabalhos, ela não teria amigos ou passes livres em festas na piscina. Ela chorava por não receber atenção necessária dos pais, o que lhe fazia tamanha falta em um domingo.

Essa era a Dayane de Lima, mas a Day? A day é tudo que a Dayane nunca foi. Ela era aquela pessoa que tava foda-se para a família, foda-se para os supostos amigos ou para a mulher da cantina. Era a garota que escutava as músicas que queria, que usava as roupas que gostasse e que não estivessem na moda, aquela garota que nem ligava para festas, que dançava em qualquer lugar, que dava risada e mostrava sua opinião. A garota que não mendigava mais nada, nem amor e nem amizade. A garota que amava ser sozinha, sentar na praia no final do dia, observar o pôr do sol e dar uma nova chance no amanhecer. Day é forte, corajosa, que agarra todas as dores e segura o peso sabendo que tudo é necessário para a vida. Day é aquela garota mulher que segura a dor, que sente a dor como ela merece e depois a deixa ir pelos ares de Boston. Day é aquela garota que é descolada mesmo sem querer, que tem milhares de garotas chovendo ao seu redor, que pouco se importa se os pais vão aparecer na escola em reunião ou se vai ficar sozinha na cantina. Day é a mulher que entendeu a solidão e amou cada segundo que pôde ficar sozinha com seus pensamentos.

Bem, talvez se eu ainda fosse Dayane de Lima nas horas vagas, eu já estivesse desesperada na porta de Caroline. Estaria lá, mendigando seu amor, sendo pisada, machucada pelas palavras de minha tia e sendo expulsa por meu tio. Eu estaria lá, me fazendo de forte e chorando no banheiro. Mas a Day não me deixa fazer isso. A day me pergunta todo dia; isso valeria realmente a pena? Realmente valeria a pena dar a cara a tapa por alguém que tem medo de se machucar? Com alguém que tem medo de levar tapas? Realmente vale a pena deixar sua casa, as pessoas que te aceitam, para entrar em uma guerra e ser bombardeada? E a resposta que ela dá, é que não.
Não, por isso que a Day fica sentada com os fones, enquanto toca um pouco de violão ou tira algumas fotos. Porque na primeira semana, a Day teve um pouco da Dayane de Lima, mas agora ela entendeu que até ciclos bons se fecham. É, agora a Day está na fase de aceitar a dor, de aproveitar cada sentimento que ela oferece, seja de angústia ou decepção. Dayane sempre soube que as pessoas eram boas, mas a Day sempre soube que em algum momento seriam decepcionantes.

[2 anos depois]

Quando você é pequeno, as pessoas vivem perguntando o que você quer ser quando crescer. Sempre tive medo, nunca soube o que responder.

-Quero ser advogado.
-Quero ser um policial!
-Quero ser um super herói.
-Quero ser astronauta.

Diziam isso, as mulheres mais velhas riam e quando chegava em mim, eu sempre dizia:

 (não) conquistando a pessoa certa -Dayrol (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora