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Christopher Velez

Minha cabeça estava à mil por hora. Aquilo realmente tinha acontecido? O que eu tinha feito? Por Deus, não me canso de fazer besteiras?

Estava no elevador já impaciente por conta de tamanha ansiedade depois daquele momento. Cheguei no estúdio com os pensamentos nas nuvens, falaram tanto mas não ouvi uma palavra sequer, teria que perguntar ao Richard depois.

Quando finalmente estávamos livres daquilo, sai depressa atrás de Zabdiel, precisava contar o que havia feito e queria alguns conselhos.

— Você fez isso mesmo? — ele colocou a mão na boca abafando o riso.

— Fiz... e agora? Eu disse que ia voltar pra lá depois da reunião, o que faço? — eu andava de um lado para o outro nervoso.

— Volta ué. — deu de ombros como se aquilo não fosse importante.

— Só isso? Só um "volta ué"? Nada além disso? — sentia que ia explodir a qualquer momento.

— Sim. Vai lá e pronto. — Zabdiel pegou um copo de café e continuava sem olhar para mim — Não é difícil, Chris, chega lá e toca a campainha.

— Mas será que ela não ficou brava? — o loiro puxava o celular do bolso e discava um número. Olhei para ele confuso.

Oi Zabdiluchi! — a voz de Amélia ecoou no viva voz. — Já acabou a reunião?

Oi, Lia. Já sim... quero te perguntar uma coisa. — ok eu definitivamente estava tendo um colapso ali mesmo enquanto Zabdiel levou o indicador aos lábios pedindo meu silêncio.

Pode perguntar...

Você tá brava hoje? Defina seu humor. — ele ria. Eu surtava.

Quê? Brava? Não. — ficou em silêncio por um instante — O que tá acontecendo, Zabdiel?

Nada, só queria saber... te achei meio bravinha ontem. — ela bufou do outro lado da linha.

Garoto, você tá fazendo algum tipo de pegadinha? Brava ontem? Tem certeza? — agora Amélia parecia preocupada.

— Talvez tenha sido só uma impressão. Então você hoje está em um bom humor? — ele insistia em querer tirar a resposta da amiga.

Sim, por que não estaria? — suspirei aliviado.

— Nada não, depois a gente se fala, beijão! — desligou a ligação e me encarou — Viu? Tá esperando o que pra voltar lá?

Peguei minhas chaves e corri de volta ao meu destino. Toquei a campainha algumas vezes mais do que o necessário. Estava acelerado. Ela abriu a porta sorridente, seu apartamento exalava um cheiro de bolo, a mesa do café estava posta com sete pratinhos de sobremesa, uma garrafa de café e no fundo tocava uma das músicas que ela gostava.

— Oi. — abriu espaço para que eu entrasse — Fiz um bolo enquanto estavam na reunião e chamei os meninos. A Olivia também está aqui.

Só então reparei na presença da morena. Ela me olhava com uma expressão de quem dizia que sabia o que tinha acontecido, mas não aparentava estar brava, muito pelo contrário. 10 minutos depois Zabdiel, Richard, Erick e Joel entraram pela porta onde horas antes eu havia beijado minha melhor amiga.

Na primeira oportunidade que teve, Olivia me chamou até a sacada, inventando alguma desculpa muito, muito ruim, mas que fez todos rirem.

— Então, você beijou minha amiga, foi? — ela era mais direta do que imaginei. Assenti ainda assustado — Eu não vou te bater, pode relaxar. Mas eu realmente espero ouvir da sua boca que você sabe o que está fazendo, Christopher. Não vou admitir que você brinque com ela de novo.

Always you | Christopher Velez Onde histórias criam vida. Descubra agora