Always you | Christopher Velez

• VIII

Christopher Velez

Joel saiu me arrastando pelo braço contra a minha vontade, desisti de resistir quando vi Richard e Zabdiel logo atrás de nós.

— Cara, que escândalo foi esse? — Richard perguntava sério.

— Como assim escândalo? Eles iam se beijar, Richard. Erick e Amélia iam se beijar. — eu dizia desesperado e sem entender porque eles não concordavam comigo.

— E o que tem de errado nisso? — agora era a vez de Zabdiel. Ótimo, todos estavam contra mim.

— Como o que tem de errado nisso? Tudo!

— Christopher, não tem nada de errado com isso, você só está com ciúmes. — Joel disse sereno entre uma golada e outra no seu café.

Aquilo não podia ser verdade, não era possível que ele estava cogitando a possibilidade de que eu estava sentindo ciúmes. Ciúmes de quê? Eu não tinha motivos para sentir ciúmes.

— Ciúmes? — ri fraco e vi todos os três assentirem em silêncio — Eu não tenho razão nenhuma para sentir ciúmes.

— Ela é sua melhor amiga desde sempre, vocês se conhecem desde que você voltou a morar no Equador e ainda por cima moram juntos há quatro anos. Você nunca gostou muito dos últimos caras com quem ela se envolveu nesse meio tempo e até onde me lembro comemorou quando ela terminou com cada um deles. — Richard jogara tudo isso na minha cara sem a menor piedade — Além de que ela nunca deixou de fazer nada por você, sempre te acompanhou em tudo, respeitou todas as suas vontades e faz o possível e o impossível pra te ver feliz.

— Óbvio que eu não gostava dos caras com quem ela saía, todos eram uns pilantras, uns canalhas, não mereciam ficar com alguém tão boa quanto a Amélia! Eu estava protegendo ela, só isso.

— O Erick não é assim e você mais do que ninguém sabe disso, então, qual a justificativa da vez? — o moreno começava a me irritar, minutos atrás estava me arrastando e agora falava com toda a calma e paciência do mundo me tratando como uma criança.

— Porque é o Erick e ele é mais novo que a Amélia.

— Não me convenceu, namorei mulheres mais velhas a vida inteira, e você já beijou algumas também. — Zabdiel disse acabando com meu argumento. Eu devia ter pensado que ele falaria disso.

— Zabdiel, isso não tem nada a ver...

— Só admite que tá com ciúmes dela, Chris.

— Eu já te disse, Richard, eu não estou com ciúmes dela. — estava prestes a explodir, era tão difícil de entender?

— Bom, então acho que você deveria parar de causar toda uma situação só porque ela vai beijar o Erick, até porque foi você quem teve a ideia de chamá-la para substituir a modelo. — o loiro disse dando continuidade à sessão de verdades jogadas bem na minha cara — Todos nós sabíamos que teriam cenas de beijo, então você estava ciente de que ela iria fazer isso com algum de nós, esperava que fosse com você?

Aquela pergunta pareceu um belo soco na boca do estômago. Não sabia a resposta certa para isso, quer dizer, eu sabia que ela teria que beijar alguém e na hora parecia uma coisa normal, mas agora meu coração estava acelerado e eu sentia um frio na barriga e não de um jeito bom. Não tinha como ser ciúmes. Eu nem tinha parado pra pensar que poderíamos ter feito um casal e então seria eu quem estaria beijando ela no carro agora, mas não foi assim que as coisas aconteceram.

— Não. Eu só.... ah, deixa pra lá. — assim que terminei a frase, Amélia e Erick saíram do set e estavam caminhando em nossa direção.

— Chris, tá tudo bem? — ela perguntava preocupada — Você parecia nervoso lá.

Olhei para Erick que entendeu perfeitamente e sorriu fraco como quem dizia que estava tudo bem.

— Tá sim, desculpe atrapalhar várias vezes, vamos para casa?

— Sim! Não vejo a hora de tomar um banho quente e pedir a imensa barca de sushi que você me prometeu. Só vou me trocar e podemos ir.

Quando ela desapareceu dentro do camarim, me virei para os garotos e conversamos mais um pouco sobre aquele assunto, me desculpei com Erick e disse que tinha surtado sem motivo algum, ele não deveria se preocupar, estávamos bem. Amélia saiu já vestida com as roupas que usava hoje mais cedo antes de toda a confusão e finalmente estávamos livres para ir para nossos lares.