Capítulo 30 - Primeiro pesadelo

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Voltei para meu quarto e observei Érica de pijama, deitada em minha cama jogando no celular enquanto me esperava. Me olhou com um sorriso malicioso e soltou:

–Finalmente! Ué, não está acompanhado? –Ela era muito entrona e inconveniente quando queria.

–O que está fazendo aqui, Érica? –Dei risada da cena. Fui até meu guarda-roupas, escondi as sacolas que estavam em cima da mesa, e peguei uma bermuda.

–Bom, ouvi que essa noite talvez chova, e eu tenho medo de trovões! –Cínica.

–E o que eu tenho a ver com isso? –Tirei a camiseta e a calça enquanto ela me olhava.

–Achei que poderia me ajudar... Achei que você fosse mais tímido. –Ela falava de eu me trocar na sua frente.

–Não sou psicólogo! –Falei. Joguei as roupas no cesto, peguei minha toalha e desci as escadas. Não demorou muito para que a garota corresse atrás de mim, ainda insistente.

–Mas, se você dormir comigo, não vou sentir medo! –Ela ainda falava sobre isso.

–Como quiser, Érica. –Fui até a cozinha e peguei uma maçã pequena. Me encostei na parede enquanto comia. Ela se sentou na cadeira da mesa e ficou me encarando.

–Quem era aquela garota linda? Padrão, admito. Branca, olhos claros, cabelo perfeito...

–Megan.

–Vocês parecem bem íntimos, se conhecem a muito tempo? –Ela parecia preocupada enquanto falava.

–Digamos que sim... –Respondia entre as pausas das mordidas.

–E você sente algo por ela? –Falou prendendo o cabelo num coque.

–Talvez.

–Olha, eu não sei...

–Hey, não se preocupe, isso não tem relação com você. Eu sou de maior... –Sorri.

–Mas, e se você se entregar de cabeça e se magoar? Você não entende, as garotas da Califórnia são terríveis! –Ela continuava aflita.

–Vou pro banho, depois podemos continuar com a conversa nada agradável. –Joguei as sobras da maçã no lixo e fui ao banheiro para tomar banho.

Encostei a porta e liguei o chuveiro. Depois de quase finalizar o banho, ouvi a garota adentrar o ambiente e a vi se despir através do vidro embaçado do box.

–Posso me aquecer contigo? –Ela disse entrando sem nem esperar pela minha resposta.

Apesar de tudo, eu não podia negar que ela me atraía muito. Foi inevitável não aceitar que aquilo seria bom para ambos. Então, sem muitas palavras, vocês já podem imaginar o que aconteceu...

Eu saí primeiro, subi as escadas de toalha e vesti uma camiseta e uma outra bermuda. Logo em seguida ela estava alí, vestida com uma de minhas camisetas e sorrindo feito boba enquanto se aquecia em um dos meus edredons.

–Você não perde tempo, não é? –Falei me deitando ao lado dela, que na primeira oportunidade já grudava em meu peito e brincava passando os dedos pelos meus braços, com um toque suave que fazia cócegas.

PSICOPATA FRAGMENTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora