Capítulo 16: Mais leve

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(Marinette)

Todo meu corpo enfraqueceu quando Adrien me beijou, com minhas pernas ameaçando ceder, e foi a melhor sensação do mundo. Sua mão me apertou a cintura, reivindicando minha posse. A proximidade era quente e descompassava meu coração apaixonado.

Às vezes ouvia vozes e sons de passos, além da música, mas a gente permanecia no nosso próprio mundo, no final do corredor, como dois amantes escondidos.

Adrien somente parava de me beijar para recuperar o fôlego perdido, tão minimamente afastado que sequer desfazia o contato entre nossos lábios, exceto nos momentos quando ele inspirava fundo em meu pescoço, roçando a boca e me deixando à sua mercê.

Adrien, que me fazia sonhar, era o mesmo Adrien que me despertava sentimentos pecaminosos. Todo aquele calor era tão intenso que parecia até injusto.

Movi as pernas uma na outra, tentando reprimir os desejos pulsantes em meu corpo, aguçados pelos beijos que distribuía em minha pele. Meus dedos dos pés se enrolaram dentro dos sapatos.

Por reflexo, agarrei seus cabelos com ambas as mãos e puxei para trás, afastando-o do meu pescoço, e logo em seguida busquei sua boca com a minha. Adrien depois soltou o beijo para me observar completamente estupefato, e vagarosamente um sorriso adornou seus lábios inchados. O olhar se transformou em algo felino; gracioso, mas selvagem e desafiante.

Alcancei seu rosto para lhe acariciar, admirando-o do jeito que eu sempre quis: sem reservas ou culpa, sem esconder o que eu realmente sentia por ele. Levantei os olhos para encontrar os dele.

— Eu também estou apaixonada por você — sussurrei.

Suas expressões se suavizaram, se transformando em algo mais romântico e afetuoso.

Adrien segurou a mão que estava em seu rosto e a levou para sua boca, beijando carinhosamente na minha palma.

Depois fechou os olhos e apoiou sua testa na minha, e assim nós ficamos por um bom tempo, apenas respirando um ao outro, e ocasionalmente trocando beijos muito, muito lentos.

***♡***

Assim que chegamos na porta de minha casa, Adrien levantou a mão que segurava até sua boca, brincando de afagar meus dedos em seus lábios, sem beijar.

— A gente pode sair amanhã? — ele perguntou.

O dia seguinte era um domingo, o que significava que a gente só iria se ver se combinássemos. E eu definitivamente não queria esperar até a segunda-feira. Se a opção existisse, escolheria sequer me afastar dele naquela noite.

— Sim — respondi. — Onde?

— Não sei. — Ele sorriu, ainda brincando com minha mão. — Amanhã a gente vê. Só quero ficar contigo, não importa o lugar.

Consenti.

Discretamente, Adrien se inclinou para me roubar um último beijo.

— Boa noite, princesa.

— Boa noite, gatinho.

Ele me olhou por um segundo a mais e então se foi. Entrei em casa logo em seguida.

Me perguntei como consegui andar até lá, pois meus passos seguiam numa cadência desastrosa. Era como marchar no vento, só que eu não sabia marchar. Meus joelhos se elevavam de forma exagerada e bamba, errando o chão na descida.

Lutei com a tremedeira para vencer os degraus da escada. Eu só queria sentar e chorar de felicidade, com todo aquele êxtase reverberando dentro do peito.

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