Capítulo 27

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Estava difícil me concentrar, Arthur conseguia-me deixar mais constrangida do que já estava.

_ Meninos já vou dormir, tenho que levantar cedo. _ Disse dona Flora se levantando

_ Pode descansar tranquila sogrinha, sua filha está em boas mãos. _ Fala Arthur ainda com sua mão em minhas coxas

_Tá sei, juízo ai. _ Disse minha mãe e vai embora

_ Arthur estás louco, é coisa para se dizer isso. _ Falo

_ Ué, a sogrinha nem entendeu, agora só somos nos dois. _ Diz ele malicioso

_ Por pouco tempo. _ Falo

_ Como assim por pouco tempo? _ Pergunta

_Porque você vai embora, agora. _ Digo

_ Agora, mas eu pensei que ia-me apresentar seu quarto. _ Fala e entendo o que essa apresentação significa.

_Pensou errado meu amor, preciso descansar, amanhã vamos a praia, ou se esqueceu. _ Digo, e lembrando que marcamos de ir a praia com Miche

_ Não esqueci, e depois a noite vou á festa. _ Disse e me recordo que ainda não lhe disse do convite.

_Eu também vou, a professora Lisete me deu o convite pessoalmente. _ Falo lembrando da nossa conversa que ate então não sei como foi a conversa com o director

_ Hum que bom, só pode ir com Miche, porque é o único que eu confio.

_ E você vai com Edward, do contrário não vai, e não se esqueça o nosso combinado, se alguém te perguntar diga que o anel está em concerto.

_ Impossível me esquecer dessa ordem madame.

_ Muito bem, agora me conta como foi com o director, só não quis abordar por causa da minha mãe, ela não sabe do flagra e melhor não saber. _ Falo não querendo dar desgosto a minha mãe

_ Viu que a sogrinha gostou de mim. _ Diz ele, e não acredito que estou a falar de coisas serias e ele correu para sua sogra.

_ Arthur! Fala logo o que quero saber. _ Digo um pouco alto

_ Está bem doidinha, o director queria-me expulsar. _ Diz calmo

_ Como é que é, e você diz com maior naturalmente do mundo. _ Falo e me levanto andando dum lado para o outro

_ Calma doidinha, eu disse que queria, mas não expulsou. _ Fico aliviada por saber

_ Qual foi a punição para essa desobediência. _ Falo tendo medo do que vai-me dizer.

_Graças a minha doidinha, nenhuma. _ Fala

_ E o que eu tenho a ver com não sermos punidos. _ Falo, já não basta serviço comunitário tinha que me deparar com trabalhos escolares, e só digo graças a Deus que Arthur pagou a multa, tirou um peso das minhas costas.

_ Tua tutora veio falar com Marcos bem quando ele estava a me expulsar, ao que parece eles são amigos, e a esposa dele foi sua aluna. _ Diz Arthur e agora está tudo claro, professora Lisete cumpriu sua promessa de falar com o director, e em nome da sua amizade a ouviu.

_Ainda bem, se tivessem-te expulsado me sentiria culpada, porque eu é que comecei na boate. _ Falo lembrando que eu o provoquei.

_ Não doidinha, eu já ti amava mesmo antes da boate, você me conquistou desde o primeiro dia que nos cruzarmos na faculdade e você me chamou de desastrado no meu primeiro dia de aulas, ai decidi que você seria minha, e de mais ninguém. _ Fala e fico espantada, não é possível que ele tenha gostado de mim no primeiro instante.

_E de agora em diante como vai ser? _ Pergunto

_ De agora em diante, vamos nos amar como nunca, embora teremos que manter a relação em segredo até a sua graduação, que por sinal não falta muito. _ Ele fala, mas para mim é uma eternidade

_ Falta uma eternidade, não sei se até la vou aguentar ver-te e não te beijar, não gritar aos quatros ventos que te amo. _ Falo

_ Não se preocupa longe da faculdade pode gritar o quanto quiser, te amo doidinha. _ Ele diz e me emociono ao ouvir tais palavras, são palavras que alegra o meu dia.

_ Eu a te meu professor. _ Digo ele é meu professor tatuado

_ Doidinha, veja a hora, está tarde e não quero sair dirigindo a meia-noite. _ Diz e logo percebo qual é a sua intenção

_ Vai dormir no quarto de hóspedes. _ Digo

_ Mas amor, não tem como dormirmos juntos?

_ Não. _ Falo firme, e ele encolhe, e ele não disse mais nada, subimos e lhe deixei no quarto de hóspedes, preparei a cama, lhe mostrei escova, banheiro, tudo que ele possa precisar e sai para meu quarto, tomei um banho rápido, pus pijama e deitei, não sei vocês, mas eu não conseguiria dormir sabendo que meu amor está ao lado, mas tinha que tentar, assim o fiz.

Pai. Pai. Pai. Não me deixa...não me deixa...não me deixa, tentava alcançar meu pai, mas cada vez mais se afastava, corri mas parecia que não saia do lugar, e assim aconteceu ele desapareceu da minha vista, gritei pelo seu nome, pai.pai..pai, e nada, não parava de chorar.

_ Meu amor calma, estou aqui com você, _ Disse uma voz familiar mas eu não conseguia ouvir directo e nem sabia distiguir quem era, e continuava chorando e gritando pelo nome do meu pai.

_ Amor é apenas um pesadelo, acorda meu bem. _ Ouvi a voz de Arthur e abri os olhos estava chorando, ele estava do meu lado, o abracei forte, muito forte, e ele fez o mesmo, ficamos abraçados por um bom tempo.

_ Meu amor não passou dum pesadelo, estou aqui tá. _ Disse Arthur, o que me faz pensar que estava agritar muito até ao ponto dele vir ao meu quarto.

_ Tenho tido esses pesadelos, sempre minha mãe vem deitar comigo quando acontecem enquanto ela estiver aqui em casa. _ Falo

_Quer falar sobre isso? _Pergunta e dando duas opções de lhe contar ou calar, e ele é meu namorado então não haveria segredos entre nós, ate porque ele me confiou seus segredos.

_ Sim, quando eu tinha três anos, meu pai morreu queimado no seu escritório e eu presenciei tudo, mas não pude fazer nada, desde criança tenho sonhado com esse dia, que meu pai se afasta de mim. _ Digo e ele me abraça.

_ Se não se sentir a vontade pode não me contar. _ Ele fala, mas já havia começado teria que terminar

_ Já comecei, e no meu sonho sempre o vejo, mas quando tento alcanço-lo ele some, e corro mas parece que não saio do lugar. _ Falo

_ É o reflexo daquilo que vivenciou quando era criança, quando não podia fazer nada, e você se culpa por isso?_ Ele pergunta

_ Sim, porque se eu tivesse pedido ajuda, teria conseguido salva-lo, embora minha mãe diga que não fui minha culpa. _ Digo lembrando de toda as vezes que minha mãe disse que não era minha culpa.

_ E não é, não precisa se culpar por uma coisa que aconteceu a anos e você era apenas uma criança. _ Ele fala, pegando no meu rosto e fazendo carinho, e suas palavras me confortavam

_ Obrigada Arthur por estar sempre do meu lado. _ Falo

_ Por nada meu amor, eu te amo, nunca se esqueça disso. _ Diz e sorrio, é incrível que uma só palavra consiga alegrar meu dia.

_ Eu sei que o momento não e oportuno, mas queria saber se a Vanda voltou a te procurar. _ Pergunto

_ Até que ela tentou, mas eu tratei de expulsa-la, nada que venha dela me interessa. _ Ele fala e eu acredito.

Dormimos juntos em meu quarto, não tive mas pesadelos, pelo contrário tive um sonho no qual meu pai sorria para mim, e me mandava um beijo mas para o ar.

Meu professor tatuadoOnde histórias criam vida. Descubra agora