Não vá partir meu coração

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"I'm not that kind of person who can fall in and out of love with you (Eu não sou o tipo de pessoa que pode se apaixonar e desapaixonar por você)
That's not what love's supposed to do (Não é assim que o amor deveria ser)

Baby, don't go breaking my heart, breaking my heart (Querida, não vá partir meu
coração, partir meu coração)
Baby, don't go breaking my heart, breaking my heart (Querida, não vá partir meu
coração, partir meu coração)
Cause it's the only one I got" (Porque é o único que eu tenho)

Don't go breaking my heart – Backstreet Boys


Jungkook

Logo que Jimin se afastou dizendo que iria ao banheiro, eu chequei o meu celular para verificar se havia alguma mensagem de Sunmi, e foi então que me assombrei ao ver o horário. Eu tinha perdido completamente a noção da passagem de tempo. Já tinha percebido que Sunmi demorava para chegar, mas não me dei conta de que tanto tempo tivesse se passado. Preocupado, tentei ligar para ela. Tocou até cair na caixa postal. Tentei de novo, e de novo... Comecei a enviar mensagens, uma seguida da outra, perguntando onde ela estava. Eu já estava a ponto de me levantar e ir procurá-la pelas ruas, quando meu celular tocou. A foto de um homem de sessenta e cinco anos surgiu na tela, e atendi aflito, torcendo para que fosse alguma notícia da minha filha.
E, graças a Deus, era exatamente isso.
—   Ela está aqui, Jungkook — foi a primeira coisa que ele comunicou, antes mesmo que eu dissesse qualquer coisa.

Soltei o ar dos pulmões em uma sensação de puro alívio.
—      O que ela está fazendo aí? E por que não atende o celular?
Ele riu e isso não me causou espanto. Meu pai tinha o costume de encobrir as travessuras da neta. Sempre fora assim.
—      Ela não me explicou direito, mas apareceu aqui chorando e trazendo um gato, dizendo que você queria tirá-lo dela para dar a outra pessoa. Fez todo aquele drama que a gente já conhece, e...
—   E você se comoveu e disse que ia me convencer a ficar com o gato, estou certo?
—   Sabe que não consigo negar nada à minha neta.
Novamente, nenhuma surpresa. Eu tinha perdido a minha mãe pouco mais de um ano antes de descobrir que minha até então namorada do ensino médio estava grávida. Meu pai, obviamente, não lidou a princípio nada bem com a notícia de que seu filho de dezessete anos iria ser pai. Mas, no fim das contas, podia dizer que Sunmi o salvou da depressão na qual tinha se afundado após a morte da esposa. Ele era louco pela neta e fora o meu único apoio presente na criação dela. Se não fosse por ele, eu não teria com quem deixá-la para conseguir trabalhar e cursar minha faculdade de Odontologia.
Mas eu sabia que a determinação dele em realizar a vontade de Sunmi naquele momento iria ruir quando eu contasse a verdadeira versão dos fatos:
—   Pai, esse gato já tem um dono. Vim me encontrar com ele e pedi para que Sunmi o trouxesse para o devolvermos.
—    Se é assim, a coisa muda um pouco de figura. Mas a Sunmi está arrasada, filho. Chorou muito quando me contou sobre a Panqueca ter fugido.
—   Pois é... só que a Panqueca foi encontrada justamente pelo mesmo dono do gato. Viemos fazer a troca.
—   Isso a Sunmi também não me contou.

—    Porque eu não contei a ela. Queria que fosse uma surpresa, e... bem, também tive medo de que algo desse errado, por isso não quis criar expectativas nela. De qualquer forma, eu não imaginava que ela fosse decidir fugir com o gato.
—    Ela disse que saiu para levar o gato para você entregar a alguém, mas, quando chegou em frente ao local marcado, não teve coragem de entrar, porque não quis perder também o Sushi, como perdeu a Panqueca.
De novo aquele nome...
—   O nome do gato é Howie, pai. E ele já tem uma família, um cara muito legal, que não merece passar por isso. E, além do mais, como vou explicar isso pra ele?
—     Peça um dia a mais. Deixe a Sunmi passar a noite aqui, vou conversar com ela, tenho certeza de que ela vai entender.
—    Tá, pai. Por favor, faça isso. Achei que as coisas ficariam mais fáceis quando Sunmi crescesse um pouco mais, mas... Acho que não estou tendo muito sucesso como pai de uma adolescente.
—   É difícil, mas não impossível. Meu filho também me deu um tanto de trabalho durante essa fase.
—    É, deve ser a tal da Lei do Retorno. Amanhã cedo eu vou aí para pegar a Sunmi.
—     Não se preocupe, deixe que eu a levo. Vou conversar com ela.
Sabe que tenho jeito com isso.
Eu tinha minhas dúvidas a respeito disso. Não que meu pai deixasse de ter jeito com a neta, mas em geral, não era exatamente ele quem conseguia convencê-la de alguma coisa, mas geralmente o contrário. Esperava que ele tivesse sucesso dessa vez. Provavelmente, quando ela soubesse que o dono do gato estava com Panqueca, a coisa mudaria um pouco. Mas eu não duvidava que, no fim das contas, Sunmi ia querer ficar com os dois animais.
Eu poderia apostar tudo o que eu tinha que meu pai tentaria convencê- la prometendo dar a ela outro gato. Era bem a cara dele.

As Long As You Love MeOnde histórias criam vida. Descubra agora