Lilian sentiu seu coração apertar e seus olhos encherem de lágrimas, mas se esforçou para não derrubá-las. Não gostava que seu padrasto falasse sobre sua mãe, na verdade, odiava, odiava que qualquer um falasse sobre seus pais, seu passado e qualquer coisa do tipo.
– Você está me machucando – Disse no tom mais sério possível – Me solte. – Ela puxou o braço, fazendo doer ainda mais.
Alexandre soltou um sorriso irônico e soltou o braço da afilhada lentamente, logo após seguiu para a cozinha. A garota pousou a mão no braço dolorido e suspirou.
Enquanto esperava que os dois terminassem de comer passou uma vassoura pelo corredor e sala, e assim que eles subiram, passou para a cozinha para lavar a louça. Quando terminou eram cinco e dezoito da manhã. Subiu arrastando o pé para seu quarto e deitou na cama, havia perdido o sono, e seu braço ainda doía. Pegou o celular e mandou uma mensagem para Gabriel, escrito que não conseguia dormir, não sabia exatamente o porquê, apenas queria falar com ele.
Ela não recebeu uma resposta imediata, e apesar de estar sem sono, acabou virando-se e dormindo.
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Gabriel acordou arfando de um pesadelo às nove da manhã. Olhou em volta, passou a mão em seu cabelo e olhos e suspirou de alívio. Ele deitou-se novamente, pegou seu celular que estava no criado mudo ao seu lado e sorriu ao ver que havia uma mensagem de Lilian, dizendo que não estava conseguindo dormir.
“Eu também não. Qual o problema?” Respondeu.
Ele esperou meia hora, havia perdido o sono, mas não queria levantar. Rolou na cama, tentando lembrar-se de seu pesadelo, mas não obteve sucesso. Ao olhar o celular novamente, percebeu que já eram onze da manhã e levantou-se. Pegou uma muda de roupas limpas e dirigiu-se para o banheiro para tomar um banho.
Não demorou mais que vinte minutos, saiu do banheiro e caminhou até seu quarto para arrumá-lo, depois foi para a cozinha.
– Mãe? – Ele chamou, mas não obteve resposta. “Ela deve ter ido trabalhar.” Pensou. Sua mãe tem trabalhado muito ultimamente, ela mal fica em casa.
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O dia passou rapidamente, sem que Lilian respondesse ao menos visualizasse sua mensagem, ele sabe que não deveria se preocupar, afinal, ela é de fases, mas mesmo assim se desesperou, pensando que poderia ter acontecido algo.
“É bobeira da minha parte.” Brigou consigo mesmo em seu pensamento. “Mas eu deveria ligar para ela”
O garoto encarou seu celular antes de, num impulso, pegá-lo e ligar para a desaparecida, mas ela não atendia.
“Talvez não tenha escutado, pode estar no vibratório, ou ela pode ter saído...” Ele riu “Não, ela não sai de casa” E voltou à seu estado preocupado.
Sua mãe chegou em casa às sete da noite e preparou uma janta simples para os dois, sentaram-se à mesa em meio a bagunça e comeram.
– Então, está gostando da escola nova? – Perguntou ela
– Legal – Gabriel acenou com a cabeça e colocou um pouco de arroz na boca – E o trabalho?
– Ah – Ela reclamou – Cansativo demais, eles abusam de mim, pelo amor de Deus!
Gabriel sabia que não deveria ter perguntado, sua mãe fala demais quando é solicitada, ele já nem estava prestando atenção, mas quando parou para ouvir novamente percebeu que ela já havia mudado totalmente o assunto, e riu.
– Então – Sua mãe abriu um sorriso malicioso – E as garotas?
Ele realmente não sabia o que responder, então apenas sorriu.
– O que esse sorriso significa, hein? – Perguntou ela, bem humorada.
– Bem, fiz algumas amigas – Ele levantou e colocou seu prato na pia – E acho que me interessei pela mais errada o possível – Gabriel torceu a boca em desgosto e riu ao ver a expressão confusa de sua mãe.
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Last To Know
Teen FictionSeu erro foi acreditar que ela contaria seus problemas e com o tempo se apaixonaria por ele, como ele fez. "Se ela ao menos me contasse o que se passava com ela, tenho certeza que nada disso teria acontecido." All rights reserved to Gabriele Arberta...