Capítulo 6

4 1 0
                                    


Deitei na cama. Queria somente dormir e acordar daqui cem anos. Apertei meus olhos. Outro delírio meu.

Ao meu lado o colchão afundou. Virei meu corpo para o lado. Arregalei meus olhos e me sentei automaticamente.

— O que fazendo aqui? — Sussurrei.

Caio afundou no travesseiro. Aliás, no meu travesseiro.

— Dormir. O que mais se faz em uma cama com uma linda mulher? — Ergueu uma sobrancelha.

Balancei minha cabeça pronta para me levantar, mas Caio segurou meu pulso antes que eu me levantasse da cama.

— Amanhã meu irmão vai vim logo cedo para casa e, bom, ele gosta de entrar no meu quarto para me acordar. — Disse.

Somente o encarei.

— Não me diga que seu irmão somente vem cedo em sua casa para entrar no seu quarto? — Puxei meu pulso.

Ele revirou os olhos.

— O que pensa que ele faz mais?

— Acordar você aos beijos?

Caio gargalhou.

— Literalmente bem pensado, bela Laura. — Disse passado o rosto no travesseiro. — Mas não. Desde pequeno Breno gosta de me tirar do sério. Ele adora em me acordar de madrugada, somente para ver minha cara.

Sinceramente isso parece uma piada.

— Que gestos estranhos vocês ricos fazem. — Comento.

Ele assente, concordado comigo.

— É. Então vou dormir aqui e você aí mesmo. O contrato diz isso. — Sorriu.

Claro, o maldito contrato.

O que eu iria fazer mais? Me jogar daquela janela para quebrar minha cara lá embaixo? Com certeza não!

— Ok! Mas você vai ficar na ponta e eu aqui. Não encoste um dedo em mim. — Alertei-o.

Ele levantou as mãos para cima.

Acomodei na cama mais uma vez. Não me sinto confortável com isso, dormindo com um cara que conheci bêbada. Longe disso, penso que ainda estou sonhado acordada com isso tudo que topei. Literalmente topei bêbada.

Isso é uma loucura que fiz, aliás, assinei sem mesmo está lúcida para pensar direito.

Quando bebo não lembro de nada no outro dia. Absolutamente nada, somente um mês depois que a ficha cair, aí sim eu me lembro de todas as merdas que fiz quando estava bêbada para caramba. E quero morrer.

— Laura. — Chamou. Virei para lhe encarar. — O anel.

— Anel? — Fiquei confusa.

— Sim, é claro. Estamos casados e casados usam alianças. — Lembrou-me do que eu já sei.

— Eu sei. — Rosnei baixinho.

Caio puxou minha mão esquerda e colocou o anel.

— Cuide bem deste anel, ele foi da minha tataravó. — Disse ele.

— Se é tão importante para você, porque está me dado? — Quis saber.

— Para as pessoas acreditar nessa farsa, precisamos parecer que nos amamos de verdade.

É claro.

— A maioria destes anéis de famílias ricas são para os irmãos mais velhos. Você é o mais velho?

O CONTRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora