Capítulo 10

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Meu antigo apartamento era minúsculo, do tamanho de uma caixinha aveludada como um pedido de casamento.... Casamento? Esse nome parecia rodar meus pensamentos. Me dar Arrepios!

Sim, era fato que, ainda tenho sonhos de um dia encontra, minha cara metade. Metade de uma laranja, talvez? Pensei que minha cara metade era o infeliz de Lorenzo, mas ele me traiu. Quem traí não amar. Então, não é ele a minha metade, só um cara errado como tantos outros por aí. Isso é fato!

Mas gostaria que não fosse, na realidade é totalmente diferente.

Sentei no enorme sofá, em frente a uma televisão de cinquenta polegada, a procura de algum filme netflix.

Passava das sete horas da noite, quando a companhia tocou, aliás, gritou nos meus ouvidos. Não me levantei para abrir a porta. Paulo foi mais rápido que eu.

Meus dedos estão dormentes de tanto digitar.

Inspirei fundo. Mais um dia igual a tantos outros.

Romeu entrava na sala com as mãos super ocupadas. Em uma mão carregavam uma caixa de pizza e na outra, duas caixas de cervejas e refrigerante.

— Sinto lhe informa que seu amigo ainda não chegou do congresso. Talvez amanhã. — Dei de ombros.

— E quem disse que eu vim até aqui por causa dele? — Ergueu as sobrancelhas, se acomodado no sofá ao meu lado.

Estreitei meus olhos. O que ele quer? Não somos amigos íntimos e muito menos mal o conheço. Somente o vir cinco ou sete vezes na empresa, e saímos uma vez para almoçar.

— O que quer Romeu? Diga logo? — Cruzei minhas pernas. Estou vestida do meu pijama mais largo e grande.

Romeu deu de ombros, me dado uma latinha de cerveja e um pedaço de pizza.

— Achei que estaria sozinha assistindo um filminho super triste. E precisado de um amigo de companhia, que é claro, meu amiguinho a tinha a deixando sozinha nesta mansão com Paulo. — Se justificou. — Paulo nada contra, tá. — Gritou.

Balancei a cabeça.

— Só pode ser você, Romeu. — Sorriu.

— Então o que vamos assistir? — Perguntou.

— Sei lá. — Digo.

— E isso aí se chama "sei lá"? — Deu uma bocada na pizza.

Gargalhei.

— Engraçadinho. Ainda estou à procura de um filme. Tem um filme para me indicar? — Perguntei, me virado para olhá-lo.

Romeu deu um gole longo na cerveja e suspirou antes de me responder.

— Que tal missão impossível? Meu caro amigo deveria se chamar: "Caso impossível" que no final se tornou "caso possível". Confirmado? — Perguntou-me, entregado outra latinha.

Dei de ombros.

— Tudo é possível, até ele. — Sorrir. Mas através desse sorriso que lancei para ele é, algo impossível mesmo. Ele está atrás de mais dinheiro e poder. Não me esquecendo de vencer os irmãos.

— Não disse! — Bateu sua latinha na minha. — Missão impossível? — Ergueu os olhos brilhando. Estava parecendo um cachorro pidão.

— Tá. Coloque. — Entreguei o controle.

Romeu escreveu o nome do filme e logo colocou, mas antes, lançou um olhar divertido para mim.

O filme começou com aquela musiquinha massa. Uma missão impossível, que parecer minha vovó saindo pela janela escondida. Então, Tom Cruise. E seus amiguinhos...

O CONTRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora