Capítulo 18

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Laura

— Sabe que pode confiar em nós, não sabe? — Marcia ergueu as sobrancelhas.

Não sabia que podia confia nelas, principalmente em Pamela. Pamela é uma mulher com duas caras, e não sabia com qual delas eu podia confiar.

— Laura, você mente, isso está estampada na sua cara, então nos diga o que está nos escondendo. — Pamela sentou onde seu irmão estava sentado a mais de cinco minutos. Seus olhos castanhos pareciam brilhar.

Marcia alisou minha bochecha e sorriu.

— Se não quiser contar, então, não conte, querida. — Marcia é uma mulher muito doce e gentil. Como queria que ela fosse minha mãe.

— Obrigada. — Disse.

— Mãe porque não descer para ver se Caio está bem. — Propôs Pamela a mãe. — Ele saiu do quarto parecendo que viu um fantasma.

Marcia a encara.

— Eu... — Marcia me olhou alguns segundos, desviando o olhar para a filha. Ela sabe o que a filha vai fazer assim que deixar o quarto. Vai me fazer contar. — Ok. — Disse. Segurou minhas mãos. — Eu volto daqui a pouco, Ok? — Encara-me. — Somente vou ver como está Caio, mas não demorei.

Marcia levantou da cama, saído do quarto fechando a porta atrás de si.

Pamela esticou as pernas. Seus olhos castanhos é um buraco prestes a me engolir.

— Talvez eu não pareço ser confiável, Laura, mas eu sou uma ótima pessoa. A nossa primeira impressão não foi das melhores, mas eu gosto de você, Laura, quero deixar isso claro, certo? — Encara-me.

Olhei-a.

— Posso?

— Claro que pode. — Ela olhou o teto depois voltou os olhos para mim. — Somente me diga que não foi meu irmão que a fez chorar desta forma... Ou fez algo pior? Diga-me?

Ela acha que foi mesmo Caio que me fez chora? Caio foi meu herói, me salvou daqueles nojentos lá na ponte, se não fosse ele eu, eu não tenho a menor ideia o que teria acontecido comigo.

— Não... Não. Caio não fez nada a mim. Ele....

Engulo o que estava prestes a dizer.

— O que então aconteceu? Se você não dizer a verdade eu vou pensar que foi ele que a fez chora, ou outras coisas piores, Laura.

Eu tinha saída? Não. Pamela estava me colocando contra a parede. Se eu não contar a verdade, Caio sairá como o vilão e não o mocinho na história.

Suspirei fundo.

— Pamela não foi seu irmão que me fez ficar... Doente e triste foi... — Olho a porta tentado encontrar a coragem. Fechei meus olhos com força. Você consegue, Laura. — Ontem à noite eu e Caio tivemos uma discussão, como todos os casais tem. Mas... Eu acordei cedo e fui correr, precisava tirar todo a raiva que sentia dele, aí foi quando aconteceu...

Pamela inclinou os ombros para frente.

— O que aconteceu? — Seus olhos estão arregalados.

Mordi meu lábio inferior. Olhei-a.

— Eu perdi a noção da hora, quando fui ver, estava parada na ponte quando apareceram dois caras querendo... Querendo. Você sabe, Pamela.

Pamela assentiu.

— Eles a pegaram a força?

Fiz que sim.

— Foi quando Caio pareceu de carro e me salvou. — Limpei minha bochecha. — O cara me jogou da ponte... E ele. Caio me segurou. Se Caio não tivesse chegando a ponte eu... Eu não saberia o que iria acontecer comigo.

Suspirei fundo. Mantive meus olhos focados nas minhas mãos sobre o meu colo.

Não chore, Laura, você é forte. Eu sou?

— Aí meu Deus! Eu... Ah, Laura, eu sinto muitíssimo. Que coisa horrível. Que coisa horrível. — Murmurou.

— Ainda estou em choque, mas vou ficar bem. — Estava mentido para mim mesma. E me odiava por dentro.

— Vai? — Pamela me encara. — Você, Laura, é uma mulher forte. E eu admiro por isso sabia? — Ela segura a minha mão e aperta. — Não vou contar a ninguém se você não quiser que eu conte, certo?

— Obrigada.

Pamela beijou minha bochecha.

— Eu que agradeço por você compartilha isso comigo. Somos mulheres, e mulheres devem ajudar uma a outra. Laurinha. — Pamela abriu um imenso sorriso, um sorriso verdadeiro.

Nossa.

Essa é uma das caras que mais admiro em Pamela. Sinto meus olhos cheio de lagrimas e ela me abraça.

***

O CONTRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora