Capítulo 3

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Preciso sair daqui o quanto antes. Sim. Deveria. Sair de dentro do quarto e simplesmente parei. Não fazia ideia onde era o caminho até a porta de saída. Não importava ser era a porta dos fundos ou da frente, somente quero ir para casa...

Não tenho mais casa. Lembro-me.

Encontrei uma escadaria e corri descendo os degraus, mas antes que alcançasse o último degrau, uma voz grave interrompeu meus pensamentos de fugir desta mansão.

— Laura.

Olhei na direção da voz. Caio está parado encostado a parede, uma xicara em mãos.

Engulo em seco.

Caio se aproximou de mim. Queria recuar. O quem eu fiz para merece isso?!?

— Por favor, eu preciso voltar...

— Sabe muito bem que você não tem para onde ir, Laura. Isso é a melhor solução para você. — Deu um gole do café.

O encarei.

— Melhor para você. — Retruquei.

Ele deu de ombros.

— Você também vai saindo ganhado uma bolada, Bela Laura. — Resmungou.

— Eu... — Engoli o que estava pronta a disse. Suspirei a procurar de forças dentro de mim. Ergui meus olhos a procura dos deles, ele já me encarava. — Eu estava bêbada quando assinei aquele contrato, Caio. — Lembrei do seu nome. — E você aproveitou da minha fragilidade naquele momento. — Desci o último degrau.

O cara rico, que, na cara dele não precisava de nada — principalmente de uma mulher pobre como eu para lhe ajudar sabe Deus o que.... — Caio encostou as costas na parede novamente. Deu um longo gole de café e colocou a xicara encima de uma mesinha.

— Sim, tenho que confessa que sim, mas vou lhe recompensa com isso, Laura. Depois que o nosso contrato chegar ao fim, você sairá com os bolsos cheios de dinheiro e um ótimo emprego. — Deu uma olhada para o meu corpo, fiquei de lado. — Não vou encosta um dedo em você, aproposito, Megan. Só precisa dormir na mesma cama que a minha quando pessoas próximas a mim vim dormir aqui em casa.

— Nossa...

— Nossa. — Repetiu. — Espero que isso seja um "vamos nessa, Caio".

Revirei os meus olhos.

— No seu sonho. — Comecei a caminhar na direção da porta, mas ela foi aberta por uma loira de olhos negros, semelhantes à de Caio. Eu já a vir em algum lugar, mas onde?

A loira parou e me analisou de cima a baixo. Dei um passo para trás automaticamente. Ela puxou os lábios para o lado esquerdo e deixou-os em linha reta. Depois de uma longa olhada para mim, ela encarou Caio.

— Caio, o que aconteceu, em? Pegou a primeira mulher do bar e trouxe para sua casa? — Perguntou ela, com ironia na voz.

Acetouuu.

Não gostei dela.

Caio me olhou de lado, mas não deixou de sorrir.

— Olhar como falar com minha esposa, Pamela. — Fuzilou-a com seus olhos negros.

— Esposa? — Quase gritou esse nome. — O que? Irmão, você bebeu e esqueceu de levantar? — Olhou-me novamente e voltou para o seu irmão. — Você está brincado, né?

Sim, está, literalmente ele está brincado com sua cara minha filha.

Simplesmente queria que esse piso sobre meus pés abrisse e me engolisse nesse exato momento. Que mulher mal-amada do cacete.

— Não, claro que não. — Disse Caio, passado o braço em minha cintura e se inclinado para beija minha bochecha, mas no meio do caminho se arrependeu e, simplesmente ele segurou meu queixo e beijou meus lábios.

Isso não está acontecendo. Isso não está acontecendo. Mas o beijo foi...

Engulo em seco.

Quando ele soltou meu queixo, ele olha-me dentro dos meus olhos, demoradamente.

Sua irmã pigarreou.

— Ah, desculpa, Pamela. — Suspirou ele, ainda me olhando sem reação. — Tem algum tempo que quero contar a família que encontrei minha alma gêmea, mas sabe como é. O que os outros não sabem não estraga. — Deu de ombros.

Pamela apertou os olhos.

— Você... — Ela voltou a me encarar. — Ela é um pouco...

— Linda de mais, é eu sei disso, Pamela. — Complementou o que Pamela, talvez, não iria dizer essas exatas palavras a mim. — Preciso que me der licenças que preciso conversar com minha bela Laura. — Puxou meu corpo para mais perto do seu corpo. — Né, Laura?

Engolir em seco.

— Sim. É.

Não, não é!

Caio abriu um imerso sorriso em seu rosto com minha resposta.

Pamela fechou a cara e sair pela a mesma porta que entrou. Pela a porta!

O CONTRATOOnde histórias criam vida. Descubra agora