Capítulo 7

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- Ah entendi. E se eu te chamar pra vir até aqui no sábado, você vai ficar com preguiça também?

Márcia congelou. Inês conseguia perceber, é claro, o nervosismo da mulher.

- E aí, Márcia? Vem ou não vem pro nosso drink de café no sábado?

- Pode ser...

- Então eu te espero aqui no sábado.

- Mas... no sábado não é ruim pra você? Por causa do movimento...

- O Tutu da conta lá de cima, a gente pode ficar aqui conversando.

- Tá certo. - ela sorri sem mostrar os dentes. - O café tava maravilhoso, obrigada. Mas agora eu preciso ir...

- Claro. Eu te levo até a porta.

As duas caminharam juntas até a porta vermelha que dava pra rua.

- Até sábado, Inês. Obrigada pelo café e pelo carro.

- Até sábado.

A dona do bar ficou parada na porta observando o carro passar pelos Arcos da Lapa.

Aquilo era meio desanimador para as duas, era bom ter alguém pra conversar de tudo e de nada ao mesmo tempo, sabe como é?

Aquela pessoa que quando a conversa começa, não tem hora pra acabar! As palavras voam de um assunto pra outro e a conversa vira uma conversa de tudo.

E ao mesmo tempo é uma conversa que não vai tocar nos compromissos do dia, não vai falar de trabalho. É só um grande prazer falar, falar e falar.

Para Inês isso era uma novidade. Ela tem Tutu, Camila e até pode contar com Isaac, mas ela não conseguia simplesmente conversar assim com eles.

Sem dúvidas o quarteto tinha suas duplas com mais afinidade. Enquanto Camila era mais próxima de Isaac, Inês e Tutu eram inseparáveis. Mas conversar com Tutu era uma tarefa um tanto difícil, ele era sempre muito calado.

Desde da primeira noite daquela policial no Cafofo Bar, Inês sabia que tinha alguma coisa diferente. O que exatamente ela ainda não sabia. Porém, realmente acreditava que aquela troca de energia não era coisa da cabeça mirabolante dela.

- Pensando na morte da bezerra, Inês? - Camila disse chegando perto da porta onde Inês estava.

- Oi Camila, não tinha te visto aí... Vai entrar?

- Vou sim. Estava precisando falar com você, mas antes você vai me falar quem era aquela pessoa no carro...

Delegacia

Márcia chegou um mais cedo que alguns colegas de trabalho e decidiu dar uma organizada nos arquivos que tinha.

Era bom ver que seus anos de muito esforço estavam valendo a pena. Durante a sua organização, consegui fazer um levantamento, rápido e sem detalhes, dos casos que já tinha resolvido.

Desde que começou, havia construído um nome e conquistou o respeito de seus colegas e chefes, era uma das detetives mais respeitadas dali. Observou que conseguiu passar de casos bobos para os mais difíceis e com um tempo pra cada um que podia ser considerado rápido.

Isso aquece o coração, era um sonho de garota e tudo tinha dado certo até ali.

Porém, no fundo, ela sabia que aquela sensação de nada estraga meu dia era resultado de outro acontecimento da manhã.

Mesmo sendo muito próxima do Eric e Dona Januária, avó do Eric, eles não tinham essas conversas gostosas. Não que não fossem boas, mas com eles as vezes podia parecer que ela estava sempre no trabalho.

Nosso Amor Não é LendaOnde histórias criam vida. Descubra agora