Capítulo 8

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Depois de ter falado um pouco com a menina, se despediu e já estava prestes a voltar pra delegacia quando lembrou do que a Inês tinha falado.

Era como se pudesse ouvir a voz da mulher sussurrando em seu ouvido: "se você quer mesmo descobrir o que tá acontecendo, primeiro você tem que saber por que seu amigo tá mentindo tanto pra você".

Márcia deu meia volta e bateu na porta novamente.

- Oi querida, esqueceu alguma coisa? - Dona Januária perguntou assim que abriu a porta.

- Dona Januária você não faz a mínima ideia de onde o Eric pode ter ido?

- Não, minha filha. Ele saiu cedo com carro, achei que ele tivesse ido pra DPA.

- Tá certo, obrigada. Não se preocupa que ele deve ser ido resolver alguma coisa do caso...

- Esse caso tá exigindo muito de vocês, né? Espero que resolvam logo...

- Eu também Dona Januária, eu também... Obrigada mesmo assim.

Entra no carro e liga pro Eric mas toda chamada cai na caixa postal.

- Que porra vocês tá fazendo, Eric?!

Com o celular nas mãos manda uma mensagem para Eric: "Eric onde você ? Por que você mentiu pra mim cara? Você sabe a merda que isso pode dar, ? O Ivo no nosso !"

Depois de sair com carro em direção a DPA, a policial começou a repetir mentalmente uma lista de possíveis lugares onde Eric poderia estar.

Após repetir várias vezes a mesma pergunta, não conseguiu pensar em nenhum lugar que realmente fizesse sentido.

Claro que ela poderia passar no IML, mas por que Eric mentiria sobre isso? A Vila Toré? Não dava pra ir até lá atrás do seu parceiro...

E foi aí que uma luz divina iluminou sua cabeça: o boto cor-de-rosa. O início de tudo aquilo.

"E vamos atrás de respostas da necropsia do boto cor-de-rosa." - pensou a policial.

- Oi, boa tarde, você pode me ajudar?

- Ô senhora eu tô correndo aqui pra ir pra casa!

- Eu sei que vocês já tão encerrando o dia mas eu só preciso saber sobre um boto que foi incinerado semana passada.

- Não tem nenhum boto aqui não.

- Como não? Você não pode checar nenhuma lista, nada? Ele veio pra cá. Foi encontrado morto na praia do Flamengo, um boto cor-de-rosa.

Na maior má vontade de mundo, a mulher pega uma prancheta.

- Cinco cachorros, três gatos, um macaco-prego e um jacaré. Nenhum boto cor-de-rosa.

- Você tem certeza?

- Se tivesse passado um boto cor-de-rosa por aqui, eu ia lembrar. Agora me dá licença que hoje é dia de mengão!

Márcia recua e vê a moça partindo na garupa de uma moto.

Vai andando até seu carro frustrada e pega seu celular antes de dar partida e manda outra mensagem de voz pra Eric.

"Eric onde você ? O que você foi fazer? A gente precisa conversar! Qual a merda que você fazendo agora?"

A policial volta pra DPA com a cabeça à mil por hora. Todos em volta podiam perceber o alto nível de estresse e frustação da mulher.

Ela pega o arquivo e começa a estudar o caso, desde o princípio, observando bem de perto cada passo do seu parceiro - ainda era seu parceiro? - para tentar descobrir o que pudesse e arrancar a verdade de Eric.

Era normal, quando Márcia trabalhava com Eric, que eles se separassem para procurar algumas coisas, investigar outras... mas dessa vez tudo estava muito estranho.

Eric estava distante e convenhamos que era suspeito. E, apesar de tentar se desvencilhar isso, não podia esquecer que se Eric estragasse sua carreira com esse caso, a carreira da Márcia estava na mesma reta. E ela passou por coisa demais pra simplesmente estragar tudo por encobrir, mesmo sem querer, um possível responsável pelo crime.

Decidida a ter tudo esclarecido na manhã seguinte pediu pra outro colega de trabalho  fazer um rastreamento do GPS do carro do Eric, do dia que encontram o boto cor-de-rosa na praia do Flamengo até hoje.

A mulher respirou fundo e organizou tudo que tinha de mais concreto pra exigir uma explicação na manhã seguinte.

Já eram quase 19 horas quando se levantou e saiu da delegacia.

A brisa fria da noite batendo no seu rosto trouxe um angústia e uma necessidade urgente de esvaziar a mente e o peito daquela sensação de ter sido traída e enganada por uma das únicas pessoas que confiava plenamente.

.......

Oioi leitores! Finalmente saiu mais um capítulo, ?! Esse foi curtinho, mas o próximo está no forno. Irra!!!

Agora tenho uma pequena novidade pra quem curte minha escrita: lancei mais uma história!

Segue a sinopse, espero que leiam e curtam também!

"As palavras chegam na mente do autor
do mesmo jeito que a chuva chega no verão,
intensas e bem carregadas."
                                        
                                         - chuva de poesia.

Aqui vocês vão encontrar um conjunto de textos. Meus textos. Textos bagunçados igual a cabeça de uma adolescente ansiosa e melancólica.

Espero que lendo vocês consigam se identificar com as boas coisas e, quem sabe, conseguir dar nome pra algum sentimento que tem forma de confusão.

E ? Acham que vão gostar? Vocês podem encontrar o livro Melancholy Bicth Writing Shit no meu perfil.

E por último e mais importante: obrigada pelos mais de 3K de views! Sem vocês essa história aqui não ia ser nada! Obrigada demais!

Nosso Amor Não é LendaOnde histórias criam vida. Descubra agora