Capítulo 36 - Care

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E quem voltou? Quem voltou?
Bora pra leitura, bbs?
Partiu!


Lauren POV

Desde criança, quando perdi meus pais no 11 de setembro, aprendi a ser um tanto quanto auto suficiente. Mesmo que tivesse o meu tio cuidando para que nada me faltasse, eu sempre tentei encarar a vida como se eu estivesse por mim mesma.

E dali por diante sempre foi assim: Eu cuidava das pessoas. O outro em primeiro lugar. Foi assim quando eu comecei a namorar a Alexa, foi assim com meus outros relacionamentos – mesmo que passageiros – e foi assim com a minha filha.

Eu sempre estive de pé por quem precisava de mim. Principalmente no meu trabalho e para a minha filha. Eu nunca tive a oportunidade, de ter quem estivesse ali por mim. Para cuidar de mim. Talvez isso fizesse com que eu não soubesse como deixar que as pessoas cuidasses de mim.

Claro que ao longo dos anos minhas amigas me ajudaram e muito com a Luna, mas me refiro a mim. A cuidar do meu bem estar.

Não. Esse cuidado eu nunca tive.

(...)

Estar praticamente inválida era uma sensação aterrorizante. Eu mais conseguia caminhar sem a ajuda de muleta, e ainda assim era complicado já que um dos meus braços também estava imobilizado. E o meu tórax ainda seguia enfaixada para recuperação de um dos tiros.

Naquela tarde da invasão, a troca de tiros que deu início a todo esse caos foi iniciada pela Swat, que  entrou no prédio acessando o telhado de vidro, com agentes descendo de helicópteros.

Algo totalmente cinematográfico e imprudente, como tudo que a Swat faz.

Ao quebrarem o teto de vidro e descerem atirando, estilhaços atingiram praticamente a todos, incluindo a mim que tive alguns cortes pelo corpo. Com o barulho, os invasores revidaram os tiros, e nesse momento, pudemos ver quem de fato estava com o detonador.

Por ter a posição ideal, vista de cima, atirei atingindo um tiro na nuca do invasor que só agora sabia se tratar da Lucy. Não posso dizer que lamento, faria quantas vezes mais fossem necessárias. E por mais que lamente a perda da minha amiga, não posso apenas passar a mão na cabeça, mesmo ciente que ela estava ali obrigada.

Escolhas foram feitas ao longo dos anos. E por mais que bem intencionada, nenhuma delas foi em prol do bem coletivo. Sempre pelo próprio bem financeiro.

E isso, a longo prazo custa caro.

Lembro que após atirar, me levantei e tentei me aproximar de onde estavam as crianças, e ao alcançar uma delas, senti um impacto no meu ombro, seguida de uma ardência e um líquido quente escorrendo pelo meu braço. Antes de fazer pressão sobre ele e tentar nos esconder atrás de uma das pilastras, senti mais um impacto no meu colete à prova de balas, bem próximo da lateral do meu corpo, mais uma vez seguindo de uma ardência, denunciando que outro projétil teria me atingido. Com menor gravidade, mas ainda assim atingido. E por fim, meu corpo foi ao chão depois de um dos meus tornozelos também ser impactado por um tiro.

Ante de sair do hospital, tive uma conversa com a minha médica que explicou a gravidade dos meus ferimentos. A perda de sangue foi considerável, uma vez que eu fui atingida no início da invasão da Swat, recebendo ajuda médica com mais de 30 minutos depois. Os tiros, projéteis de uma arma 9mm não atingiram áreas vitais, mas sem os devidos cuidados, eu teria sequelas.

Na cirurgia, precisaram acrescentar uma placa ao meu tornozelo para garantir sustentação, já que um projétil comprometeu um ligamento. No ombro, mais ligamentos foram comprometidos, mas por sorte, puderam ser recuperados sem inserir placas. E quanto à lateral do meu abdômen era necessário apenas aguardar a cicatrização e remoção dos pontos, já que o tiro foi de raspão, graças ao colete.

Classified - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora