O quarto

2.7K 283 645
                                    

POV ZULEMA

Após o "episódio" no banheiro, voltamos pra festa. Fui até uma sacada e tirei o cigarro do meu bolso, tragando e soltando a fumaça, hábito que já havia se tornado rotineiro, e de alguma forma me acalmava quando estava ansiosa ou preocupada.

Enquanto apoiava meus cotovelos no parapeito, vejo um homem se aproximar de mim.

- A noite está linda, não acha? - O homem pergunta olhando pra paisagem.

Não o respondo, somente olho pra frente e continuo a fumar.

- Qual seu nome? - Ele pergunta, agora direcionando o olhar pra mim, ainda ficando sem receber uma resposta. - Me chamo José Perez. - Diz estendendo a mão em minha direção.

Bufo e então resolvo olhá-lo. Finalmente o faço e vejo que era um cara novo, aparentava ter uns 30 anos.

Tinha cabelo preto e uma barba rala no rosto, usava uma camisa social branca e uma calça preta, nos pés calçava um sapato social.

A roupa escondia um pouco, mas podia ver que tinha um físico bom, e seus braços eram musculosos.

- Zulema Zahir. - Digo brevemente, me virando pra vista novamente.

- Não é muito de falar, hein. - Ele diz dando um sorriso.

- Não com gente que nunca vi na vida. - Digo secamente.

- Não seja por isso, vamos nos conhecer. - Ele diz, se virando pra mim novamente.

- Tenho que voltar lá pra dentro. - Digo enquanto apago meu cigarro.

- Tome meu telefone, por favor. Me ligue se quiser, Zulema. - Ele diz entregando um papel com seu número, dando um sorriso.

Pego o papel e o enfio no bolso, logo voltando pra dentro.

Assim que voltei ao bar, vi as meninas sentadas na mesa, rindo. Me aproximei e sentei ao lado de Saray.

- Zule! Onde tu tava mulher? - Ouço Saray me perguntando, me dando um abraço.

Pude perceber que já estava alterada por conta do álcool.

- Estava fumando. - Digo enquanto aponto pra sacada.

O resto da festa tinha sido consideravelmente tranquilo, eu e as outras três mulheres conversamos, bebemos e rimos muito.

De vez em quando, via Macarena me olhando. Não podia dizer que entendia o que acontecia entre nós, mas sabia que pelo menos do meu lado, não havia nada mais que uma "sociedade limitada".

Estavam todas um pouco alteradas, menos eu, que era muito forte pra bebida, e nunca tomava muito, pois não gostava do sentimento de me sentir descontrolada.

Dessa forma, dei carona pra Saray e Cachinhos até a casa da cigana, e de lá dirigi até nossa quitinete.

Ainda me soava estranho dizer nossa, mas não dei bola pra isso.

Durante o caminho até em casa, via que Macarena dançava algumas músicas que tocavam no rádio, e me olhava rindo de vez em quando, retribuía os olhares algumas vezes.

Assim que chegamos, estacionei o carro na garagem e saí, peguei as chaves de casa na mão mas logo parei, vendo que Macarena ainda estava lá dentro.

Fui então no seu lado e abri a porta, vi que ela estava bem alterada, pois não conseguia nem abrir a porta do carro, suas pupilas estavam dilatadas.

- Puta Rúbia. - Digo mais pra mim e a puxo pelo braço, colocando o mesmo em cima dos meus ombros.

A carrego até dentro de casa, e então a largo no sofá, recebendo uma murmuração de sua parte.

Demônios - ZurenaOnde histórias criam vida. Descubra agora