Demônios - Zurena

O Indiano

POV ZULEMA

- Oi Zule. - Macarena diz, dando um sorriso.

- L-loira? - Balbucio, ainda sem distinguir se ela realmente estava ali ou estava apenas tendo uma miragem.

- Sou eu meu amor. - Ela diz entrando pela porta enquanto tenta se aproximar de mim.

Recuo imediatamente e vejo seu sorriso sair de seu rosto, era como se ela não entendesse o motivo daquilo.

- O que diabos você está fazendo aqui? - Digo secamente e vejo suas sobrancelhas se curvarem levemente em sinal de tristeza.

- Eu voltei por você Zule. - Ela diz tentando se aproximar de novo mas eu recuo novamente.

- Se não tivesse ido, não precisaria ter voltado. - Digo sem esconder a mágoa por traz da minha voz.

- Zule, deixa eu... - Ela tenta dizer mas a interrompo, não queria ouvir suas desculpas.

- Não quero saber Macarena, você tem o seu bebê pra cuidar e eu minha vida livre pra viver, não precisamos nos ver nunca mais. - Digo, sentindo vontade de chorar mas não me permitiria fazer aquilo.

- Zule, você não está entendendo. - Ela diz e algumas lágrimas caem de seus olhos, fazendo meu coração doer imensamente.

Por mais que eu estava brava com ela, eu ainda a amava muito e me doía a ver triste ou machucada.

- Por favor, vá embora, viva sua vida e seja feliz. - Eu digo, indo em direção a porta e apontando pra fora.

- Eu nunca vou ser feliz sem você Zulema, e sei que você também não é sem mim. - Ela diz baixo e sinto meu estômago embrulhar, ela estava certa.

- Eu estou muito bem sem você. - Digo, mas sabia que estava mentindo, eu não estava nada bem sem ela.

- Zule, me escuta. Nosso bebê precisa de você tanto como eu. - Ela diz e coloca uma mão na barriga.

- SEU bebê, SEU! - Digo secamente e vejo ela abaixar a cabeça. - Eu não quero mais você nem seu bebê Macarena, você não vale mais nada pra mim. - Digo com dificuldade já que minha garganta estava quase trancada.

- Olhe nos meus olhos e diga isso. - Ela diz e continuo encarando o chão. - OLHE NOS MEUS OLHOS, PORRA! - Ela grita, me assustando.

POV MACARENA

Assim que Zulema olha em meus olhos, posso ver apenas frieza e que a barreira que ela havia construído e que eu estava conseguindo romper aos poucos havia voltado completamente.

Zulema estava magoada, triste e se sentia traída, eu não poderia a julgar, talvez teria pensado o mesmo.

O que mais me doía era ela não querer sequer me ouvir, tudo não se passava de um tremendo engano, que estava destruindo nossas vidas.

Eu sabia que Zulema ainda me amava e talvez sempre me amaria, assim como eu amava ela.

Éramos almas gêmeas, e almas gêmeas sempre se amavam, não importando a situação ou o tempo.

Tínhamos uma conexão como nenhum outro casal e eu sabia que ficaríamos juntas para sempre, eu apenas tinha que ganhar novamente a confiança de Zulema e ir com calma.

- Zule, vamos conversar, por favor. - Digo calmamente, me aproximando da porta.

Eu tento fechá-la mas Zulema a prende com força, fazendo eu ir para trás e quase bater as costas na quina da sua bancada.

- Eu nunca te amei nem nunca vou, tenho nojo de você e nunca mais quero te ver. Então faça-me o favor e saia daqui e nunca mais volte. - Ela diz com a mandíbula travada, sinto sua voz pesada.