Lembranças

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POV ZULEMA

Havíamos acabado de chegar na nossa suposta casa, que na verdade era uma mansão enorme, que tinha uma vista incrível para a praia e havia me deixado totalmente boquiaberta.

Passei o olho por tudo e vi algumas decorações que eu gostei muito, que chamaram muito a minha atenção, como um enfeite em forma de escorpião e outro em forma de gaiola de pássaro.

Inexplicavelmente, senti uma afeição por aquelas decorações e senti como se fossem lembranças.

Vi uma foto minha e de Macarena em uma moldura branca muito bonita e a peguei na mão enquanto Macarena colocava Rosa no carrinho dela.

Passo a mão pela foto e sinto como se eu realmente estivesse feliz ali naquela foto, como se estivéssemos muito apaixonadas.

- Zulema? - Ouço Macarena me chamar e volto meu olhar pra ela. - Tudo bem? - Ela pergunta, se aproximando de mim com Rosa no carrinho.

- Tudo sim, nós sempre fomos apaixonadas assim? - Pergunto, mostrando a foto pra ela.

Macarena não responde nada, apenas começa a rir, fazendo eu ficar muito confusa.

- O que? - Pergunto sem entender nada, dando risada também.

- Sente-se, temos muito que conversar. - Ela diz, se sentando no sofá.

Faço o mesmo e puxo o carrinho de Rosa pra perto de mim, fazendo carinho em seu pequeno pé.

- E então? - Pergunto, incentivando Macarena a falar.

- Se tentar matar uma a outra várias vezes quer dizer amor, então sim, fomos sempre apaixonadas assim. - Ela diz rindo, como se fosse uma piada interna.

- O que?? - Pergunto chocada, realmente não imaginava que ela fosse dizer aquilo.

- É, éramos inimigas antigamente na prisão. - Ela diz, me olhando.

- Prisão??? - Pergunto, mais chocada ainda.

- É, mas se acalme, prometo te contar tudo o que quiser saber. - Ela diz, segurando minha mão.

Me sinto completamente desnorteada e chocada com aquelas informações repentinas.

Eu era inimiga da mulher que era supostamente apaixonada? Eu era uma criminosa? Ambas éramos?

Milhares de perguntas rodeavam minha mente e me sentia completamente tonta e aflita, sentia meu coração acelerado, como se estivesse quase tendo um infarto.

- A-acho que eu preciso d-de um copo de água. - Digo pra Macarena com dificuldade, que logo levanta e vai rapidamente pegar um copo com água.

Espero ela fazer isso com uma mão apoiada no joelho e outra no peito, tentando controlar minha respiração e as batidas do meu coração.

- Aqui, coloquei um pouco de açúcar também. - Ela diz, me entregando o copo.

Tomo a água inteira do copo que estava cheia em apenas alguns segundos. Estava totalmente nervosa e com a garganta seca.

- Por que eu estava na prisão? - Pergunto finalmente, após me controlar um pouco.

- Então, você nunca me disse, mas outras pessoas disseram que foi por que você matou o homem que tirou sua filha de você. - Ela diz e me sinto mais desesperada ainda.

- Como assim, tiraram minha filha de mim? Você não disse que éramos próximas? - Pergunto, totalmente confusa e nervosa.

- Porra, eu não faço nada direito. - Macarena diz, batendo a mão na testa.

Demônios - ZurenaOnde histórias criam vida. Descubra agora