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Jeongin já estava no ônibus há dez minutos. Ele sentou perto da janela e, chorando, observou as estrelas no céu escuro.

Perto do interior as estrelas sempre aparecem mais. A avó de Jeongin sempre falava isso quando eles estavam observando o céu.

Jeongha era muito feliz morando no interior. Ela cuidava da horta e dos animais, fazia passeios matinais pelo campo e conversava com os vizinhos no final da tarde. O que ela mais gostava era quando seu neto, Jeongin, ia visitá-la. Os dois brincavam juntos e ficavam acordados até tarde para admirar os pequenos pontos iluminados na imensidão escura.

Quando ela se mudou para a cidade, para cuidar do neto, foi difícil se adaptar à nova realidade. Ele não teria mais sua horta e seus animais para cuidar, nem iria caminhar pela manhã no campo e nem conversar com os vizinhos no final do dia. Mas sempre que ela se lembrava da antiga vida com tristeza, ela pensava: Eu preciso fazer isso pelo meu filho e pelo meu neto.

Jeongha sabia que seria difícil para o neto se adaptar à vida no interior depois de tudo que ele passou, e foi por isso que ela decidiu fazer sacrifícios e deixar sua antiga vida para trás.

E Jeongin sabia, desde sempre. Ele via a saudade que sua avó sentia da vida de antes quando ela contava histórias antigas para ele. E ele sempre foi muito grato a tudo que a avó fez por ele.

A avó era um dos maiores motivos para ele continuar odiando sua mãe. Ele queria que todo o sofrimento da avó não fosse em vão. 

Como ele iria simplesmente deixar a mãe voltar para sua vida como se nada tivesse acontecido? Como ele poderia fazer isso quando a avó teve que deixar a vida que gostava de lado para cuidar do neto cuja mãe abandonou para formar outra família?

Jeongha não merecia isso.

Odiar Ha Sooyoung não significa que ele não tinha lembranças boas com ela, mas infelizmente elas foram ofuscadas pelas lembranças ruins, que o machucaram e deixaram feridas abertas.

Meia hora depois, Jeongin chegou na cidade natal de sua avó. Ele cruzou com alguns vizinhos durante o caminho até o cemitério, mas não tinha cabeça para falar com ninguém.

E então, depois de uma pequena caminhada, chegou ao lugar onde ele queria estar também.

Kai e a namorada, que estava em sua casa, pegaram o carro de seis lugares e foram pegar os amigos para ir atrás de Jeongin.

Vinte minutos depois estavam todos na estrada. O carro estaria em completo silêncio se não fosse Bella chorando.

—Vocês acham que ele fez alguma coisa? —Ela perguntou quando estavam chegando na cidade.

Ninguém respondeu por um tempo, eles sabiam dos pensamentos suicidas do amigo a algum tempo e por mais que ajudassem como podiam, eles se sentiam culpados por não poder fazer nada de especial por Jeongin.

—Não. —Suga respondeu acariciando a mão da amiga. —Ele é forte.

Jeongin pensou seriamente em como poderia acabar com a sua vida de um jeito rápido, mas sua mente estava tão nublada que não conseguiu pensar em nada.

Ele só conseguia chorar.

Sentado ao lado da lápide da avó, ele pensou em tudo que aconteceu durante esses anos.

—Eu estou tão cansado de tudo, vó. —O choro ainda presente na fala. —Eu queria poder te ver.

—Jeongin, não! 

First Winter Snow❄Yang JeonginOnde histórias criam vida. Descubra agora