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- Malu, você tá esperando alguém? - Gabriel me gritou

- Eu não! - gritei de volta

- E você pai? - ele perguntou, dessa vez se dirigindo ao meu pai.

- Não! - ele respondeu

- Ué, eu também não - Gabriel disse.

- Eu vou atender! - eu disse me levantando do sofá e indo em direção a porta, para atendê-la.

Logo comecei a destrancar a porta, na esperança que fosse apenas o carteiro, ou sei lá, um vendedor de biscoitos, mas quando eu abri a porta, me deparei com alguém que eu realmente não esperava aparecer ali...Alguém que eu não queria ver naquele momento.

Era Thiago.

Rapidamente me assustei, e fechei a porta na cara dele com força.

EU NÃO ESTAVA ACREDITANDO QUE ELE ESTAVA NA PORTA DA MINHA CASA.

Tentei sair de fininho dali, para não ter que atender a porta, mas pareceu não funcionar.
Ele voltou a tocar a campainha, fazendo meu pai sair da cozinha, onde estava lavando a louça, para vim ver o que estava acontecendo..

- Você não foi atender a porta? - meu pai me perguntou indo em direção a porta.

- Er....Não - respondi - Mas acho que não é ninguém importante, e não preci....- tentei impedi-lo de atender a porta, mas já era tarde demais.

Ele girou a maçaneta, e abriu a porta, dando assim, de cara com o Thiago.

Por um momento, os dois se olharam, sem dizerem uma palavra sequer, me dando um pouco de esperança, pois realmente achei que meu pai não tinha gostado da nossa "visitinha" e o mandaria embora...
Mas não foi isso que aconteceu.

- Ah, não acredito. - Meu pai começou - Thiago, filho, que surpresa agradável!! E veja só como você cresceu!!! Não foi fácil, desde a última vez que nos vimos, anos atrás.

- Doug, meu querido tio Doug - Thiago começou - Você continua o mesmo senhor bondoso, que conheci anos atrás, só que agora parece mais em forma! - ele disse elogiando meu pai.

- Malu! - Meu pai disse me chamando. Nessa hora eu queria enfiar a cabeça em um buraco.

Fui andando em direção aos dois, do jeito que eu estava mesmo, com a cara amassada de dormir, e meu lindo pijama rosa bebê.

- Bom, minha filha deve estar muito feliz, que você veio - meu pai disse me abraçando de lado, enquanto eu olhei para a cara sonsa do Thiago, que parecia segurar o riso. Ele me paga!

- Com certeza! - Thiago respondeu olhando para mim, e então fiz uma cara feia pra ele, como ameaça para ele sair daquele lugar imediatamente, mas ele pareceu não ligar. Esse fi duma égua!

- E eu fico feliz, que vocês voltaram a amizade. Agora, são mais jovens, e aproveitam a vida do jeito que gostam. Lembro da Malu, um bebê brincalhão, e esses dias, estava indo dormir na sua casa, fazer não sei o quê.... - meu pai disse fingindo enxugar uma lágrima.

- PAI! - gritei o repreendendo

- É brincadeira! Hahahaha - ele continuou e caiu em gargalhadas. Enquanto o imbecil do Thiago também ficou rindo.

- Bom, filho, entre - Meu pai disse abrindo espaço para o mesmo entrar.
Que droga.

Ele entrou, e após isso, meu pai fechou a porta atrás dele.

- Fique a vontade, a casa é toda sua filho. - Meu pai disse, e logo depois voltou para a cozinha, aonde estava bem antes.

- Puxa, aqui não mudou nada... - Thiago comentou, enquanto eu olhava para ele com ódio nos olhos.

Cerrei os punhos, e logo meti um murro forte em seu braço.

- AI - ele gemeu passando a mão, aonde eu aparentemente havia dado o murro.

- ISSO É PRA VOCÊ APRENDER, A NUNCA MAIS APARECER AQUI DE SURPRESA - eu disse dando lhe um sermão.

Depois disso, dei outro soco em seu braço, só que agora mais forte..

- AAAII - ele gemeu mais alto.

- E ISSO, É PRA VOCÊ DEIXAR DE SER UM MANÉZÃO. - eu disse cruzando os braços, e ele logo abriu um sorrisinho, sem mostrar os dentes, o que revelou a cara de sonso do mesmo.

- FICA AI, IDIOTA - eu disse, me retirando, e indo subir as escadas. Só que o mesmo pareceu não me escutar, e então, estava me seguindo.

- EU DISSE PARA FICAR AI! EU VOU TROCAR DE ROUPA, SEU OTÁRIO. - eu gritei mais uma vez, e voltei a subir as escadas. Felizmente ele não me seguiu mais.

Cheguei em meu quarto, e logo fui trocar de roupa. Mas não deixei de resmungar em nenhum momento. O que esse idiota quer agora? Será que não vou conseguir ter paz mais?

Coloquei uma blusinha bege, de alça e um short jeans. Fui no banheiro, lavei meu rosto, e prendi meu cabelo em um coque.

Depois de me arrumar devidamente, sai do meu quarto, e fui descer as escadas.

Enquanto eu descia, comecei a escutar a voz do Gabriel..Só que não parecia estar num tom normal, e sim alterada, como se estivesse brigando com alguém. O que será que estava rolando?

Acidente No AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora