Acidente No Amor

30

Depois de longos minutos chorando em meu ombro, finalmente ela saiu do abraço, e respirou fundo.

- Obrigada Malu. Eu não sei o que seria de mim se voce não tivesse aparecido aqui - ela agradeceu limpando as lágrimas.

- De nada Jan. Você sempre terá a mim para o que precisar - eu lhe disse sorrindo

- Obrigada mesmo - ela agradeceu mais uma vez.. - Agora, se não se importam, eu vou me trocar aqui...

- Não, a gente não se importa - respondi enquanto Thiago assentiu com a cabeça.

- Ok então. Me esperem lá na sala. - ela disse, e eu e Thiago saímos do seu quarto e fechamos a porta.

Sentamos no sofá da sala, que estava meio sujo de, o que aparentava ser café, ou chocolate quente. Não nos importamos em sentar, pois o sofá já estava seco.

Alguns minutos depois, finalmente Janine saiu de seu quarto. Ela foi diretamente para a cozinha.

- Vocês querem café? - perguntou a mesma gritando da cozinha.

- Não preci....- eu ia respondendo, mas Thiago me interrompeu.

- SIM, POR FAVOR! - ele gritou em resposta a Janine.

- O que? Olha só garoto, a vergonha que você me faz passar. - eu sussurrei brigando com ele.

- Mas a gente nem tomou café em casa - ele disse sussurrando também.

- Mesmo assim, eu não queria incomoda-la - eu disse sussurrando e ele revirou os olhos.

Logo após isso Janine havia chegado.
Ela estava trazendo três xícaras e um bule de café consigo. Colocou em cima da mesinha de centro que havia na sala.

- esperem um pouco. - ela disse e se retirou novamente, voltando para a cozinha.

Alguns segundos depois, a mesma voltou carregando uma tigela de biscoitos amanteigados, e também a colocou sob a mesinha.

Tomávamos café e comíamos os biscoitos enquanto conversávamos.

- Eu não entendo... O Zack sempre demonstrava ser um bom menino...As vezes ele dava uns surtos, mas nunca pensei que ele fosse capaz disso... - Janine comentou

- Bom, ninguém nunca demonstra para os pais o que realmente é. Sempre escondem um lado deles. E então, esse era o lado que ele escondia de você. - eu lhe disse

- Puxa...Ele se tornou um babaca que nem o pai dele....Eu não queria que isso acontecesse - Janine disse com a voz falha, e deixou uma lágrima escorrer.

- Mas você não tinha como impedir Jan, você fez o seu papel - eu disse segurando sua mão.

- Eu sei, eu sei, isso que me dói. - ela deixou escapar mais umas mil lágrimas - Saber que eu fiz de tudo por aquele menino, e mesmo assim não foi suficiente....

- Foi, foi sim. Foi mais que suficiente Jan. Mas não importa o quanto façamos por alguém. A pessoa não vai mudar por você, se não muda por si mesmo. Não importa o que você faça - eu a consolei

- Tem razão - ela engoliu o choro. - Você tem toda razão Malu. Mas e essa casa vazia? Eu vou me sentir muito sozinha aqui. - ela disse dando um gole na sua xícara de café.

- Compra alguns cachorrinhos, ou gatinhos, que eu sei que você não vai conseguir ficar parada aqui dentro - eu disse rindo. - Além disso, eu vou vir sempre te visitar.

Ela riu e me abraçou.

- Obrigada Malu, obrigada - ela agradeceu.

[...]

Depois de um bom tempo, finalmente saímos da casa de Janine. Nos despedimos dela, e voltamos a caminhar.

Logo, a casa do Thiago havia chegado, e eu não ia ficar mais. Eu ia voltar pra casa.

- É né....Foi isso então. - eu disse assim que chegamos na casa dele.

- Não vai entrar nem mais um pouquinho? - ele perguntou fazendo a cara de choro dele de costume

- Não KKKKK - eu respondi rindo

- poxa... - ele reclamou. - Você disse que tava cuidando de mim.

- Agora eu já terminei de cuidar. Você já tá bem melhor, esqueceu? - eu lhe disse

Ele fez uma cara de choro pior do que a anterior.

- Tchauzinho Thiago. - eu disse ficando nas pontas dos pés, colocando a mão em seus cabelos e bagunçando-os como forma de despedida.

- Tchau - ele disse fingindo estar com uma voz de choro.

Sorri pra ele, e saí de perto logo em seguida. Fui caminhando por um bom tempo, e assim, resolvi olhar pra trás.

O mesmo ainda estava lá, me olhando com a cara de choro dele... Mas é um dramático mesmo!

Lembrei da gente pulando que nem doidos na cama, de pijama de unicórnio.
Também me lembrei da gente caindo um em cima do outro, por causa de um sanduíche de queijo.

Sem querer soltei uma risada involuntária.

Parei na hora.

- O que foi isso? - pensei

Bati na minha cabeça cinco vezes seguidas, para ver se eu esquecia do que eu tinha me lembrado, e depois voltei a caminhar.

Droga, estou me envolvendo demais com esse garoto.