Capítulo 2.

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Contas e mais contas.

Gastos e mais gastos.

Era a isso que todos os papéis na minha mão se resumiam.

Albert Turner é conhecido mundialmente por sua indústria de carros. Ele é admirado e respeitado dentro do universo automobilístico. Sua empresa é a maior do Canadá, e uma das maiores do mundo.

Quando completou 60 anos, decidiu que estava na hora de se aposentar. Então, seu filho, o mais velho, assumiu o controle e a presidência da empresa. Mas ele só pensa em festas, mulheres e gasta dinheiro demais com coisas que não dão retorno algum.

Albert, temendo ver tudo que construiu durante anos desmoronar, me contratou com o objetivo de fazer seu filho entrar na linha.

Minha função é controlar os gastos da empresa, que estavam cada vez mais altos graças à péssima gestão atual e aos projetos grandiosos e nada práticos de uma pessoa que nunca se preocupou com a empresa, e caiu de paraquedas na cadeira da presidência.

Eu sempre gostei de desafios. Eles me motivam, me impulsionam. Mas esse é além do que eu esperava. Realmente pensei que seria mais fácil colocar o presidente mimadinho na linha.

Mas, Peter Turner não é nada fácil.

Carol, desculpa atrapalhar... – Eliza diz sem graça do outro lado da linha.

– Você não está atrapalhando, Eliza. Pode falar! – Sorri, mesmo sabendo que ela não veria.

O Sr. Turner pediu que você viesse até a sala dele.

– Tudo bem, eu já vou. Obrigada!

Respiro fundo e bloqueio a tela do meu notebook. Pego meu celular e saio da minha sala. Caminho devagar e conto até dez até chegar à sala com a porta grande e imponente no final do corredor.

Dei duas batidinhas leves para anunciar minha entrada, e entrei em seguida.

Peter, vestido em seu terno clássico cinza chumbo, estava sentado em sua cadeira executiva preta. Robson, um dos maiores acionistas da empresa, estava sentado na sua frente.

– Sr. Hill, boa tarde! – Sorri para o senhor grisalho à minha frente.

– Srta. Campebell, que prazer revê-la! – Ele estende a mão para mim, e eu a aperto.

– Oi, Peter.

– Olá, Carolina. – Ele mal ergue os olhos para mim. Me sento na cadeira disponível em frente a sua mesa.

– Srta. Campebell, eu pedi que lhe chamassem porque tenho algumas preocupações que acho que devo lhe repassar. – Sr. Hill começa a falar e eu me viro para ele. – Quanto ao novo projeto, tenho minhas dúvidas sobre a lucratividade e o retorno que vamos ter. Sem contar que, na minha opinião, o gasto da execução será muito alto.

– Que projeto?! – Franzo a testa. Que eu saiba, não há nenhum novo projeto na empresa.

Olho para Peter, mas ele parece concentrado demais na página em branco do Word que está aberta em seu computador. Bom, aqui está minha resposta. Respiro fundo, engolindo minha vontade de gritar com ele agora.

– Sr. Hill, peço imensas desculpas, mas acho que houve alguma falha de comunicação interna. – Peter olha para mim, e se eu pudesse já tinha o matado com o olhar. – Não temos nenhum novo projeto aprovado e que vamos executar no momento. É apenas uma ideia, mas nada concreto.

– Fico aliviado em saber disso. – Ele solta uma risada nervosa. – Veja, a ideia não é de todo mal, mas precisam de muitas modificações. Vale aprimorar. – Concordo com a cabeça. – Sendo assim, acho que a reunião acabou. – Ele coloca sua xícara em cima da mesa. – Eu tenho que ir; embarco para Los Angeles em algumas horas. Ah, Srta. Campebell, obrigada pela disponibilidade. Temos que marcar uma reunião para conversarmos um pouco mais, sobre finanças. – Ele aperta minha mão.

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