Capítulo 7.

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Seus beijos eram viciantes e envolventes. Ele segurava firme na minha cintura, e eu puxava seus cabelos de leve.

Minhas costas se chocaram com a parede, e eu ri com a surpresa. Seus lábios percorreram meu maxilar e pescoço, causando arrepios em todo meu corpo. Minha respiração já estava fora de compasso, e meu corpo respondia por si só. Onde quer que ele tocava ou beijava, eu sentia meu corpo arrepiar.

Seus dedos ágeis alcançam o primeiro botão da camisa branca que eu vestia, e seus olhos estavam fixos nos meus. Ele avança contra o meu pescoço novamente, e um gemido fraco escapa dos meus lábios quando ele planta um chupão naquela região sensível do meu corpo.

Quando ele começa a descer os beijos, acordo ofegante e sento na cama.

Eu estava sonhando. Com o Peter.

Eu só podia estar louca.

Confiro a hora no meu celular, e são 3h25 da manhã. Eu preciso me recompor e voltar a dormir. Mas isso é quase impossível, porque toda vez que fecho os olhos, ele me vem à cabeça e eu relembro as sensações dos seus beijos.

Não preciso nem dizer que eu praticamente fugia do Peter o máximo que eu podia, e evitava todo e qualquer tipo de contato com ele. Eu ainda estava atordoada por termos nos beijado, e ainda mais pelo sonho que tive com ele.

- Eu sei, eu estou sendo uma péssima madrinha! Eu prometo me redimir hoje e todos os dias até o seu casamento! – Belinda ri do outro lado da linha.

- Eu realmente espero que sim. Estou com tantas saudades, e temos tanto para conversar.

- Eu sei, eu sei. E temos que aproveitar, já que logo você está casada e vai esquecer as amigas solteiras.

- Eu jamais vou esquecer, você sabe disso, idiota! – Rio alto. – Você vem se arrumar comigo, não vem? É a minha despedida de solteira. Depois de hoje, só nos vemos no dia do meu casamento.

- Eu só preciso passar em casa para pegar minhas coisas e tomar um banho.

- E isso vai demorar quantas horas? – Rolo os olhos mesmo sabendo que ela não pode me ver.

- Eu estou estacionando o carro na minha garagem agora mesmo. Chego ai em meia hora.

- Combinado. Vou preparar um lanche pra gente.

- Nos vemos em alguns minutos, Bel. Beijos.

Depois de encerrar a ligação, entro em casa e corro para o banho. Lavo e seco meu cabelo, pego minhas coisas para me arrumar na casa da Belinda, e dirijo até a casa dela. Ela está me esperando com sanduiches e refrigerante.

Depois de lancharmos e conversarmos por longos minutos, começamos a nos arrumar de fato. Faço cachos no meu cabelo com babyliss, enquanto ela escolhe o que vestir. Na maquiagem faço um delineado gatinho caprichado e aposto em um batom vermelho.

Meu vestido é num tom de prata suave, com lantejoulas que brilham quando eu me mexo. O decote V é aberto, mas não exagerado. As mangas ficam perto do cotovelo, e a sai é soltinha.

Completamente o oposto de Belinda, que está vestida num vestido completamente justo e dourado, repleto de pedrarias. Ela estava linda; ousada, mas linda.

- Eu quero encher a cara hoje. – Belinda diz ao meu lado e eu rolo os olhos.

- E quando é que você não quer?! – Ela rola os olhos e continua caminhando até a mesa onde as meninas estão.

- Vocês estão muito gatas! – Becky diz sorrindo.

- Eu já pedi bebidas para vocês duas. – Jhony chega ao nosso lado e Bel olha para ele de cima a baixo.

- É claro que o confete de festa seria o primeiro a chegar. – Belinda brinca e nós rimos da cara que Jhony faz. Mas era verdade: ele sempre estava em todas e nunca, em hipótese alguma, negava uma festa. 

- Pode falar o que quiser, mas nós deixamos todas as festas melhores! – Greg aparece atrás dele.

Todas nós reviramos os olhos, e pegamos a bebida da mão dele.

A música estava alta, e Belinda dançava animadamente com Gen no meio da pista de dança. Jhony, Celina e Becky sumiram no meio da multidão, provavelmente acompanhados. E eu aproveito a deixa para ir até o bar pegar uma garrafa de água.

- Você gosta mesmo desse lugar.

Olho para o lado e vejo Peter sorrindo para mim. Minha boca fica seca, e não é de sede, e meu estômago dá um nó. Ele se apoia no balcão, e eu peço mentalmente que o barman seja mais rápido. Ou, que um buraco abrisse no chão nesse momento e eu pudesse me esconder.

- Você vai mesmo me ignorar? – Agradeço quando o rapaz coloca uma garrafa de água mineral na minha frente e penso em como posso sair dali. Olho para o Peter, e ele está mais perto do que eu gostaria. Engulo em seco. 

- Eu acho que não temos nada para falar fora do escritório.

Ele sorri abertamente.

- Tem razão; falar não.

Olho para ele com a testa franzida, mas minha confusão vai embora quando seu braço envolve minha cintura e ele me beija. De novo. Pela segunda vez na mesma semana.

Por mais que eu tentasse, eu não conseguia me afastar. Eu queria cada vez mais.

O beijo foi ganhando mais intensidade e ritmo. Eu sabia que eu tinha que sair dali, mas eu não tinha forças para isso. Meu corpo não respondia a minha razão. Tudo que eu consegui fazer era beijar Peter e deixar que ela faça o que quiser comigo.

- Você precisa ficar longe de mim. – Digo quando finalmente consigo me afastar dele. – Não faça isso de novo.

Saio atordoada, deixando Peter para trás. Antes de voltar para a mesa com as meninas, vou para o banheiro me recompor e retocar o meu batom.

Eu não por mais quanto tempo ficamos ali, e quantas bebidas mais nós consumimos; mas eu fico imensamente feliz quando eu finalmente deito na minha cama e me deixo levar pelo sono.

Peter realmente faz o que eu pedi, e se mantém longe de mim. Por mais que o beijo tinha sido ótimo, só deus sabe onde iriamos parar. E me envolver com ele estava completamente fora de cogitação. Por dois motivos: primeiro, trabalhamos juntos, ele é praticamente meu chefe, além se ser um babaca mulherengo; e segundo, eu o detesto.

Mas isso só durou duas semanas.

Tivemos que fazer algumas reuniões juntos, e o clima era estranho entre nós dois. Mas tinha que ser profissional e separar o que tinha acontecido. Ou melhor, esquecer.

- Carol, Sr. Cox marcou uma reunião para amanhã. – Peter diz parado na frente da minha mesa. – Eu gostaria muito que você estivesse presente.

- Claro; que horas vai ser?

- O dia inteiro, na verdade. – Franzo a testa. – Ele marcou na casa dele, que fica fora da cidade. Como é um pouco longe, sairemos cedo e chegaremos lá na hora do almoço. Só voltamos no final do dia. Ele não explicou muito bem, mas pediu para ser assim.

- Tudo bem. Que horas saímos?

- Saímos às 7h30. Me passe seu endereço por mensagem, eu vou te pegar lá. – Concordo com a cabeça. – Te vejo amanhã.

Um suspiro alto escapa assim que ele deixa a minha sala. Eu vou ter que passar algumas horas com ele dentro de um carro, e vou ter que passar o dia todo com ele.

Só pode ser brincadeira.

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