Capítulo 10.

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Quando eu acordo, Peter não está mais na cama.

Minha cabeça lateja quando eu e sento, e eu me lembro de tudo da noite passada. Eu realmente não posso beber.

Minha bexiga aperta, e eu corro para o banheiro. Depois de me vestir, eu caminho pela casa e paro na cozinha. Peter não está em lugar nenhum, e eu aproveito para colocar meus pensamentos em ordem.

Em cima do balcão da cozinha, a cafeteira estava cheia e uma xícara estava ao lado dela. Me sirvo de café, e tomo em pequenos goles.

- Bom dia! – Pulo quando escuto a voz dele atrás de mim. – Eu fui pegar alguma coisa para tomamos café, e ver a situação da estrada. Já liberaram, e podemos voltar para casa.

- Bom dia! – Sorrio. – Que ótimo!

- Está com fome?

- Um pouco...

Ele sorri para mim, e começa a mexer das sacolas. De dentro delas ele tira alguns pãezinhos, presunto e queijo, e bolinhos doces.

Depois de tomarmos café, nos arrumamos, e pegamos a estrada para voltar para casa. Eu mal conseguia olhar para ele, e apenas respondia quando ele falava comigo. Mas para a minha sorte, ele também não puxou muita conversa.

Agradeço quando ele estaciona em frente à minha casa, e entro o mais rápido que eu consigo. Corro para o banho, e deixo a água levar todo aquele sentimento ruim que eu estava sentindo. Eu me sentia agoniada, ansiosa e sem saber o tamanho da roubada em que eu tinha me metido.

- Carol? Eu te fiz uma pergunta. Você me ouviu? – Gen está na minha frente com a testa franzida, e segurando um rímel na mão.

- Não. Desculpa! – Suspiro.

- Eu perguntei se você quer ir de carro ou de Uber.

- Tanto faz. – Checo meu celular pela quinta vez em dois minutos.

- Carol, o que foi? – Gen fecha o rímel e o coloca em cima da penteadeira. Ela caminha até minha cama e se senta da minha frente. – Você está aérea desde que eu cheguei aqui. O que aconteceu?

- Eu transei com o Peter. – Falo e me sinto aliviada por poder contar aquilo para alguém. A cara de choque que ela faz é quase engraçada, se não fosse pelo meu desespero.

- Como é?

- É isso mesmo que você ouviu. Eu passei a noite com ele.

- Me explica isso do início, porque eu acho que perdi alguma coisa.

- Há algumas semanas atrás nós nos beijamos na sala dele. – Ela abre a boca, mas eu continuo. – Não tinha ninguém no escritório, apenas eu e ele. Acabamos discutindo por algum assunto, e ele me beijou. Eu fugi dele o máximo que pude. Na despedida da Belinda, eu o encontrei no bar e nos beijamos de novo. Eu o evitei durante duas semanas. Na quinta ele me avisou que teríamos que ir até a casa de um dos acionistas, fora da cidade. Saímos daqui ontem bem cedo, e passamos o dia lá. Quando estávamos voltando, estava nevando muito, então fecharam a estrada. Para a nossa sorte, ou meu grande azar, a família dele tem uma casa ali. Então nós fomos para lá. Jantamos e tomamos duas garrafas de vinho.

- Ok, isso com certeza não iria dar certo.

- Ficamos conversando, ele falou sobre ele, sobre sua vida; e eu fiz o mesmo. Conversa vai, conversa vem, nós nos beijamos e eu fui parar na cama dele. Acordamos hoje cedo, nos arrumamos, viemos embora, e ele me deixou aqui. Fim da história.

- E como é que você está em relação a isso? – Ela pergunta depois de alguns segundos em silêncio.

- Eu não sei. – Respiro fundo. – Quer dizer, até algumas semanas atrás eu o odiava, e só queria me relacionar com ele profissionalmente. Aí nós nos beijamos, passamos a noite juntos, e... E isso não devia ter acontecido, é errado demais.

- Tem uma diferença muito grande entre ser errado e você não querer que isso tenha acontecido. E errado não foi.

- Mas não devia ter acontecido, Gen. – Choramingo. – Eu não quero que fique um clima pior do que já é entre nós dois. Nós ainda temos que conviver e trabalhar juntos.

- Como foi hoje de manhã, quando vocês acordaram? Como ele agiu?

- Foi normal; ele agiu como se nada tivesse acontecido, nem tocou no assunto.

- E isso é bom, não é? Não era isso que você queria?

- Eu não sei! – Escondo o rosto com as mãos e escuto ela rir fraquinho.

- Ok, Ok! – Ele puxa minha mão para baixo. – Tudo que você precisa fazer é relaxar um pouco, esfriar a cabeça. Não foca nisso agora. Depois, tenta colocar essa cabecinha em ordem e descobrir como você se sente. Aqui. – Ela aponta para a minha cabeça e depois para o meu peito. – E aqui. – Assinto com a cabeça. – E qualquer coisa que você precisar, se quiser conversar ou desabafar, pode contar comigo. Ok?

- Ok! – Ela me abraça. – Obrigada!

- Só me responde uma coisa?

- O quê?

- Foi bom? – Me afasto dela, interrompendo o momento fofo, e explodo em uma gargalhada.

- Genevieve! – Ela ri junto comigo. – Eu não vou te responder isso!

Ela concorda com a cabeça e volta a se arrumar.

Não é muito tarde quando saímos da casa da Celina. O Uber me deixa em casa, e faço Gen prometer que vai me avisar quando chegar na sua casa.

Tiro o coturno e a jaqueta de couro que vestia assim que fecho a porta. Eu só preciso do meu pijama. A campainha toca, e eu não deixo de sorrir enquanto desço as escadas já imaginando Gen bêbada dizendo que esqueceu a chave de casa. Mas quando eu abro a porta eu travo.

Peter me beija sem dizer uma palavra, e me empurra para dentro de casa. Seus lábios são exigentes contra os meus, e seu corpo me pressiona contra a parede gelada atrás de mim.

- Eu não consigo parar de pensar em você. Eu preciso de você.

Ele diz quando move os beijos para o meu pescoço. Suspiro alto quando suas mãos apertam minha cintura e me impulsionam para cima. Ele começa a subir as escadas sem parar de me beijar, e me coloca no chão assim que chegamos no andar de cima.

- Peter... – Gemo baixinho quando ele deixa um chupão no meu pescoço, e sinto ele sorrir contra a pele sensível daquela região.

- Quero ouvir você gemer mais alto que isso. – Ele morde minha orelha.

Sua mão invade a camiseta que eu vestia, e um arrepio percorre todo meu corpo. Em segundos a peça já está fora do meu corpo, e eu faço a mesma coisa com a blusa que ele vestia.

Suspiro quando caímos juntos sobre a cama, enquanto suas mãos passeiam livremente pelo meu corpo.

Eu me perco com as carícias que ele faz no meu corpo inteiro, com os beijos, e com os movimentos ritmados e intensos do seu corpo contra o meu. Quando ele geme alto meu nome, me entrego ao prazer e a ele mais uma vez. 

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