Capítulo 13.

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A semana passou voando. A volta das férias foi agitada e cheia de coisa para fazer. Aparentemente seria um ano muito bom e produtivo, e todos ali estavam dispostos a fazer de tudo para que isso de fato acontecesse.

- Bom dia, Carol. – Escuto a voz de Peter atrás de mim, ainda no estacionamento.

- Bom dia. – Me viro para ele e sinto frio na barrida ao ver seus olhos azuis olhando diretamente para os meus.

- Você deixou cair. – Ele entrega minha echarpe azul e eu sorrio. – Como foram suas férias?

- Foram boas, muito boas. Mas estou feliz por ter voltado. Parece que vai ser um bom ano. – Ele sorri e concorda com a cabeça.

- Eu espero que sim.

- E as suas férias, como foram? – Ele levanta os ombros.

- Foram boas. – Sorrio de leve.

Ele dá um passo na minha direção, se aproximando de mim de leve. Seus olhos encaram os meus fixamente e eu engulo em seco. Seu nariz encosta no meu e ele encara meus lábios. O ronco de um motor me faz acordar e eu me afasto dele com pressa. Me viro e praticamente saio correndo até o elevador.

- Jane, eu vou estar em uma sala de reunião no final do corredor. Qualquer coisa, estou com o celular, no Skype ou no ramal da sala.

- Tudo bem, Carol. – Ela sorri e eu caminho até uma das salas de reunião daquele andar.

Aproveito o silêncio que a sala me proporciona e me dedico a responder meus e-mails sobre questionamentos dos nossos clientes. Em menos de 1 hora, minha caixa de entrada está praticamente vazia.

Meu telefone começa a vibrar em cima da mesa e eu atendo de imediato quando vejo o nome que pisca na tela.

- Oi, Helena!

- Carol... – Sua voz estava trêmula do outro lado da linha, e eu parei tudo que estava fazendo.

- Helena, o que aconteceu?

- O papai... Ele passou mal, e... O papai sofreu um infarto, Carol. – Meu coração parou de bater por alguns instantes. Eu sentia que tudo estava em câmera lenta.

- O quê? – Minha voz saiu num sopro e eu mal conseguia respirar.

- Ele passou mal em casa, com dificuldade para respirar e muita dor no peito. Eu chamei a ambulância e estamos no hospital. Ele está na sala de cirurgia agora.

Sinto meus olhos marejarem, e eu mordo meu lábio com força para não chorar naquele momento. A possibilidade de perder o meu pai me apavora. O que eu vou fazer sem ele?

- Carol, fica calma, ok? Eu liguei porque você deveria saber. Mas está tudo sob controle, a equipe médica já está cuidando dele. – Respiro fundo mais uma vez. – Eu vou desligar agora, o médico está me chamando.

- Por favor, me avisa quando tiver notícias.

- É claro! Beijos, te amo.

Desligo a chamada e me permito chorar. Choro por medo, preocupação, insegurança, desespero, e pelo sentimento horrível de não poder fazer nada e estar tão longe nesse momento. Eu estava apavorada, eu tremia e não conseguia conter minhas lágrimas.

Escuto batidinhas leves na porta da sala onde estava. Escuto a porta abrir e eu seco rapidamente meu rosto molhado.

- Carol. – Peter entra na sala. – Preciso ver um negócio com você, e... – Ele para de falar quando olha para mim. – Carol?

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