Capítulo 21.

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Finalmente eu estava voltando para casa. Passei a semana longe em negociações chatas, e tudo que eu queria era ver a Carol de novo. No caminho para a empresa, liguei para ela para a convidar para um almoço, mas ela não atendeu.

Antes de entrar na minha sala, fui direto para a dela, mas a encontrei vazia.

- Ela foi embora, Peter. – Jane me avisa. – Disse que não estava se sentindo bem, e iria trabalhar de casa.

- O que ela tinha? – Pergunto preocupado.

- Ela não disse ao certo. Disse apenas que era um mal-estar e que iria para casa.

- Obrigada, Jane.

Ligo para ela mais uma vez, mas ela não atende. Eliza me para no meio do caminho para rever algumas coisas urgentes, e eu faço isso o mais rápido que posso.

Ligo para ela diversas vezes, e mando algumas mensagens, apenas para ser ignorado.

E se ela tivesse passado mal no caminho e sofrido um acidente? Céus, só pensar nisso eu fico apavorado.

Dirijo rapidamente até sua casa, e toco a campainha diversas vezes. E nada. Nenhuma notícia, nenhuma resposta. Carolina, aonde você se meteu?

Ligo para ela mais uma vez, e dessa vez ela rejeita a ligação. Mando mais uma mensagem e dessa vez ela responde: "Eu estou viva, e estou bem."

Respiro fundo, tendo a certeza de que alguma coisa aconteceu. A frustração me consome, por eu não conseguir imaginar aonde ela está, e nem poder fazer alguma coisa para ajudá-la. Apenas decido parar de insistir e dar um tempo para ela.

Mas consigo fazer somente por 2 horas. Volto para sua casa e finalmente eu a vejo, depois de uma semana longe. Seus olhos estão cansados e inchados, e ela parece frustrada por me ver ali.

Discutimos e descubro que ela está assim por conta do Projeto que queria lhe mostrar. Ela me acusa de estar com ela apenas para a usar e a fazer assinar meu projeto maluco.

Volto para minha casa extremamente decepcionado por termos brigado, por saber que ela não confia em mim e ela tirou suas conclusões sem me ouvir antes. Tomo um banho, e tento dormir, o que é completamente em vão.

No sábado passo o dia todo trancado em casa, e tento me entreter com alguma coisa na TV. Mas a verdade é que o que eu realmente queria era Carol do meu lado, poder abraça-la e beijá-la. Eu preciso resolver esse mal entendido. Logo.

Me arrumo, pego meu celular e a chave do carro. Quando eu abro a porta, vejo Carol e meu coração acelera.


(Carol p.o.v.).

Antes que eu consiga apertar a campainha, a porta é aberta num estrondo e eu me assusto ao ver Peter arrumado para sair. Em um impulso, me jogo nos seus braços e o abraço apertado. Ele retribui o abraço imediatamente e eu me estico para beijar seus lábios.

Ele me puxa para dentro da sua casa, sem me soltar, e fecha a porta em uma batida alta.

- Me perdoa! – Peço baixinho, ainda com meus lábios encostados nos dele. – Me desculpa por tudo que eu fiz e falei ontem. – Ele encosta sua testa na minha e eu abraço sua cintura.

- Me desculpa você, por ser um babaca e por dar motivos para você desconfiar de mim. – Nego com a cabeça.

- Você não fez nada. Eu que surtei sozinha. Devia ter falado com você antes, e deixado você explicar. Me desculpa? – Ele sorri e faz um carinho no meu rosto.

- É claro que eu desculpo você! – Ele me beija mais uma vez, me abraçando apertado. – Vem aqui.

Ele me puxa para o sofá e me fez sentar ao seu lado. Ele entrelaça nossos dedos e faz um carinho sutil na minha mão.

- Me escuta por cinco minutos? – Concordo com a cabeça. – Eu sempre achei incrível essa ideia de carros independentes e toda a tecnologia por trás disso. Por isso eu comecei a elaborar esse projeto. Hoje eu entendo que esse não é um projeto ideal para a nossa empresa, e sei que muito menos naquela época era viável a gente seguir com ele. Você lembra que quando você descobriu sobre o projeto, você me disse que eu tinha que deixar isso com os chineses? – Concordo.

- Como esquecer, não é?! – Ele ri.

- Então, esse foi mais um conselho seu que eu segui. – Franzo a testa. – No último Congresso Automobilístico que eu fui, tinham pessoas de todo o mundo que atuam nessa área. Um chinês simpático ficou na mesma mesa que a minha, e conversamos bastante sobre nossas empresas e sobre o que produzimos. Falei por alto sobre esse projeto, e ele se interessou muito. Me fez várias perguntas sobre as minhas ideias e modelos de execução. Eu fiz várias modificações no projeto inicial, e melhorei muitas coisas nele e enviei para que ele olhasse o projeto. Ele gostou muito e quer comprar o meu projeto de carros autônomos. – Meu queixo cai, completamente surpresa.

- É sério? – Ele concorda.

- Ele estava em New York nessa semana, e negociamos muito sobre o valor do projeto e tudo mais. Melhorei mais alguns pontos, e enviei para a Eliza imprimir para mim. Eu queria te mostrar o projeto alterado e pedir a sua opinião antes de assinar a venda. Queria a sua aprovação para fazer isso. Eu queria almoçar com você ontem e explicar tudo isso com calma. Mas a Eliza acabou se precipitando, e te entregou antes de mim.

- Isso é incrível! – Ele sorri, e eu volto a sentir uma culpa enorme por ter agido daquela forma ontem e por ter duvidado dele. – Peter, me desculpa mesmo! – Ele nega com a cabeça e brinca com o meu cabelo.

- Você não tinha como saber, realmente pareceu que eu estava te forçando a assinar o projeto. Mas não é isso. Quer dizer, eu vou ver o meu projeto e meu sonho de criança sair do papal, mas não vai ser a gente que vai fazer isso. Vamos até ganhar pra ver esse projeto sendo executado. – Rio com ele. – Carol, eu juro para você que eu não estou com você por interesse ou para provar que eu consigo o que eu quero. Eu não sou mais aquele Peter babaca, eu estou tentando mudar, de verdade.

- Eu sei! – Concordo com a cabeça. – Falando nisso... Você me falou uma coisa ontem...

- Eu falei. – Ele concorda, entretido em colocar meu cabelo atrás da minha orelha. Faço um carinho na sua bochecha e olho nos seus olhos.

- Eu também amo você. – Seus olhos se arregalam por um instante, antes de um sorriso lindo tomar conta do seu rosto.

- Repete! – Ele pede eu sorrio.

- Eu amo você! – Ele sorri ainda mais. – Acho que é por isso que eu fiquei tão irritada ontem, por achar que eu não era correspondida ou coisa assim.

Ele me beija mais uma vez, grudando seu corpo no meu.

- Fala mais uma vez...

- Eu te amo. – Ele sorri.

- Eu te amo, Carol! – Ele sela meus lábios. – Eu estava com saudades. – Ele diz com seu rosto próximo ao meu.

- Eu também. – Respondo baixo.

- Você é minha o resto do final de semana todo. Eu te proíbo de sair desse apartamento. Ou melhor, da minha cama. – Sorrio.

- Não pensei em fazer nada diferente disso. – Ele sorri largo e me beija mais uma vez e me puxa para sentar no seu colo.

- Eu queria conseguir ficar bravo com você, mas isso parece impossível para mim. – Rio.

- Que sorte a minha, então. – Beijo os lábios avermelhados dele, e pressiono meu quadril contra o dele. Ele segura minha cintura e solta o ar com força.

- Não faz isso comigo. – Ele pede e eu sorrio.

- Mas eu não estou fazendo nada! – Digo com a maior cara de inocente que consigo fazer.

- Você é uma diabinha! – Rimos juntos antes dele me levar para o quarto junto com ele, onde de fato nós passamos a maior parte do nosso final de semana.

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